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09/12/2011 - 07:36

Projeto ‘Reciclando Papéis e Vidas’ da abtcp completa três anos

Mais de 50 reeducandos já aprenderam o ofício da fabricação de papel artesanal na oficina montada em Tremembé.

O projeto social “Reciclando Papéis e Vidas”, da ABTCP (Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel), em parceria com a Funap (Fundação de Amparo ao Preso), a ONG Design Possível, a Universidade de Brasília e o SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial), completou três anos em 2011.

Focado em qualificar profissionalmente e gerar renda aos reeducandos do regime semiaberto do Centro de Progressão Penitenciária Dr. Edgard Magalhães Noronha, o Pemano de Tremembé, interior de São Paulo, o projeto vem conseguindo transformar a vida de detentos por meio do ensino do ofício da fabricação de papel artesanal, além de despertar o espírito empreendedor nos participantes.

Atualmente, dez reeducandos participam do projeto. Desde o seu lançamento, em 2009, mais de 50 aprenderam a arte da fabricação de papel artesanal, utilizando a reciclagem e outras fibras, entre elas a palha de arroz, a grama e a bananeira, para a elaboração de envelopes, agendas e embalagens. As atividades acontecem em um galpão da Funap, onde está instalada a oficina artesanal.

De acordo com gerente institucional da ABTCP, Francisco Bosco de Souza, os papéis ou produtos acabados são posteriormente comercializados no atacado ou varejo. A receita obtida é revertida à própria oficina e para a remuneração dos reeducandos, que recebem uma bolsa-auxílio no valor de um salário mínimo. Três dias de trabalho no projeto proporcionam um dia de redução da pena.

“Buscamos oferecer aprendizado de um ofício aos reeducandos, além de estimular o empreendedorismo em cada um deles, contribuindo assim para a reinserção dessas pessoas na sociedade”, observa Souza. O mais importante são os novos valores que são assimilados, como o companheirismo, o trabalho em equipe, a colaboração, a disciplina, a valorização profissional, o reconhecimento e a visão de oportunidade futura e do próprio negócio.

Um exemplo do sucesso do projeto é o ex-detento Ezequiel Rosende, 43 anos. Preso por tráfico de drogas em 2003, ele participou das atividades na oficina por dois anos, após ser beneficiado pelo regime semiaberto, época na qual aprendeu todas as etapas de fabricação de papel artesanal, e recebeu o certificado de artesão da Sutaco – Superintendência do Trabalho Artesanal nas Comunidades.

“Quando vi um saco de cimento se transformar em uma bonita folha de papel percebi que a minha vida também podia ser transformada”, afirmou ele. “Trabalhávamos de segunda-feira a sexta-feira, das 8h às 17h, e confesso que eram as melhores horas do dia, pois estávamos aprendendo e ainda recebíamos uma remuneração por isso”.

Nos dias de hoje Rosende é microempresário. Já cumpriu sua pena e montou uma fábrica de estofados em Guaratinguetá, interior de São Paulo. Com o lucro do negócio ele sustenta sua família e paga sua casa própria. “Só tenho a agradecer pela oportunidade que tive”.

Para o futuro, ele planeja ter sua própria oficina de papel artesanal, não só para sustento próprio, mas também para ajudar outros ex-presos que, como ele, deixam a cadeia com poucas oportunidades de trabalho.

Perfil: a ABTCP – Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel é a mais importante associação técnica do setor. Desde sua fundação, em 1967, atua fundamentalmente no desenvolvimento técnico da cadeia de celulose e papel de forma sustentável e construtiva. Com mais de 1.000 associados, a ABTCP contribui para promover o comprometimento socioambiental das empresas, ajudar na capacitação dos profissionais e valorizar um setor de grande relevância para a economia brasileira.

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