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15/12/2011 - 10:32

CNI prevê que economia repetirá em 2012 desempenho fraco deste ano

Brasília – Se não for ampliada a competitividade para permitir aos produtos brasileiros enfrentar os asiáticos tanto internamente quanto nas exportações, a economia brasileira vai repetir em 2012 o fraco desempenho deste ano. O alerta é do Informe Conjuntural Economia Brasileira, elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e divulgado nesta quarta-feira, 14.12, em Brasília.

O baixo crescimento do PIB em 2011, estimado pela CNI em 2,8%, em muito se deve à perda de ritmo de crescimento da indústria de transformação. O segmento crescerá 1,1% no ano e o PIB industrial (que também leva em conta os setores extrativo-mineral, construção civil e de serviços industriais), 1,8%. Nas estimativas da CNI, o PIB deverá crescer 3% em 2012 e a indústria, 2,3%.

As causas da desaceleração do setor industrial este ano foram a menor demanda dos países desenvolvidos, a queda na competitividade dos produtos brasileiros por conta dos juros altos e do câmbio sobrevalorizado e a invasão do mercado interno por produtos asiáticos.

O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, que divulgou o Informe Conjuntural em entrevista coletiva, disse acreditar que a economia irá melhorar em 2012 comparativamente a este ano, mas considerou um aumento do PIB de 3% no próximo ano muito baixo. Entre os fatores que alinhou para um melhor desempenho da economia em 2012 estão os investimentos em obras para a Copa do Mundo de 2014 e para as Olimpíadas de 2016, a queda na inflação e o arrefecimento da valorização cambial.

Destacou, contudo, que permanecem intocáveis os gargalos à maior competitividade das empresas brasileiras, como juros elevados, infraestrutura deficiente, legislação trabalhista cara e anacrônica. .Andrade defendeu maior agilidade do governo na execução de medidas para ampliar a competitividade. “Existe uma insegurança da Receita Federal em avançar. O tempo do governo, muitas vezes, não é o tempo real da economia”, declarou.

O presidente da CNI lembrou, como exemplo da lentidão do governo, que a regulamentação do Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras (Reintegra), criado no Plano Brasil Maior, só foi regulamentado no último dia 1º, quatro meses depois. O Reintegra prevê a devolução em espécie de 3% do valor das exportações de manufaturados.

Perda de dinamismo - O Informe Conjuntural assinala que a perda de dinamismo das economias avançadas e a mudança do “eixo dinâmico” da economia mundial para a Ásia se refletem negativamente na indústria brasileira. Significa menor demanda por manufaturados brasileiros, porque a Ásia é concorrente direta do Brasil nesses produtos. “Não apenas encolheu o mercado externo para nossas exportações industriais como aumentou a penetração de produtos estrangeiros no atendimento do mercado brasileiro”, diz o documento.

Internamente, a equação macroeconômica de juros altos, câmbio valorizado e os poucos avanços na eliminação dos entraves à melhoria da competitividade foram, segundo a CNI, as principais razões para a baixa performance da economia este ano.

“Para a indústria voltar a ser o centro dinâmico da economia brasileira e o país sustentar um ciclo de expansão maior do que a média mundial, é essencial mudar nossa estratégia de crescimento e encarar dois desafios: de um lado, aumentar a competitividade brasileira; de outro, mudar o padrão de expansão doméstica e eleger o investimento, e não o consumo, como a alavanca do crescimento”, recomenda a CNI. “Em um modelo de crescimento sustentável, o consumo não pode crescer mais que o PIB”, constata.

Em 2010, ano de forte crescimento da economia, a formação bruta de capital fixo, que mede os investimentos, cresceu 21,3% ante 2009. Neste ano, segundo projeção da CNI, os investimentos crescerçao bem menos, 4,8% ante 2010.

Nas previsões da CNI para 2012, mais uma vez não será a indústria o motor do crescimento. De acordo com o Informe Conjuntural, o consumo das famílias terá aumento de 4%, mantendo a equação atual de crescimento, desaprovada pela entidade.

Para a CNI, o investimento, que poderia ser uma forte alavanca para a retomada do crescimento sustentável, também se manterá em 2012 nos mesmos patamares deste ano. O aumento será de 5% no ano que vem, conforme a projeção do documento.

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