Página Inicial
PORTAL MÍDIA KIT BOLETIM TV FATOR BRASIL PageRank
Busca: OK
CANAIS

20/12/2011 - 09:07

A Inteligência e Seus Sobrenomes

As atividades relacionadas à Inteligência nas organizações, têm recebido diversos sobrenomes e fomentado discussões sobre sua aplicação. Já ouvimos profissionais falarem sobre Inteligência Competitiva, Inteligência de Mercado, Inteligência Tecnológica, Inteligência Organizacional, Inteligência de Negócios... Ou seja: Inteligência com sobrenome. Cursos, palestras, núcleos, funções e áreas são criados com base nestes sobrenomes. Visando entender melhor como usá-los ou, até mesmo, se devemos usá-los, fomos buscar definições da Inteligência a partir de algumas nomenclaturas.

Na seção de perguntas e respostas sobre Inteligência Competitiva do site institucional da Strategic and Competitive Intelligence Professionals (SCIP), encontra-se a definição de que a Inteligência Competitiva “[...] é uma disciplina de negócios ética, necessária à tomada de decisão, baseada no entendimento do ambiente competitivo” (2011, tradução nossa).

De acordo com a Associação Brasileira dos Analistas de Inteligência Competitiva (ABRAIC), a Inteligência Competitiva: É um processo informacional proativo que conduz à melhor tomada de decisão, seja ela estratégica ou operacional. É um processo sistemático que visa descobrir as forças que regem os negócios, reduzir o risco e conduzir o tomador de decisão a agir antecipadamente, bem como proteger o conhecimento gerado.

De acordo com Claudia Canongia et al, “a Inteligência Competitiva é um instrumento geralmente utilizado por empresas para eticamente identificar, coletar, sistematizar e interpretar informações relevantes sobre seu ambiente concorrencial”. (2004).

Para Cubillo, a Inteligência Competitiva é um [...] conjunto de capacidades próprias mobilizadas por uma entidade lucrativa, destinadas a assegurar o acesso, capturar, interpretar e preparar conhecimento e informação com alto valor agregado para apoiar a tomada de decisão requerida pelo desenho e execução de sua estratégia competitiva. (1997 apud VALENTIM, 2002).

Já para Elaine Coutinho Marcial e Alfredo José Lopes Costa, “Inteligência Competitiva constitui processo sistemático que visa descobrir forças que regem negócios, reduzir risco e auxiliar na tomada de decisão, além de proteger o conhecimento gerado” (2001).

Segundo Larry Kahaner, a Inteligência Competitiva [...] é uma atividade de gestão estratégica da informação que tem como objetivo permitir que os tomadores de decisão se antecipem às tendências dos mercados e à evolução da concorrência, detectem e avaliem ameaças e oportunidades que se apresentem no seu ambiente para definirem as ações ofensivas e defensivas mais adaptadas às estratégias de desenvolvimento da empresa (KAHANER, 1996 apud OLIVEIRA, 2005).

Entretanto, é na definição de Gomes e Braga que encontramos, de maneira mais completa o conceito de Inteligência Competitiva: Inteligência Competitiva (IC) é um processo sistemático e ético, ininterruptamente avaliado de identificação, coleta, tratamento, análise e disseminação da informação estratégica para a organização, viabilizando seu uso no processo decisório (GOMES e BRAGA, 2001). Coexistindo com essas definições para o conceito de Inteligência Competitiva, estão outros sobrenomes que encontramos para a Inteligência. Inteligência de Mercado: De acordo com Robson Alberoni, presidente do Ibramerc – Instituto Brasileiro de Inteligência de Mercado, “o processo de inteligência de mercado consiste em coletar e trabalhar informações externas e internas, e após uma análise, fornecer recomendações para as decisões estratégicas ou táticas”. (Ibramerc).

Inteligência Estratégica: A inteligência estratégica pode ser definida como o conjunto das ações coordenadas de busca, tratamento e distribuição, para uso, da informação útil para os atores econômicos. Essas ações são feitas dentro da lei com todas as garantias para a proteção do patrimônio da empresa, nos melhores prazos e custo. A informação útil é a que é precisada por os diferentes níveis de decisão da empresa ou da coletividade, para elaborar e pôr em prática de maneira coerente as estratégias e táticas necessárias para cumprir os objetivos da empresa para melhorar o posicionamento dela no ambiente competitivo. Estas ações, na empresa, se ordenam em um ciclo sem interrupção que gera uma visão compartilhada dos objetivos da empresa. (L’intelligence Économique, Relatório Martre, França, 1994) Apesar dos sobrenomes, no conjunto das definições aqui listadas há elementos comuns que podemos observar:

.A sistematicidade, uma vez que o processo de Inteligência deve fazer parte do cotidiano da organização, e não ser utilizado apenas em algumas situações, isoladamente, e sem estar em consonância com a estratégia da instituição.

.A eticidade, já que nenhuma organização deveria dispor de ferramentas antiéticas para a consecução de seus objetivos. Nesse ponto, a ética tem uma relação mais estreita com o conjunto de valores definidos para a organização do que com o que é considerado ético na esfera social. Entretanto, está claro que a eticidade das ações e da utilização das ferramentas anda lado a lado com a lei e as normas aplicáveis.

.A avaliação que se dê de maneira ininterrupta, garantindo que haja aprendizado ao final do processo, retroalimentando o ciclo de Inteligência, e confirmando ou não sua importância para a instituição.

. Identificação, coleta, tratamento, análise e disseminação da informação estratégica para a organização, no processo de Inteligência, de informações relevantes à estratégia organizacional, viabilizando seu uso no processo decisório. Para atender às necessidades de informações estratégicas, necessita-se de inteligência, não de informação pura e simplesmente. Isso porque a inteligência é o resultado da análise dos dados coletados de maneira que apontem para um caminho a ser seguido pela organização, dando suporte à tomada de decisão, na medida em que fornece recomendações e sugestões que levam em conta questões futuras, mais do que justificativas para ações passadas. Dessa forma, a Inteligência, que resulta do uso das informações obtidas e da produção do conhecimento que irá gerar recomendações para os tomadores de decisões, possui, em sua essência, uma utilidade que deve ajudar no desenvolvimento dos negócios das organizações. Estruturar o processo de Inteligência, independentemente do sobrenome que o acompanhe, requer a identificação de necessidades e a definição dos objetivos informacionais para a análise correspondente às tais necessidades.

Assim, Inteligência é sempre Inteligência. O sobrenome que a acompanha apenas caracteriza uma adaptação que os profissionais julgam mais adequada. O sobrenome não altera o valor ou as características intrínsecas à Inteligência, apenas sinaliza uma parceria com os objetivos definidos.

.Por: Fabiane Castro, jornalista do Centro de Inteligencia da Plugar Informações Estratégicas|[email protected] Maressa Bessa, Técnica da Associação Brasileira de Instituições Financeiras de Desenvolvimento – ABDE.|[email protected].

Enviar Imprimir


© Copyright 2006 - 2024 Fator Brasil. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Tribeira