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21/12/2011 - 09:15

Déficit em conta corrente brasileiro deverá ficar estável em 2% do PIB entre 2011 e 2012

De acordo com o Banco Central, o Brasil registrou um déficit em transações correntes de US$ 6,8 bilhões em novembro de 2011, valor bastante superior à média observada nos doze meses imediatamente anteriores (déficit de US$ 3,9 bilhões) e superior ao déficit de US$ 4,7 bilhões verificado em novembro de 2010. Nos 12 meses findos em novembro, o déficit nas transações correntes chegou a US$ 49,3 bilhões (ou 2,0% do PIB estimado para o período).

A conta capital-financeira foi superavitária em US$ 7,6 bilhões, resultado inferior à média de US$ 9,2 bilhões/mês observada nos 12 meses imediatamente anteriores, mas próximo dos US$ 7,8 bilhões de novembro de 2010.

Os ingressos líquidos de Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) chegaram a US$ 4,1 bilhões, valor bastante inferior à média dos 12 meses anteriores (US$ 6,3 bilhões/mês). Nos 12 meses findos em novembro o IED atingiu a marca de US$ 75,4 bilhões – o que correspondeu a 3,1% do PIB, um dos maiores percentuais nos últimos 10 anos.

Os ingressos líquidos para investimentos em carteira foram de US$ 3,1 bilhões, acelerando bastante em relação aos resultados de setembro (- US$ 399 milhões) e de outubro (+ US$ 636 milhões) e superando a média de US$ 2,2 bilhões observada entre novembro de 2010 e outubro de 2011.

O resultado global do balanço de pagamentos (diferença entre a conta corrente e a conta capital-financeira) foi superavitário em US$ 1,1 bilhão, bastante abaixo da média dos 12 meses anteriores (US$ 5,2 bilhões/mês), mas algo superior aos pequenos superávits observados em setembro e outubro.

O balanço de pagamentos acumulou um saldo positivo de US$ 60,9 bilhões nos doze meses findos em novembro. Nesse ínterim, as reservas internacionais passaram de US$ 284,9 bilhões para US$ 352,1 bilhões.

A dívida externa total passou de US$ 297,6 bilhões no final de outubro para US$ 301,4 bilhões no final de novembro. Em dezembro de 2010 esse montante era de US$ 255,7 bilhões. Em novembro, apenas 15% da dívida externa era de curto prazo (vencimento inferior a um ano), percentual bastante abaixo dos 25% de fevereiro deste ano e dos 21,8% em agosto de 2008 (antes da quebra do banco Lehman Brothers).

Análise e projeções -A LCA está finalizando as revisões dos cenários macroeconômicos, à luz da divulgação do PIB do 3º trimestre (em 06 de dezembro). Apesar de o resultado do PIB no período julho-setembro ter vindo em linha com que a LCA estimava, as revisões das séries históricas do PIB trimestral desde 2009 forçaram uma revisão completa de todos os modelos de projeção.

Ainda assim, já é possível adiantar alguns números preliminares para as contas externas brasileiras. O saldo da balança comercial de bens deverá fechar 2011 superavitário em US$ 27,2 bilhões, caindo para algo próximo de US$ 22 bilhões em 2012 (sobretudo por conta de uma queda esperada dos termos de troca da economia brasileira, reflexo de um PIB mundial que deverá crescer cerca de 3,5%, contra quase 4% em 2011 e quase 5% em 2010).

O déficit em conta corrente deverá se manter em torno de 2% do PIB entre 2011 e 2012. Em US$ bilhões, isso equivale passar de US$ 47,5 bilhões neste ano para US$ 51,3 bilhões em 2012. Já o IED, que em 2011 deverá registrar um saldo próximo a US$ 65 bilhões, deverá cair para algo na faixa de US$ 50 a US$ 55 bilhões (em função da maior incerteza global, que deverá perdurar pelo menos até o final do 1º trimestre de 2012 e, com isso, fazer com que as empresas não-financeiras privilegiem o caixa no curto prazo). Por outro lado, as concessões de aeroportos, de licenças para a telefonia 4G e de campos na região do pré-sal, caso ocorram em 2012 (cenário bastante provável), poderão aumentar esse influxo.

A despeito dessa queda forte esperada para o influxo de IED, as condições de financiamento de nosso déficit deverão continuar relativamente favoráveis, já que o Brasil vem obtendo melhorias de rating soberano e também conta com um colchão bastante robusto de reservas internacionais. É nesse quadro que a LCA enxerga espaço para que o R$/US$ saia do nível bastante pressionado observado nos últimos meses (acima de 1,80) para algo próximo (ou um pouco inferior) a 1,70 no final de 2012.

LCA -Presente no mercado há 16 anos, a LCA é uma das mais respeitadas e atuantes consultorias econômicas do país. Com uma equipe de mais de 70 especialistas em economia, conta com ampla experiência em inteligência de mercados, economia do direito, investimentos e finanças corporativas, análises macroeconômicas e políticas. Além da expressiva atuação nacional, hoje a LCA atende clientes internacionais e já exportou sua tecnologia e produtos para mais de dez países da Europa, Américas e Ásia.

Entre os clientes da LCA estão empresas líderes de bens de consumo e de produção, players de destaque nos serviços e no varejo, os principais escritórios de advocacia, bancos, instituições financeiras e grandes investidores em infraestrutura.

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