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22/12/2011 - 08:55

Porto de Santos: investimentos em infraestrutura marcam gestão em 2011


Forte investimento em infraestrutura e novos projetos foram destaques no balanço do ano.

Em um ano marcado por importantes realizações e cumprimento de compromissos assumidos por ocasião de sua posse, o presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), José Roberto Correia Serra, considera que “as ações implementadas proporcionaram uma expressiva evolução nos principais indicadores econômicos, sociais e ambientais em 2011”.

O movimento de cargas contabilizado até o mês de outubro, por exemplo, leva a Codesp a projetar uma movimentação recorde, em torno de 97 milhões de toneladas. A expectativa era chegar a 100 milhões t, entretanto, a diminuição nos embarques de açúcar - em torno de 15% - reduziu a projeção inicial para este ano. Esse fator foi determinante para a queda de 8% na movimentação de outubro, quando o volume embarcado dessa commodity agrícola decresceu 34,2%.

Quanto ao resultado de balanço, Serra estima situar-se em torno de R$ 100 milhões, mais que o dobro do ano passado. O resultado líquido do exercício até o mês de outubro foi de R$ 79,0 milhões, com a receita líquida chegando a R$ 513,6 milhões e as despesas totalizando R$ 434,5 milhões. Ao longo dos últimos dois anos, a Codesp vem equilibrando suas despesas, entretanto, verifica-se a necessidade de recompor sua receita através de reajuste tarifário, que não ocorre há sete anos, propiciando novos investimentos. A proposta encontra-se sob análise do Conselho de Autoridade Portuária (CAP). Ainda no aspecto financeiro, nos últimos dois anos ocorreu uma expressiva redução no seu passivo, da ordem de R$ 1,2 bilhão, referente a ações trabalhistas e cíveis julgadas em favor da empresa.

Destaca, ainda, que pelo segundo ano consecutivo a Codesp distribuiu participação nos lucros (PLR) à seus empregados, fruto do bom desempenho financeiro. “Esses resultados seriam ainda mais expressivos se tivéssemos maior autonomia”, afirma.

Investimentos - O volume de investimentos realizados em 2011 pelos setores público e privado foi significativo. A Secretaria de Portos (SEP) aplicou recursos do Governo Federal no aprofundamento do canal de navegação para 15 metros e seu alargamento para 220 metros, o que incluiu a derrocagem das pedras de Tefée e Itapema, já concluída. Já a CODESP investiu, com aportes da União, na retirada dos restos do navio Ais Giorgis; nas obras da Avenida Perimetral da margem direita (Santos) e Perimetral da margem esquerda (Guarujá), além do reforço dos berços de atracação.

Quanto aos investimentos privados, foram injetados, principalmente, no parque de equipamentos já adequado à nova condição do canal de navegação, que teve sua profundidade ampliada para 15 metros e sua largura para 220 metros. Entre os terminais que investiram em 2011 destacam-se:

. Terminal.: Investimentos: . Santos Brasil - Investiu R$ 41,6 milhões no Terminal para Contêineres (TECON) e no Terminal para Exportação de Veículos (TEV), até setembro. Foram adquiridos 12 novos guindastes sobre pneus RTG (Rubber Tire Gantry Cranes), que somados aos 34 já existentes chegam a 46 unidades. Esses equipamentos têm capacidade para movimentar, simultaneamente, dois contêineres nos pátios da Santos Brasil, otimizando o espaço de armazenagem e aumentando a capacidade operacional. A empresa investiu, também, na incorporação de novas tecnologias, a exemplo do novo sistema de pesagem direta do contêiner no RTG, antes realizada somente em balanças convencionais. A nova ferramenta ajudou a reduzir uma etapa na operação e o tempo de movimentação. Soma-se a esses investimentos, a aquisição de 30 terminal tractors, com 30 traillers, capazes de puxar até 110 toneladas. Esse investimento foi fundamental para assegurar a utilização, em sua plena capacidade, dos guindastes double hoist recebidos em 2009.

Os investimentos em seu parque de equipamentos e o treinamento e capacitação de sua equipe técnica permitiram-lhe elevar seu índice médio de produtividade (movimento por hora por navio - MPH), entre janeiro e outubro, de 52,70, em 2010, para 69,38, em 2011, sendo que no mês de outubro chegou a registrar 80,67 MPH.

Libra - Dando continuidade ao seu plano de modernização, inovação tecnológica e sustentabilidade, a Libra Terminais Santos recebeu em 2011 mais dois portêineres STS (Ship-to-Shore Crane), para retirada de contêineres dos navios, e três RTG’s (Rubber Tyred Gantry), guindastes sobre pneus, que se movimentam pelo terminal. No Porto de Santos a Libra investiu neste ano R$ 60 milhões em novos equipamentos e infraestrutura.

Os novos RTGs têm uma tecnologia inédita no Brasil (desenvolvida pela Siemens), que garante a diminuição de até 50% no consumo de óleo diesel e a consequente redução de emissões de gases. As máquinas também contam com sistema de GPS (Global Positioning System), que permite ao operador corrigir a direção com mais facilidade e rapidez, que favorece a produtividade.

Já os portêineres contam com o sistema Tandem Single-Hoist, permitindo a movimentação simultânea (carga ou descarga) de dois contêineres de 40 pés ou quatro de 20. As suas lanças têm 55 metros, alcançando até a 21ª fileira de contêineres, vantagens que geram um ganho de produtividade de até 15%. Com as novas aquisições, a Libra Terminais Santos passa a contar com 11 portêineres.

Em 2012 a previsão da Libra é investir cerca de R$ 102 milhões, sendo R$ 69 milhões em infraestrutura e o restante em novos equipamentos. A empresa planeja, ainda, adquirir novas empilhadeiras de pequeno porte, caminhões tractors e scanner, modernizar seus portêineres, implantar um sistema OCR (leitura de placas de veículos) em seus Gates de acesso e um sistema operacional (SPARCS) para planejamento e controle operacional, em tempo real, utilizado nos maiores portos internacionais.

A produtividade nos terminais da Libra passou de 35 MPH, em 2010, para 40 MPH em 2011. A meta para 2012 é atingir 50 MPH.

Brasil Terminal Portuário (BTP)- A BTP informa que realizou um total de R$ 817,4 milhões em 2011 e projeta investir outros R$ 408,7 milhões em 2012. Os recursos foram direcionados para equipamentos, tecnologia da informação, obras civis, dragagem, programas e remediacão ambiental.

.Embraport -A Embraport já investiu, até o mês de novembro deste ano, um total de R$ 430 milhões na implantação de seu novo terminal portuário no Porto de Santos. A expectativa é aplicar cerca de R$ 1,9 bilhão até o término do empreendimento.

.Deicmar- Investiu em estudos, análises e planos ambientais, em 2011, cerca de R$ 2 milhões. Quanto à produtividade, o terminal elevou o movimento de veículos por hora de 105 unidades, em 2010, para 140 unidades em 2011. Segundo a Deicmar, tal incremento só foi possível graças a investimento de R$ 1 milhão na recuperação de 11.172 m² de piso do cais do Saboó.

.Marimex- Investimentos realizados no ano 2011 com obras de infraestrutura e aquisição de equipamentos de pátio no total de R$ 14,37 milhões.

Para 2012, a previsão, também para infraestrutura e aquisição de equipamentos de pátio, é de R$ 13 milhões.

Rumo Logística - A aplicação de recursos da Rumo (Cosan e Teaçu) em seus terminais em 2011 e a projeção para 2012 somam R$ 200 milhões. Os investimentos contemplam obras no Armazém XXIII, com prazo de conclusão previsto para fevereiro de 2012; aquisição de novos transportadores e shiploader, previstos para março próximo; a cobertura do cais para operação de granéis sólidos com chuva, cuja conclusão está prevista para março; o ECOloading, que deve estar concluído ainda este mês; e o moegão, que está previsto para o final do próximo ano.

A Rumo teve um expressivo avanço em seus índices médios de produtividade, passando de 20.160 t/dia (embarque) e 20.522 t/dia (descarga) durante a safra 2010/2011, para 26.381 t/dia (embarque) e 27.508 t/dia (descarga) na safra 2011/2012 (abril a setembro).

Copersucar- Aplicou em sua infraestrutura, em 2011, R$ 10,5 milhões e planeja injetar outros R$ 60 milhões em 2012. O índice médio de produtividade daquele terminal para movimentação de açúcar a granel se mantém em 2.400 toneladas/hora.

Louis Dreyfus: Commodities (LDC) -A empresa investiu em 2011 cerca de R$ 700 mil na automação dos shiploaders, melhoramentos ambientais em saúde e segurança de seus colaboradores em diversas áreas do terminal e em motorização em áreas operacionais. Para 2012 estão previstos aportes de R$ 1 milhão em melhorias nos shiploaders, balanças, correias transportadoras, motorização, saúde e segurança dos trabalhadores e ações ambientais.

A diretoria da Codesp destaca que o volume de investimentos realizados pelas empresas arrendatárias no Porto de Santos, até hoje, somou R$ 1,771 bilhão, aplicados em obras de infraestrutura, aquisição de equipamentos e estudos diversos.

Em agosto deste ano foi autorizada a reabertura de nova licitação para arrendamento de área situada na margem esquerda do porto, na Ilha do Barnabé, onde se encontra terminal, atualmente sob operação da Vopak Brasil S/A, para movimentação e armazenagem de granéis líquidos e produtos químicos, com área de 38.398 m².

No que se refere à infraestrutura, avalia-se que ocorreu um grande avanço, com a dragagem de aprofundamento atingindo cerca de 95% do projeto; a conclusão do derrocamento das pedras de Tefée e Itapema; a retirada do navio Ais Giorgis, em andamento; trechos importantes da Avenida Perimetral da margem direita entregues ao tráfego e o início das obras da Avenida Perimetral da margem esquerda.

Considera-se que não foi possível executar tudo o que havia previsto, por conta, principalmente, de processos de licenciamento ambiental e uma ampla matriz de fiscalização dos procedimentos para licitação que ainda se estendem por períodos consideráveis. Além disso, ações judiciais emperram os processos licitatórios, que levam meses para serem concluídos. “Dessa forma é quase impossível gerir uma empresa dentro de uma determinada lógica porque não sabemos por quanto tempo esses processos vão se estender”, afirma. O presidente lembra que essas obras são importantes e o Porto de Santos precisa tirar proveito delas sob o ponto de vista logístico.

Em 2012 serão iniciados novos projetos importantes para o Porto de Santos, como o reforço de trechos de cais para aprofundamento para 15 metros; o realinhamento do cais de Outeirinhos, com recursos do PAC Copa; e a construção dos píeres da Alemoa e da Ilha do Barnabé. A CODESP projeta abrir concorrência pública para arrendamento da área de Prainha, cujo objeto está sendo reavaliado. Uma das possibilidades é destiná-lo para atender a indústria automobilística. Já o propósito para a área de Conceiçãozinha estará sendo definido até o início do próximo ano. A matriz econômica do novo terminal contemplará todas as variantes, inclusive, o remanejamento das famílias ali instaladas. O trecho entre os terminais 34/35 e 37, também poderá ser reconfigurado.

Para o trecho da Avenida Perimetral nos bairros do Estuário e Ponta da Praia está sendo desenvolvido projeto executivo, por terminais portuários, para remodelação daquele viário, que contempla os modais rodoviário e ferroviário.. Já o trecho da Perimetral que se estende pela reta da Alemoa, envolve a complexidade inerente ao acesso ao porto e aquela relacionada à questão ambiental, que a Codesp pretende resolver em conjunto com o trecho do “mergulhão”.

Além do desenvolvimento de sua infraestrutura o Porto de Santos vem incorporando novas tecnologias, a exemplo do sistema Porto Sem Papel (PSP), implantado pela Secretaria de Portos (SEP), em agosto último. O PSP se caracteriza como a principal ferramenta disponibilizada para agilizar o trâmite de informações no porto. O portal eletrônico do sistema concentra as informações enviadas pelas agências marítimas, de forma eletrônica, para liberação da atracação e operação de navios em uma janela única, acessível aos anuentes desses processos. Essa ferramenta, desenvolvida pelo Serviço Federal de Processamento de Dados (SERPRO), do Ministério da Fazenda, informatizou os procedimentos e integra o setor portuário, na medida em que promove a comunicação de dados entre os agentes intervenientes no processo portuário, eliminando o trâmite de 112 documentos, em diversas vias, e 935 informações em duplicidade junto às seis autoridades anuentes.

O Vessel Traffic Management Information System (VTMIS) virá como outra inovação tecnológica que contribuirá para o desenvolvimento logístico do porto. O presidente acredita na prorrogação do Reporto e na inclusão dos itens do novo sistema nesse regime. A medida provisória (MP) que estenderá o Reporto por mais quatro anos já se encontra na Secretaria da Casa Civil para publicação. O ministro da SEP, Leônidas Cristino, solicitou ao ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, a inclusão dos aparelhos do VTMIS na MP.

Quanto ao controle de tráfego em terra, Serra explica que não adianta construir somente as avenidas perimetrais sem agregar a elas um sistema de inteligência de tráfego. “Nós já conseguimos iniciar um processo de monitoramento dos caminhões que chegam e saem do porto, com 24 horas de antecedência. Entretanto, ainda não é suficiente. A partir do próximo ano a SEP lançará a segunda etapa do projeto Porto Sem Papel, que tratará do controle inteligente da chegada e saída da carga ao porto. Medidas como essa, segundo o presidente, facilitarão a gestão do tráfego, minimizando a necessidade de novos investimentos em infraestrutura no viário do porto. Outra medida que teremos que implementar e que se caracteriza como um dos desafios para 2012 é desconcentrar o horário de chegada de veículos de carga. Os caminhões que operam somente na região, em sistema conhecido como “vira”, também terão de ter um tratamento especial.

A Codesp submeteu o novo Plano de Desenvolvimento e Zoneamento do Porto 2011-2024 ao seu Conselho de Administração (CONSAD), no mês de dezembro, para encaminhá-lo, posteriormente, ao Conselho de Autoridade Portuária (CAP). Haverá um comitê acompanhando seu desenvolvimento, que gerará projetos em todas as áreas. Serra explica que esta versão do PDZPS é o instrumento onde a direção da Codesp assume compromissos do que fazer e em quais prazos. Integra o PDZPS o aproveitamento do sistema hidroviário da Baixada Santista. Serra espera novidades no que se refere aos estudos que estão sendo realizados pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) e pela SEP com esse objetivo.

No aspecto organizacional o presidente destaca a realização de concurso público, que trouxe para o quadro funcional profissionais que passam a atuar em novas atividades da empresa, centradas, principalmente, nas áreas ambiental e tecnologia da informação. “Os resultados nos estimulam a enfrentar os conhecidos, mas complexos, desafios postos diante do Porto de Santos, que só serão vencidos com o comprometimento de todos com as metas da empresa, inclusive da nova geração”, afirma.

Revela que no próximo ano um dos focos da administração será sistematizar a estrutura da Companhia, moldando-a de forma a atuar em sintonia com as necessidades do mercado. O diretor de Administração e Finanças, Alencar Costa, explica que alguns passos já foram dados nesse sentido, a exemplo da aplicação do Plano de Incentivo ao Desligamento Voluntário (PIDV), que desligou do quadro funcional entre 2010 e 2011 um total de 314 empregados, e a realização de mais um concurso público que insere uma nova geração de portuários na empresa em um momento de profunda transição.

Costa revela que em 2011 foram admitidos um total de 230 novos colaboradores, aprovados nos concursos públicos realizados em 2010 e 2011. O evento deste ano envolveu um total de 7.872 candidatos, dos quais 1.333 foram aprovados. Para treinar seu pessoal a CODESP realizou, neste ano, 115 cursos nas áreas de informática, meio ambiente, direito, gestão empresarial, saúde, administração, entre outros, envolvendo 1.477 empregados, em um total de 27.132 horas de capacitação e treinamento. O diretor comenta que há muito a evoluir no modelo de gestão e que o caminho é o desenvolvimento de seu pessoal e a busca permanente por inovação. “Com esse engajamento poderemos responder com eficiência aos desafios futuros e ao nosso próprio anseio de participar ativamente desse cenário de mudanças”, afirma.

Essa conjuntura requer o desenvolvimento de programas de treinamento e qualificação para o exercício de novas atividades, bem como a reestruturação do plano de cargos e salários, com uma estrutura gerencial que dê fluidez às ações da empresa e com salários compatíveis ao que hoje se pratica no mercado. “O Porto de Santos é um ponto de referência muito forte no cenário nacional, assim, é preciso que ele se atualize nesse processo e se imponha como um agente que veio para trazer soluções ao mercado°, explica o presidente.

Desempenho Comercial- Movimentação - O diretor de Desenvolvimento Comercial, Carlos Kopittke, comenta que três anos após a crise financeira mundial iniciada em fins de 2008, as principais economias ainda encontram dificuldades para retomar os índices de desenvolvimento anteriores àquele ano. Nesse cenário de incertezas, alternado por previsões otimistas e pessimistas, o Porto de Santos registrou movimentação, até outubro último, de 81,9 milhões toneladas, aumento de 0,8% em relação ao mesmo período do ano passado, quando totalizou 81,3 milhões t. Kopittke estima que passem pelo porto, até o final do ano, cerca de 96,9 milhões t de carga, cerca de 1% acima de 2010 (96,0 milhões t), considerando o previsto para os meses de novembro e dezembro.

O diretor diz que a expectativa é movimentar em torno de 98,8 milhões t em 2012, com base nas informações fornecidas pelas empresas usuárias e arrendatárias e dados dos órgãos oficiais. Esse resultado, se confirmado ao longo do próximo ano, deverá superar em 1,9% a expectativa para 2011. Os líquidos a granel deverão apresentar índice de crescimento mais significativo em relação à previsão final de 2011 (+4,2%), seguidos pela carga geral (+2,9%) e sólidos a granel (+0,2%).

Líquidos a granel - Os líquidos a granel deverão atingir em 2012 em torno de 16,7 milhões de t, superando em 4,2% a previsão final de 2011 (16,1 milhões de t), com destaque para o crescimento esperado na movimentação de amônia (+34,5%) e álcool (+25,2%).

.Amônia - Utilizada na fabricação de fertilizantes agrícolas como o nitrato de amônia, superfosfatos e nitrogenantes, a amônia também serve como matéria-prima na produção de fibras e plásticos, produtos de limpeza, explosivos etc. O crescimento previsto representa movimentação adicional de, aproximadamente, 98,0 mil t além da previsão final de 2011.

.Álcool - O crescimento de 25,2% referente à previsão para 2011 representa acréscimo em torno de 408 mil t. Até outubro último, as exportações do produto através do porto santista ultrapassaram 1 milhão de t, 12,9% acima do verificado em igual decamestre de 2010 (963,9 mil t). Além do crescimento nas exportações do produto, foi verificado aumento nas importações, com um total acumulado entre janeiro e outubro de 280.582 t, superando em 314,4% o volume do mesmo período do ano passado (68,1 mil t).

.Soda Cáustica - A previsão é que ocorra uma queda de 20,6% (181,0 mil t) em relação à estimativa final para 2011. A soda cáustica é utilizada nos mais variados processos industriais, entre os quais a fabricação de produtos para os setores automotivo, construção civil, produção de metal, eletrônicos, alimentos, recreação, clínicas e laboratórios, medicamentos e tratamento de água. Até outubro de 2011, as importações de soda cáustica somaram 733,9 mil t, 10,3% abaixo do verificado no decamestre correspondente do ano passado (665,2 mil t).

Carga geral - A expectativa para esse segmento é atingir, aproximadamente, 37,6 milhões de t no próximo ano, 2,9% acima da previsão final de 2011 (36,5 milhões de t).

. Contêineres - O crescimento mais significativo para 2012 está previsto para a carga contêinerizada, que deverá ficar em torno de 33,4 milhões de t (5% acima do previsto para 2011 - 31,8 milhões de t). Em teu (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés) a expectativa é totalizar 3,1 milhões teu. Nos 10 primeiros meses de 2011, passaram pelo porto santista 2,5 milhões teu.

.Carga solta – Para a carga solta espera-se uma retração de 11,1% na movimentação, provocada pela redução nas exportações de sucos cítricos em tambores e produtos siderúrgicos (placas e laminados). A expectativa é que sejam movimentadas 4,2 milhões t. Esta queda está sendo compensada, em parte, pelo aumento nas exportações de celulose e veículos.

.Celulose - A recuperação econômica dos mercados internacionais deverá se refletir nas exportações de celulose através do porto santista. As empresas do setor estimam um crescimento na movimentação em torno de 11%, que se baseia no aumento do consumo por parte dos mercados emergentes, como China, Índia, Rússia, Leste Europeu e América Latina.

. Veículos – A expectativa é que sejam movimentados em 2012 um total de 411,7 mil unidades, representando acréscimo de 1% em relação a este ano. Está sendo estimado um crescimento de 10% para as exportações no próximo ano e queda de 20% nas importações. Vale lembrar, que no caso das importações o mercado deverá ser afetado pelo Decreto 7.567, de 15 de setembro de 2011, que regulamenta a Medida Provisória 540/11. Na prática, o diploma jurídico aumenta o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos veículos importados ou daqueles que tenham menos de 65% de seu custo final produzidos no Brasil.

Essa medida produziu retração no mercado nacional de importados. Segundo José Luiz Gandini, presidente da Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores (Abeiva), “no primeiro momento após o anúncio do decreto houve uma corrida às concessionárias de importadoras, mas logo no início de outubro, o setor sentiu duro golpe. Embora estejamos satisfeitos com o Supremo Tribunal Federal, ao suspender a aplicabilidade do Decreto, depois de 45 dias, nossas associadas não tiveram tempo de se programar”.

O executivo explica que o ciclo de importação, entre pedido, confirmação do pedido, produção e período de transporte é de, no mínimo, 90 dias. Assim, mesmo com a suspensão do IPI em 20 de outubro, o setor ficou impossibilitado de trazer mais unidades para o país, já que os próximos pedidos passam a desembarcar somente na segunda quinzena de janeiro de 2012, ou seja, já estarão em vigor as novas alíquotas do IPI”. Para Gandini, “a tendência das vendas em novembro e dezembro é de retornar à média mensal de 2011. Devemos alcançar, nos últimos dois meses do ano, um total de 35 mil unidades. Com isso, chegaremos a 200 mil unidades no ano”.

Sólidos a granel – A previsão para o próximo ano é movimentar em torno de 44,5 milhões de t de granéis sólidos, superando em 0,2% a previsão final de 2011 (44,4 milhões de t), com destaque para as expectativas de crescimento da soja peletizada (+29,9% em relação à previsão final de 2011), enxofre (+25%), açúcar (+14,9%), soja em grãos (+4%), trigo (+2,2%) polpa cítrica peletizada (+2,1%). Em contrapartida, devem decrescer, no próximo ano, as movimentações de minério de ferro (-96,3%), adubos e fertilizantes (-40%), milho (-13,7%) e carvão (-7,2%).

.Soja peletizada - Espera-se que a soja peletizada apresente, em 2012, crescimento de 29,9% em relação ao previsto para este ano, confirmando a expectativa do complexo soja brasileiro de ganhar mercado no próximo ano. Segundo a Análise Mensal da Soja, veiculada pelo Portal Pioneer em outubro último, “os embarques de farelo de soja avançaram 9,1% sobre setembro e 12,7% frente a outubro do ano passado, totalizando 1,4 milhão de t”. Ainda de acordo com a análise, “em 2011, já foram exportadas 12,2 milhões de t, 3,8% acima do mesmo período de 2010 e o segundo maior da história, perdendo apenas para 2004, quando saíram pelos portos brasileiros 12,6 milhões de t nos 10 primeiros meses do ano”.

.Enxofre – A projeção para as importações de enxofre é de crescimento em torno de 25%, que corresponderá a um volume a mais de, aproximadamente, 495,0 mil t em relação à previsão final de 2011. De acordo com o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), o produto é utilizado, principalmente, na indústria de fertilizantes, na qual, através do ácido sulfúrico são obtidos o ácido fosfórico, superfosfato e sulfato de amônia. Também é utilizado nas indústrias metalúrgica, de pigmentação, celulose, petróleo e no tratamento de água, bem como na fabricação de baterias, detergentes, fungicidas, cosméticos, explosivos etc.

.Açúcar – A retração verificada na movimentação de açúcar entre janeiro e outubro de 2011 foi causada pela combinação de fatores como preços baixos no mercado internacional, baixa produtividade do produto nacional a possibilidade de expressivas safras de grandes produtores como Tailândia e Rússia. As empresas do setor, entretanto, apostam num cenário otimista para 2012, com crescimento da movimentação em torno de 14,9%.

. Minério de ferro - A queda mais expressiva está prevista para as importações de minério de ferro, estimada em torno de 96,3%, atribuída aos estoques altos, formados ao longo de 2011, e à opção por outros modais, como a ferrovia. O minério de ferro é movimentado somente no Terminal Marítimo Privativo de Cubatão (TMPC), administrado pela empresa Usiminas. A grande maioria do minério que abastece a usina chega ao terminal através da navegação de cabotagem, proveniente, principalmente, do Porto de Tubarão, no Espírito Santo.

.Adubos e fertilizantes - Segundo as empresas do setor que atuam no Porto de Santos, adubos e fertilizantes deverão experimentar um decréscimo de 40% em sua movimentação no próximo ano.

.Carga Geral Solta e Contêinerizada, em toneladas:

.Granéis Líquidos:

.Granéis Sólidos:

Ações comerciais - Kopittke explica que em agosto de 2011 foi autorizada abertura de nova licitação para arrendamento de área situada na margem esquerda do porto, na Ilha do Barnabé, onde se encontra terminal, atualmente sob responsabilidade da Vopak Brasil S/A, para movimentação e armazenagem de granéis líquidos e produtos químicos, com área de 38.398 m².

A Codesp firmou, em 2011, dois acordos de cooperação internacional, com as autoridades portuárias de Barcelona (julho) e Veneza (dezembro) e recepcionou 62 delegacões comerciais, das quais 19 estrangeiras. Recebeu, também, 42 comitivas governamentais nacionais e 28 estrangeiras e 107 entidades acadêmicas, envolvendo cerca de 3.523 estudantes universitários. Finalmente, participou de 14 eventos de negócios.

Dentre os visitantes destacaram-se o Primeiro-ministro da Letônia, Valdis Dombrovskis, que assinou em 11 de julho acordo de portos irmãos entre a Autoridade Portuária de Santos e a do Freeport, de Riga, maior porto daquele país; e o ministro do Transporte, Construção e Desenvolvimento Urbano da Alemanha, Peter Ramsauer, que veio a Santos conhecer as atividades desenvolvidas no maior porto brasileiro, procurando futuras oportunidades de convênio junto ao governo alemão.

Na esfera governamental destacou-se a recepção da Subcomissão de Portos e Vias Navegáveis da Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados, que veio conhecer, in loco, a situação, o modelo de gestão e os projetos de expansão do porto.

Pela sua contribuição no escoamento das exportações do Estado de Minas Gerais, o Porto de Santos foi homenageado em maio último, pelo governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia e pelo ministro de Desenvolvimento Indústria e Comércio, Fernando Pimentel, durante a entrega do prêmjio Exporta Sul de Minas. Esse prêmio foi estabelecido como reconhecimento aos exportadores que contribuíram para colocar o Estado de Minas Gerais como o segundo maior exportador do país. Santos é uma das principais portas de saída da produção mineira, respondendo pelo embarque de US$ 6,18 bilhões de suas exportações e pela descarga de US$ 2,91 bilhões de suas importações, que representam 9,5% da Balança Comercial.

Um ano de grandes empreendimentos-“Garantir as condições de infraestrutura do porto tem sido um trabalho constante nos últimos anos, principalmente em função do aporte de recursos que o governo federal, através da Secretaria de Portos, tem aplicado no setor portuário em Santos”, afirma o diretor de Infraestrutura e Execução de Obras, Paulino Vicente, destacando o intenso ritmo de serviços e o ganho que tais obras já representam para o complexo portuário.

“Já entregamos 5,5 quilômetros de via expressa na margem direita, com pista dupla e três faixas de rolamento em cada sentido, contando com viadutos em pontos estratégicos, resultando na eliminação dos até então recorrentes congestionamentos na área portuária”, comemora o diretor, explicando que, com a implementação das próximas etapas, teremos à disposição um eficaz sistema viário que atende, inclusive, a significativa parcela do tráfego urbano, representando a mais importante obra viária da cidade nos últimos 30 anos.

Para o tráfego portuário, a modernização do viário, além da agilidade de escoamento através de vias expressas, a supressão da interferência entre trem e caminhão com a construção dos viadutos permitiu maior participação do modal ferroviário com composições mais extensas. Entre 2009 e 2011 o transporte de açúcar para o Porto teve redução de 297 mil caminhões com a carga migrando para a ferrovia.

Além da significativa economia com frete e a logística do trem, cabe destacar o valioso ganho ambiental e a melhoria que a redução do transporte rodoviário traz às nossas estradas. Essa alteração na matriz de transporte fornece condições para a ampliação do negócio do açúcar como o aumento da capacidade estática para incrementar a movimentação”.

A continuidade dos serviços de implantação da Avenida Perimetral da Margem Direita, aguarda conclusão de processo licitatório para contratação do projeto executivo das obras da passagem subterrânea da região do Valongo, o chamado Mergulhão, e para execução de obras para melhoria do viário na região do Saboó.

O projeto do Mergulhão deve ser concebido dentro de duas importantes diretrizes: viabilizar o cruzamento em desnível entre os fluxos rodoviário e ferroviário existentes no local e contemplar a análise das interfaces com as áreas no entorno do empreendimento, garantindo a manutenção ininterrupta da operação do porto e de seus acessos com a preservação dos locais de patrimônio histórico.

A passagem subterrânea inicia-se na região do prédio da Alfândega, na Avenida Perimetral Portuária, estendendo-se por, aproximadamente, 1,5 km, até a altura da Rua Cristiano Otoni, interligando-se novamente ao viário existente.

Para o desenvolvimento do projeto estão previstas, em ordem prioritária de implantação, a própria passagem, que contará com três faixas de tráfego em cada sentido, com as respectivas alças de acesso, conexões e centro de controle operacional; o remanejamento do ramal ferroviário existente, com novo alinhamento, em via dupla, transpondo a Avenida Perimetral sobre o trecho rebaixado da passagem subterrânea em desnível e a reurbanização da área de influência das obras.

Está previsto para 17 de janeiro próximo a abertura das propostas para definir a empresa vencedora que terá prazo de 13 meses para entrega do projeto. A obras tem prazo estimado de três anos para realização.

A execução de obras para melhoria do sistema viário na região do Saboó abrange a construção de uma via atrás da área do Tecondi, local de grande fluxo em função da alta movimentação de contêineres na região e por ser trecho de tráfego de passagem para toda extensão da margem direita. Trata-se de construção de via com 820 metros de extensão e 10,5 metros de largura. “Estamos considerando esta obra como a primeira fase da Perimetral nesse trecho”, explica Paulino, lembrando que a licitação já foi aberta e irá ligar a Avenida Augusto Barata com o início do mergulhão.

A etapa da Perimetral entre o canal 4 e a Ponta da Praia, trecho de 3,5 quilometros com licitação prevista para a segunda metade de 2012, terá o projeto executivo concluído até o final do primeiro semestre. Os terminais da Libra Terminais, CBA, NST e Terminal XXXIX contrataram empresa de engenharia para, sob coordenação da CODESP, elaborar o projeto que será doado à Autoridade Portuária. Está prevista a remodelação rodoferroviária – situando as linhas férreas mais próximas à Avenida Mário Covas, reposicionamento da ciclovia, pavimentação asfáltica, modernização da iluminação pública e estudos para transposição em desnível para veículos rodoviários e composições ferroviárias.

As obras para construção da Avenida Perimetral Portuária do Guarujá foram iniciadas em agosto deste ano com trabalhos de topografia, limpeza do terreno, transporte de materiais e início da terraplenagem. Atualmente, metade dos serviços de estaqueamento para os blocos de apoio dos viadutos está concluído e teve início a confecção dos blocos e vigas pré-moldadas, bem como os serviços de alargamento da Avenida Santos Dumont na área do Porto, no trecho entre a Rua Idalino Piñez e o terminal da Dow Química, com obras de redrenagem de águas pluviais, troca de solo e reforço de base.

O sistema viário da margem esquerda do Porto de Santos é um corredor viário estabelecido ao longo do perímetro portuário na região entre as instalações do Terminal de Contêineres da Santos Brasil S.A. até a Dow Química S.A, numa extensão de, aproximadamente, 2,5 km.

O empreendimento vai racionalizar e dar fluidez de tráfego aos veículos de carga em trânsito pela região portuária, com a implantação de novo circuito de acesso e saída, eliminando-se, com o sistema de viadutos, um dos principais gargalos na região, representado pelo cruzamento em nível do atual sistema rodoferroviário.

Para tanto, dois viadutos justapostos para acesso e saída da área portuária serão interligados à Rua do Adubo e à Avenida Santos Dumont. O viaduto de acesso ao Porto direciona o fluxo até uma rotatória de acesso aos terminais, e o de saída recebe os fluxos procedentes do viário já existente ou os veículos que deixam os pátios das empresas Santos Brasil e Localfrio. O viaduto de entrada contará com três faixas de rolagem e o de saída duas faixas, ambos com recuos e defensas laterais. As estruturas serão executadas em vigas pré-moldadas apoiadas em travessas, pilares e blocos de concreto sobre estacas metálicas cravadas no solo.

A Avenida Perimetral no Guarujá segrega o trânsito portuário do urbano. Para o tráfego de cargas são cinco faixas de rolamento e, para o tráfego da cidade, quatro faixas com passeios, ciclovia, iluminação pública e paisagismo.

Para a Avenida Santos Dumont, o projeto prevê o deslocamento no sentido da lateral esquerda (bairro-centro) de modo a liberar espaço para o novo traçado. A intervenção terá início nas proximidades da Rua Manuel Hipólito do Rego até a próximo à Rua Valdomiro Macario. A seção transversal será constituída de duas pistas separadas por canteiro central com 1,50 m de largura.

A obra envolverá frentes de serviços abrangendo os serviços de drenagem, pavimentação, obras de arte especiais (viadutos), iluminação, sinalização viária e semafórica e paisagismo, bem como está programada para ser realizada sem provocar interrupções no tráfego, minimizando impactos no trecho. O empreendimento, integrante do PAC, tem valor estimado de R$ 51,9 milhões e o prazo para conclusão, estipulado em contrato, é janeiro de 2013.

A segunda fase da Perimetral no Guarujá já teve avaliado em conjunto com a prefeitura do município qual o melhor traçado para interligação da via com a rodovia Cônego Domênico Rangoni, optando-se pela ligação nas proximidades do terminal da Dow Química.

Quanto à infraestrutura aquaviária, está praticamente concluída a dragagem de aprofundamento para 15 metros e alargamento para 220 metros, empreendimento que permite ao Porto de Santos ampliar em até 30% sua capacidade de movimentação, possibilitando a navegação simultânea nos dois sentidos de direção e condições de receber navios de até 9 mil teu (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés).

“Cerca de 95% dos 24,5 quilômetros de extensão do canal de navegação, desde a entrada da barra até a Alemoa, já foram aprofundados para a cota de 15 metros, exceto parte da extensão do trecho 4, entre o armazém 6 e a Alemoa”, informa o diretor, explicando que, na área do Terminal de Granéis Líquidos, o serviço ainda aguarda liberação da autoridade ambiental para conclusão.

A alta incidência de ressacas em 2011, que acelerou significativamente o acúmulo de sedimentos no canal, provocou, inclusive, a necessidade de serviço de manutenção do aprofundamento, realizada entre os meses de setembro e novembro.

Ainda para garantir o aprofundamento e alargamento do canal, foi necessária a intervenção para a eliminação de três interferências: as pedras de Teffeé, Itapema e os restos do naufrágio do navio Ais Giorgis.

Para a derrocagem das pedras, optou-se pela fragmentação por explosão, com utilização de moderna tecnologia, inédita no país e ultilizada com sucesso no canal do Panamá, com contratação da perfuratriz Yuan Dong 007, construída especialmente para essa atividade. Trata-se de uma embarcação com 100,86m de comprimento e 17,6m de largura, equipada com propulsor lateral de proa, seis guinchos de âncora, duas colunas de apoio de trabalho e outras duas auxiliares. A perfuratriz, de origem chinesa, atuou em todo o processo da derrocagem, desde a perfuração da rocha, o carregamento e a preparação do explosivo até a detonação. A embarcação possui dez torres de perfuração capazes de suportar uma coluna de perfuração de 28m de comprimento.

Com essa tecnologia foi possível reduzir de dezoito para três meses todo o serviço de fragmentação das pedras, permitindo, inclusive, a liberação do cais do Terminal para Passageiros antes do início da temporada de cruzeiros marítimos que teve início em 30 de outubro.

O empreendimento contou com um plano de proteção à fauna existente no canal do Estuário. Para isso, foi utilizada uma carga suspensa de pequena intensidade antes das detonações. Uma cortina de bolhas ao redor de toda a área de trabalho foi produzida para reduzir o impacto da pressão hidrodinâmica da detonação, controlando a onda de choque gerada.

Durante todo o período de execução da derrocagem, equipes de diferentes áreas atuaram simultaneamente, visando o monitoramento ambiental e a divulgação das atividades. Uma delas, formada por biólogos, verificou a presença de espécies de mamíferos aquáticos, como botos e golfinhos, e de tartarugas na área de trabalho da embarcação. Outra acompanhou a intensidade das detonações para evitar danos às edificações próximas às pedras.

As atividades desenvolvidas durante a derrocagem das duas rochas tiveram o acompanhamento do Consórcio CHL, contratado pela Secretaria de Portos (SEP) para fiscalização do empreendimento (dragagem de aprofundamento e derrocagem), Codesp, por intermédio de sua Superintendência da Saúde, Segurança e Meio Ambiente, e da Fundação de Estudos e Pesquisas Aquáticas (Fundespa).

Considerando dragagem e derrocagem, a Codesp ficou responsável pela implantação de 25 programas básicos ambientais, atendendo às demandas previstas para expedição de Licença de Instalação das obras.

A retirada dos restos do naufrágio do Ais Giorgis, iniciada em outubro, foi precedida pela remoção dos sedimentos acumulados nos destroços do navio, executada em duas etapas. Primeiramente foi removido o volume de sedimentos contaminados, transportado por tubulação interligada a um canteiro de obras, especialmente preparado, na Margem Esquerda do porto. A outra etapa é a retirada do material em conformidade com os padrões estabelecidos para descarte dentro do polígono oceânico, licenciado para receber material proveniente de processos de dragagem. Esta segunda retirada de sedimentos é necessária para viabilizar os trabalhos de corte e içamento das partes do Ais Giorgis.

A retirada dos restos ocorre com o corte e içamento das partes por um guindaste flutuante de grande capacidade e a remoção para o canteiro na margem esquerda. A expectativa é concluir a obra até abril do próximo ano.

Um dos grandes empreendimentos de infraestrutura para o Porto de Santos com previsão de início ainda no primeiro semestre de 2012 é a construção e adequação para alinhamento do cais de Outeirinhos. A iniciativa irá agregar maior estrutura de atendimento à demanda por leitos na região durante a realização do maior evento esportivo, a Copa de 2014. Com a execução de 1.320 metros de cais, entre os armazéns 23 e 29, o Porto de Santos oferecerá a possibilidade de atracar até seis navios de passageiros na região de Outeirinhos, disponibilizando 15,4 mil leitos de alta qualidade.

Com o alinhamento do cais, as profundidades passam do mínimo de 4,5 m no trecho da Marinha do Brasil e de 7,5 m no cais do Terminal de Passageiros para 15 metros, permitindo a atracação dos maiores navios que chegam a Santos. O ganho estende-se para o atendimento na operação de cargas, com destaque para carga geral e carga de projeto, além de melhores instalações para acomodar navios da Marinha do Brasil.

O empreendimento destaca-se pelos próprios números: 1320 metros de cais que demandarão cravação de 682 estacas, cerca de 85% em leito rochoso, com comprimentos em média de 30 a 40 metros. Os serviços deverão gerar cerca de 600 empregos diretos.

Prevista para ser concluída num prazo de 26 meses, a obra está estimada para entrega da primeira fase, do cais da Marinha ao T-Grão, em abril de 2013 e da segunda fase, do T-Grão ao Concais, em dezembro de 2013.

Outra obra envolvendo infraestrutura de cais é a de reforço do cais dos armazéns 12-A ao 23 deverão ser anunciadas para licitação ainda este ano. O projeto executivo foi cedido à CODESP pelos principais terminais instalados nesse trecho (Terminal 12-A, Rodrimar, Rumo Logística, Cosan, Copersucar e Pérola). Com cronograma estimado em 22 meses, a estimativa é iniciar os serviços logo após o primeiro semestre de 2012.

Os serviços se estenderão por trecho de 1,7 mil metros de cais, onde serão realizados serviços de reforço nas estruturas do cais, com injeção de concreto na base do cais e perfis metálicos que garantam o aprofundamento do berço para 15 metros, além da recuperação de estacas e lajes eventualmente avariadas.

Mais uma obra de recuperação e reforço de cais está previsto para Santos, com licitação a ser deflagrada ainda este ano. Trata-se do projeto previsto para o os 4 píeres de atracação do Terminal de Líquidos da Alemoa que permitirá o aprofundamento para 14 metros. A expectativa é iniciar licitação até o final do ano. O projeto executivo foi doado pela empresa Transpetro.

Serviço semelhante será realizado na Ilha Barnabé, onde está prevista recuperação e reforço de 315 metros de cais, também para operação de líquidos a granel. O projeto executivo foi ofertadoo pela empresas Argeo e Copape. A licitação deve ser lançada em fevereiro de 2102.

O grande projeto para expansão da infraestrutura de atendimento para os granéis líquidos é a construção de dois berços, no lado sul do Terminal de Granéis Líquidos da Alemoa. A empresa Planave elabora projeto executivo para a Associação Brasileira de Terminais de Líquidos – ABTL com previsão de conclusão para agosto de 2012.

Um dos pontos destacados pelo diretor de Infraestrutura e Execução de Obras é a mobilização e o empenho da CODESP quanto à ação na área de gerenciamento ambiental. Paulino frisa todo esforço e recursos destinados para o acompanhamento e atendimento a todos os empreendimentos executados no Porto de Santos, com intervenções que envolvem também aspectos histórico, arqueológico e cultural com diversas contrapartidas em prol da comunidade.

O diretor aguarda com forte expectativa a emissão pelo Ibama da Licença de Operação do Porto de Santos, instrumento que agilizará bastante os empreendimentos previstos. A Codesp concluiu em 29 de agosto o trabalho contendo os programas estabelecidos pelo órgão ambiental e estima que em até 60 dias a Licença seja emitida.

Outra ação destacada são as obras de restauração do edifício do Ministério da Agricultura e de revitalização no entorno da Bacia do Mercado, contido no Termo de Ajuste de Conduta, em atendimento ao Ministério Público (estadual e federal). Os dois empreendimentos situam-se no bairro do Paquetá e tem caráter de contrapartida à execução das obras da avenida Perimetral da Margem Direita. Os serviços serão iniciados em janeiro e têm conclusão prevista para o segundo semestre de 2012.

Planejar a expansão do Porto de Santos-Com diversas alternativas de crescimento, o Porto de Santos tem como um dos principais desafios planejar sua ampliação embasado por várias propostas e estudos que apontam para um horizonte de possibilidades, demandando uma análise apurada que determine as mais adequadas ações para a expansão do principal complexo portuário do país com qualidade e eficiência.

A área de Planejamento Estratégico e Controle tem essa missão como atribuição principal, marcando sua atuação neste ano pelo acompanhamento e avaliação dos resultados do estudo de expansão e de acessibilidade , pela conclusão do Plano de Desenvolvimento e Zoneamento do Porto de Santos (PDZPS) e, também, por novas ações como a elaboração de estudos mais apurados sobre o potencial hidroviário da região e a apresentação de importante trabalho sobre viabilidade para a implementação de Zona de Atividades Logísticas no entorno do Porto de Santos.

O diretor destaca que os estudos de expansão e de acessibilidade se consolidaram como instrumento básico e fundamental para o planejamento do porto. Ambos foram realizados a partir de metodologia científica, pesquisas apuradas e um detalhamento que permite programar com bastante precisão seus rumos.

O Plano de Expansão caracterizou o cenário portuário em três qüinqüênios, considerando o momento atual e os principais projetos consolidados, aliados a estudo de demanda da hinterlândia, abrangendo mercados de origem e destino, principais parceiros comerciais e PIB médio brasileiro e mundial, entre outras variáveis.

O estudo de acessibilidade identificou gargalos nos acessos à região portuária, identificando os projetos necessários para atender com eficiência o novo perfil do porto, dimensionando acessos rodoferroviários de acordo com o estabelecido como expansão portuária para Santos.

“As informações contidas nos dois trabalhos ofereceram uma linha de ação e um balizador para a finalização do PDZPS “, destaca Barco, explicando que apesar de algumas “correções de curso” serem necessárias, principalmente em virtude da crise dos Estados Unidos e Europa e da desaceleração na Ásia, a grande parte das projeções de demanda na movimentação de cargas se mostraram “factíveis e reais”.

Para garantir a validade dos dados contidos no estudo de expansão e das ações lançadas no PDZPS, a Codesp implantará monitoramento e atualização das informações, promovendo a qualidade e a aplicação do novo plano.

“Aliás, trata-se de um plano totalmente diferenciado dos já produzidos para o Porto de Santos”, destaca Barco. “Com mais de 800 páginas, configura-se em um trabalho completo e abrangente, fruto das disposições previstas na portaria 414, de 2009, da Secretaria de Portos, que estabeleceu as diretrizes para a sua elaboração, refletindo bastante todo esforço desenvolvido pela Secretaria junto às companhias docas do país.

Bastante descritivo, o plano traz toda a organização administrativa da empresa, órgãos colegiados, marcos regulatórios, instalações físicas, fluxos de carga, movimentação de mercadorias, aspectos ambientais, integração entre o porto e a cidade, numa edição bem ilustrada com quadros, gráficos e fotos. O trabalho chega a extrapolar o próprio porto quando analisa itens como acessos externos à área portuária, frota de navios, produção agrícola e industrial, além de toda infraestrutura logística do país de alguma forma atrelada ao negócio portuário.

“Nada escapa ao PDZPS, que certamente irá surpreender e causar um impacto muito positivo para as ações de expansão do Porto de Santos”, afirma o diretor. Com uma análise muito elaborada e precisa da situação, traz um diagnóstico embasado em função da caracterização de demandas de carga e perfil de embarcações, propondo plano de ação que será acompanhado por equipe designada pela diretoria da Codesp, composta por técnicos da empresa, sob coordenação da área de Planejamento Estratégico e Controle.

Atualmente, o Plano está em avaliação pelos membros do Conselho de Administração (CONSAD) da Codesp. O próximo passo será o encaminhamento ao Conselho de Autoridade Portuária (CAP).

Quanto a potencial área para a expansão física do porto, situada na região continental, a Codesp submeteu os projetos de viabilidade apresentados pela iniciativa privada a uma detalhada análise, concluindo que deveriam atender a uma série de aspectos legais e técnicos. Ainda com relação à utilização da área, enquanto a nova poligonal que demarca o espaço do Porto Organizado de Santos não estiver aprovada, não há como definir qualquer projeto no local.

“O planejamento para a criação de uma Zona de Atividades Logísticas (ZAL) no entorno do porto é um dos principais projetos apresentados em 2011” , avalia do diretor, explicando que o estudo elaborado por técnicos espanhóis do Advanced Logistics Group e ofertado à SEP pelo governo da Espanha, é inspirado no mesmo conceito já implementado para o Porto de Barcelona, que tem certa similaridade com as características do complexo portuário santista. Os estudos passam por modelagem final na SEP com participação técnica da Codesp.

Com previsão, numa fase inicial, de cerca de um milhão de metros quadrados de superfície ocupados, a ZAL deve atender às demandas, dispondo de amplas instalações com configurações variáveis para armazéns e pátios, retroporto para assumir o tráfego gerado pela zona, centro de serviços que possa atender à demanda das empresas que se instalarem no local e um truck center para apoio ao intenso fluxo na instalação. O estudo conclui que sua criação repercute com efeitos socioeconômicos positivos e facilita o ordenamento e a concentração de fluxos necessários para a otimização do tráfego em Santos.

O diretor de Planejamento e Controle é um grande entusiasta do projeto, considerando sua implantação uma solução natural para ampliar e agilizar a oferta de atendimento. “Uma ZAL em Santos funcionaria como um autêntico buffer que serviria para alimentar as duas margens do porto, reunindo vantagens como áreas alfandegadas, concentração de escritórios dos agentes públicos e privados intervenientes no processo de fluxo da carga e uma localização estratégica, já sugerida para a região situada no entorno do acesso à Ilha Barnabé, nas proximidades da rodovia Cônego Domênico Rangoni”, explica Renato Barco, destacando que o projeto é surpreendente e incorpora os mais modernos conceitos hoje em aplicação nos principais portos do mundo.

Outra iniciativa importante para desenvolver o crescimento da oferta de atendimento para o Porto de Santos é a utilização do enorme potencial hidroviário que a região oferece. “A propósito – comenta Barco - uma das ações determinantes para a ampliação da capacidade em Santos será a integração desse modal contribuindo de forma significativa para a retirada de caminhões dos centros urbanos da Região Metropolitana da Baixada Santista. Um novo perfil na matriz de transporte, principalmente para as cargas de curta distância, envolve também o desenvolvimento de novos projetos como esteiras transportadoras e dutovias.

Com relação à proposta de desenvolvimento de malha hidroviária, o pré-estudo elaborado por técnicos da Codesp serviu de suporte para a contratação pela SEP da Fundação para o Desenvolvimento Tecnológico da Engenharia (FDTE) que produzirá um estudo hidroviário detalhado para a implantação de retroáreas integradas pela hidrovia, destinado à movimentação de cargas para o Porto de Santos.

No próximo ano será também elaborado estudo detalhado para intensificar a participação do porto na navegação por cabotagem, outra iniciativa visando também à redução da utilização do transporte rodoviário de longas distâncias.

A SEP também constituiu um grupo de trabalho para acompanhar projeto de desenvolvimento do Corredor Logístico do Porto de Santos, composto por representantes daquela Secretaria e da Codesp. O grupo terá como atribuição analisar soluções indicadas por estudos e projetos visando integrá-los a partir da elaboração de um modelo de conceito multimodal para Santos, composto de plataforma logística e de sistemas de transferência de cargas intermodais. “Essa é mais uma ação de grande importância da SEP, pois alinha numa avaliação ampla os principais projetos pensados para incrementar o desenvolvimento do negócio portuário, o quê, certamente, renderá uma proposta integrando as diversas iniciativas”, destaca Barco.

Quanto ao VTMIS, o diretor frisa que “é uma ferramenta indispensável para gerir o tráfego marítimo na região do porto, principalmente após o aprofundamento e alargamento do canal de navegação. Ele agilizará as entradas e saídas de embarcações, oferecendo segurança ao tráfego e grande precisão na movimentação e atracação no porto”.

Integrado à gestão de segurança do Porto de Santos, o sistema prevê a utilização de quatro torres estrategicamente situadas que abastecerão uma central com dados sobre localização e deslocamento das embarcações, disponibilizando informações para controlar o tráfego de quase 6 mil navios ao ano.

“Outra ação desenvolvida em conjunto com a área Comercial foi o monitoramento e controle de tráfego, implantado para otimizar o fluxo rodoviário de cargas nas vias do Porto a partir do acompanhamento da programação elaborada pelos terminais, com objetivo de se aperfeiçoar a logística no trânsito de chegada e saída ”, informa Barco, acrescentando que o controle iniciado no ano passado, evoluiu bastante e agregou uma nova ferramenta, o Sistema de Gestão do Monitoramento do Trânsito (SGTC).

Desde maio deste ano, todos os terminais enviam diariamente à Codesp planilhas contendo o total de veículos esperados para o dia e o movimento realizado no dia anterior, bem como dados de ocupação de armazéns e movimento de embarques e descargas. Com essas informações, uma equipe avalia a compatibilidade do fluxo de caminhões com a capacidade de recebimento e entrega e a perspectiva da operação com navios. Além dessa avaliação, as vias internas são monitoradas por câmeras para se detectar qualquer situação de acúmulo de veículos de carga. Essa tarefa é realizada na Sala de Operações, especialmente criada para sediar não só esse controle, mas também o acompanhamento das atracações e do sistema Porto sem Papel.

Com a entrada em operação do SGTC, já em fase experimental, o controle se torna mais efetivo com a utilização de portal na Internet para lançamento das informações pelos terminais com detalhamento maior como situação de pátios reguladores, controle dos veículos através da leitura por câmera das placas e um abastecimento mais dinâmico e freqüente de dados pelos terminais, que podem enviá-las tanto por arquivo de dados como preencher direto no portal.

“O objetivo é controlar, da forma mais apurada possível, a programação dos terminais para que não ocorra demanda acima das respectivas capacidades de atendimento, gerando lentidão no tráfego”, frisa o diretor.

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