Você sabe o que é fome oculta?

A síndrome atinge cerca de 2 bilhões de pessoas em todo o mundo.

Na contramão dos recentes estudos que mostram que o mundo está engordando, uma síndrome tem ganhado destaque nas pesquisas de nutrição. Trata-se da Fome Oculta, uma doença que consiste na carência de determinados nutrientes no organismo, desenvolvida principalmente, em pessoas que não fazem refeições que contemplem os variados grupos alimentares.

Ao eliminar refeições, não variar o cardápio, dando sempre preferência para o mesmo grupo alimentar, e substituir alimentos nutritivos por outros de baixa qualidade nutricional, o indivíduo pode acarretar sérias complicações ao organismo.

O problema se agrava se o distúrbio incide em mulheres grávidas ou crianças, uma vez que o déficit desses nutrientes compromete significativamente o crescimento. "Diferente da maioria das patologias, a Fome Oculta não é clinicamente evidente e por isso o seu diagnóstico é muito difícil", explica a médica nutróloga e ortomolecular, Liliane Oppermann.

O diagnóstico é feito por meio de exames de sangue, onde são analisadas a dosagem de hemoglobina e análise das reservas de ferro.

A fome oculta já se tornou uma discussão de saúde pública, sendo discutida desde 1992 quando foi abordada como tema da Conferência Internacional de Nutrição, realizada na Itália e que contou com a participação de 159 países que reforçaram essa preocupação na Declaração Mundial de Nutrição. Mas, até hoje o assunto é pauta de discussão entre países de primeiro e terceiro mundo.

O combate a síndrome é mais simples do que o seu diagnóstico. A diversificação da dieta, suplementação de vitaminas e minerais e prática regular de exercício físico já somam um pelo passo para o combate e também prevenção da deficiência.

Um outro passo para combater a Fome Oculta é conscientizar a população. "A maioria das pessoas acredita que comer significa estar alimentado. Mas isso nem sempre é verdade. Com a correria das grandes cidades, a maneira de saciar a fome vem perdendo em qualidade, o que pode desencadear a síndrome da fome oculta", alerta a especialista.

Equilíbrio é a palavra chave para quem não quer passar por perto da Fome Oculta. "Uma alimentação balanceada, que contenha proteína, carboidrato, vitaminas, minerais, fibras e outros micronutrientes em dosagens corretas é o caminho para uma vida de qualidade", reforça a nutróloga.

Consumo de Nutrientes: .Crianças e Adolescentes - Vitamina A, C, D, do complexo B, Cálcio, Iodo, Ferro e Zinco devem ser ingeridos de maneira adequada. Alimentos com baixas quantidades de micronutrientes, falta de horário para comer e dieta não variada são atitudes que devem ser evitadas.

.Idosos: .Pessoas da terceira idade devem ingerir quantidades adequadas de Vitamina A, complexo B e D. A perda de apetite, problemas digestivos, depressão e alteração na perda sensorial são alguns dos sintomas da Fome Oculta em idosos.

.Gestantes:.É importante aumentar adequadamente a ingestão de ácido fólico, vitamina A, B12, D, ferro e cálcio. O mesmo vale para o período em que a mulher está amamentando. A ausência desses micronutrientes pode comprometer consideravelmente o desenvolvimento da criança.

Síndrome atinge uma a cada quatro pessoas no mundo: .Cerca de 25% da população mundial apresenta sintomas da Fome Oculta. Os dados são da Organização Mundial de Saúde (OMS) que calcula que uma a cada quatro pessoas tem o distúrbio, que atinge todas as camadas sociais, já que a necessidade da alimentação rápida, rica em carboidratos e gorduras, vem sendo estimulada com o passar dos anos, contrariando a qualidade de vida das pessoas.

Mulheres grávidas, crianças e idosos são as principais vítimas. Fumantes e pessoas que ingerem bebidas alcoólicas também têm maior probabilidade de desenvolver a síndrome. [www.doutoraliliane.com.br].