Página Inicial
PORTAL MÍDIA KIT BOLETIM TV FATOR BRASIL PageRank
Busca: OK
CANAIS

06/09/2007 - 10:57

Produtividade Brasileira

Péssimas notícias. A produtividade do trabalhador brasileiro caiu, na contra mão do que ocorre no mundo, e hoje o país ocupa apenas o 65º lugar no ranking de 124 economias pesquisadas pela OIT - Organização Internacional do Trabalho. O Brasil é superado por Chile, Argentina, Bósnia, Irã, entre outros países e tem taxa equivalentes às de Uganda.

O valor agregado produzido por um trabalhador brasileiro caiu de US$ 15 mil por ano para US$ 14,7 mil, enquanto um trabalhador americano produz US$ 66,8 mil, irlandeses US$ 55,9 mil, franceses US$ 54,6 mil, etc. Em contrapartida, a produtividade de um trabalhador chinês dobrou entre 1996 e 2005 atingindo US$ 12,5 mil, e deverá superar a produtividade do brasileiro até 2010. Além do mais na região da Ásia, China em destaque, o trabalhador trabalha 2.200 horas por ano, e no Brasil este número fica na média de 1.600 horas por ano, ou seja, um trabalhador chinês trabalha na prática, 60 dias de 8 horas a mais que o brasileiro por ano.

O que isso significa? Definitivamente estamos ficando para trás. Nestes anos, a partir de 1980, o mundo passou por um forte processo de mudanças e reestruturações econômicas e sociais. Foram os anos do grande ganho de produtividade impulsionados e incentivados pela automação e informatização em larga escala e a busca de soluções compensatórias ao explosivo aumento do preço da energia. Considerando os números americanos e europeus pode-se dizer que metade da quantidade de trabalhadores passou a produzir o dobro de produção dos equivalentes dos anos 80 neste século 21. Mais gente fazendo mais coisas, gerando riquezas, impulsionando a economia. Mercados esgotados obrigaram a globalização e uma certa dose de desemprego estrutural. Mesmo assim, a qualidade de vida e os Índices de Desenvolvimento Humano dessas regiões cresceram e atingiram níveis altíssimos.

Do outro lado, no Brasil esses mesmos 30 anos assistiram a um crescimento explosivo do desemprego que passou de taxas da ordem de 4% (pleno emprego) na década de 80, para os atuais 10%, equivalentes aos padrões europeus. Em paralelo, pressionado pelos direitos definidos na constituição de 88, o peso do Estado atinge incríveis 37% do PIB. Tudo posto na mesma panela o brasileiro consome menos do que poderia, perde poder aquisitivo porque sustenta um Estado pesado, desce para um nível de sobrevivência e, finalmente, bate recordes de assistencialismo. Hoje 46 milhões de brasileiros, ¼ da sua população, recebe e vive de "esmolas do Estado" - o Bolsa Família. Nossos governantes continuam humildes e só olham para os resultados das próximas eleições. Como temos eleições a cada 2 anos, nossas obras, metas e objetivos tem que ser definidas para 2 anos.

Nesse mundo do curto prazo como conseguir aumentar a produtividade do trabalhador brasileiro? Como melhorar a educação e a qualificação? Como fazê-lo ter mais eficácia e assiduidade? Como melhorar sua alimentação e saúde? Temos que exigir que nossos governantes pensem e ajam a longo prazo.

. Por: Gilberto Guimarães é diretor da multinacional francesa BPI no Brasil, empresa que atua na área de consultoria em RH e reorientação profissional especializada - outplacement - com mais de 200 escritórios pelo mundo. Atua também como professor e consultor da Fundação Getúlio Vargas, da GV Consult e do Ibmec São Paulo. É engenheiro pela Escola Politécnica da USP, com MBA pela FGV e cursos de especialização no IMS - Alemanha. Tem experiência em processos de desenvolvimento e reestruturação, planejamento estratégico e gestão empresarial, tendo sido alto executivo dirigente em empresas de porte como Grupo Saint Globain (Santa Marian, Brasilit) e Grupo Paramount-Lansul, além de ser presidente do Instituto Amigos do Emprego, uma ONG que promove debates e eventos sobre carreira e emprego. Recentemente foi eleito Coordenador Executivo Nacional do PNBE - Pensamento Nacional das Bases Empresariais.

Enviar Imprimir


© Copyright 2006 - 2024 Fator Brasil. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Tribeira