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07/09/2007 - 08:16

Mercado já tem os primeiros fabricantes de estruturas de aço certificados pela ABNT

Marfin e Poliaço, de São Paulo, receberam o Certificado de Conformidade ABNT após participar do Programa Setorial da Qualidade, gerenciado pelo CBCA.

A Marfin Estruturas Metálicas de Piracicaba e a Poliaço Engenharia de Itu, ambas de São Paulo, são os primeiros fabricantes de estruturas de aço a receber o Certificado de Conformidade da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). As empresas participaram do Programa Setorial da Qualidade (PSQ), coordenado pelo CBCA (Centro Brasileiro da Construção em Aço), com objetivo de contribuir para a melhoria da qualidade e competitividade da cadeia produtiva da construção em aço. Outras empresas deverão obter seus certificados até o fim de 2007.

De âmbito nacional e adesão voluntária, o PSQ é aberto a qualquer fabricante de estruturas de aço, independentemente do porte, tipo, tamanho e produto fornecido. Atualmente, o programa reúne 17 fabricantes (pequenas, médias e grandes empresas) nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro e, neste mês de agosto, chega a Minas Gerais, com apoio do Centro Profissional Paulo de Tarso, do Senai-MG. O diagnóstico do setor em Minas está previsto para início de setembro e já conta com um grupo de 10 fabricantes.

O grupo de São Paulo concluiu a etapa de treinamento em dezembro de 2006, com o apoio da Escola Orlando Laviero Ferraiuolo, do Senai/Tatuapé. Agora as empresas trabalham na implementação dos procedimentos internos visando à certificação. O grupo de fabricantes do Rio de Janeiro, com o apoio do Senai-RJ, iniciou em janeiro de 2007 a etapa de diagnóstico, com o objetivo de conhecer suas estratégias de negócios, principais necessidades e capacidade de melhorias. Concluído o diagnóstico, estão sendo realizados na sede do Senai-RJ, sete seminários com o objetivo de capacitar as empresas para implantação do Sistema de Gestão da Qualidade, de acordo com o PSQ.

Programa moderniza setor - O Programa Setorial da Qualidade (PSQ) dos Fabricantes de Estruturas de Aço, coordenado pelo CBCA, visa modernizar e apoiar a atuação de pequenas e médias empresas do setor. A iniciativa é desenvolvida em parceria com o Senai da região de interesse e conta com o apoio das usinas siderúrgicas, de forma a contribuir para o desenvolvimento da construção em aço no País.

“Com a obtenção e a manutenção da certificação, os fabricantes estarão galgando um passo importante no reconhecimento, pelo mercado e por agentes governamentais (CDHU, Caixa, Ministério das Cidades/SNH/PBQP-H), daqueles que apresentam um diferencial de qualidade e competitividade e em conformidade com os requisitos do PSQ”, explica Catia Mac Cord, gerente executiva do CBCA.

Segundo ela, a meta é promover a isonomia competitiva, por meio da criação de um diferencial de competitividade para as empresas participantes do programa. A intenção é que elas sejam reconhecidas no âmbito do Sistema de Avaliação da Conformidade de Empresas de Serviços e Obras da Construção Civil (SiAC), do Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H).

“A proposta é disponibilizar para o mercado consumidor produtos competitivos e com qualidade, oferecidos por empresas certificadas por meio de um processo de auditoria conduzido por um organismo certificador independente e acreditado pelo Inmetro, com amplo reconhecimento no mercado nacional e internacional”, destaca a gerente executiva do CBCA.

Mais competitividade - Com esta certificação da ABNT, as empresas Marfin e Poliaço têm conseguido aumentar sua competitividade, oferecendo ao consumidor produtos com qualidade garantida. Afinal, a partir de agora, estão credenciadas para fornecer estruturas metálicas também em ambiente de pré-qualificação e habilitadas a participar, competir e fornecer seus produtos sem restrições a todo o mercado nacional.

“A certificação é um diferencial importante no aumento da confiança no setor e conseqüente avanço junto ao nosso grande cliente, que é a construção civil. A qualidade é responsabilidade de todos, como garantia do nosso futuro”, afirma Jairo de Almeida Costa Júnior, diretor da Marfin, uma das primeiras certificadas.

Para a Poliaço, estar apta e credenciada para fornecer estruturas metálicas em todos os seus níveis de exigências técnicas e de qualidade representa um importante diferencial no mercado. “Isso evidencia, documenta e garante a nossos clientes o fiel cumprimento da sua política de qualidade”, destaca Edson Gigliotti, gerente Industrial e de Qualidade.

Entre os benefícios que o programa trouxe à Marfin estão o reconhecimento nacional como empresa que busca a melhoria contínua dos seus produtos e serviços; a padronização dos processos, que permite o atendimento de novos critérios de qualidade exigidos pelos clientes, e a facilidade na homologação de clientes com grau diferenciado de qualidade, além da expectativa de redução de custos com a padronização e melhoria dos processos. Instalada em Piracicaba (SP), a Marfin tem 70 funcionários, capacidade de produção de 200 toneladas/mês e faturamento médio mensal de R$ 1 milhão.

A Poliaço recebeu certificação para projetos, fabricação e montagem de estruturas metálicas tipo 3 (plataformas petrolíferas, indústrias químicas, linhas de transmissão de grande porte e estruturas em eixos rodoviários). “A certificação PSQ/ABNT representa a consolidação documentada da qualidade já praticada pela empresa, porém, ainda não certificada por órgão normatizador”, acrescenta Giglioti. Localizada em Itu (SP), a empresa mantém 38 funcionários diretos e 19 indiretos (empreiteiros para montagens de campo).

Como participar do PSQ - “O investimento mínimo necessário é aquele requerido para as empresas implementarem um SGQ formal e documentado, além dos custos futuros da obtenção e manutenção da certificação junto ao organismo certificador. Este é o processo normal de certificação, similar ao praticado em outros países como os Estados Unidos”, explica Fernando Matos, gerente da qualidade do CBCA.

O programa tomou como referência alguns requisitos do “Programa de Certificação da Qualidade” do AISC (American Institute of Steel Construction) e conceitos da norma ABNT NBR ISO 9001: 2000, mas adaptados à realidade nacional da construção em aço. O PSQ não exige a certificação ABNT NBR ISO 9001, entretanto, caso a empresa disponha desta certificado, auxiliará bastante na implementação e atendimento dos requisitos do programa.

A certificação da empresa é realizada de acordo com a classificação da mesma quanto aos tipos de estruturas produzidos. Existem atualmente três classes de empresas: produtoras de estruturas dos tipos 1, 2 e 3, em ordem crescente de exigências técnicas, ambientais e respectivos riscos envolvidos.

No tipo 1, enquadram-se os fabricantes de estruturas para mezaninos de pequenas cargas, estruturas para lojas, residências unifamiliares, entre outras. No tipo 2, estão os fabricantes de estruturas para edifícios de múltiplos andares, galpões, ginásios esportivos, linhas de transmissão menores, etc. No tipo 3, encontram-se os fabricantes de estruturas para plataformas petrolíferas, indústrias químicas, linhas de transmissão de grande porte e estruturas em eixos rodoviários.

O que são estruturas de aço? De acordo com levantamento realizado pelo CBCA em 2004 para identificar o parque produtor, “estruturas metálicas” para construção civil são os conjuntos completos de obras em aço, tais como edifícios, galpões de qualquer natureza, edificações comerciais e industriais, obras de arte tais como pontes, viadutos e passarelas, casas residenciais, hangares, assim como as torres de transmissão de energia elétrica e de telecomunicações.

Com esta caracterização, foram excluídos do escopo do levantamento, os fabricantes de elementos para estruturas metálicas, tais como os produtores de perfis laminados, soldados ou dobrados, telhas, esquadrias, fechamentos laterais, normalmente produzidos por terceiros e fornecidos aos fabricantes e montadores de estruturas de aço.

Também foram excluídas do levantamento as serralherias, entendidas como um segmento formado por empresas de pequeno porte com atuação em portas, grades e mobiliário urbano. O resultado deste cadastramento mostrou que 70% e 20%, respectivamente, estão localizadas nos estados do Sudeste e Sul do País.

Do total de empresas cadastradas, identifica-se cerca de 10 grandes fabricantes, que atuam nas etapas de projeto, fabricação e montagem de estruturas de aço e atendem o mercado nacional e internacional (América Latina e EUA). Os maiores fabricantes utilizam modernas tecnologias e possuem Sistemas de Gestão da Qualidade certificados, segundo a ISO 9001:2000.

Porém, sabe-se que são inúmeras as micro e pequenas empresas fabricantes de estruturas de aço que não possuem ainda gestão da qualidade; encontram diversas dificuldades no seus negócios, falta de competitividade no mercado e costumam fechar antes de dois anos de existência. Estas empresas fabricam pequenas estruturas de aço, como escadas, mezaninos, coberturas, casas, e pequenos galpões etc., utilizados em edificações no mercado residencial, comercial e agrícola.

A ABCEM (Associação Brasileira da Construção Metálica), sociedade civil sem fins lucrativos, é a entidade de classe que representa o setor no Brasil. Fundada em 1974, atualmente reúne cerca de 50 empresas filiadas e tem como principal desafio manter a isonomia da construção em aço em relação a outros sistemas construtivos, sempre visando ao aumento da competitividade de seus associados e do segmento como um todo. Nesse contexto, estimula e apóia a certificação no PSQ.

O CBCA – Centro Brasileiro da Construção em Aço foi criado em 2002, sob a forma de "consórcio", tendo o IBS (Instituto Brasileiro de Siderurgia) como gestor, com a missão de promover e ampliar a participação da construção em aço no mercado nacional, realizando ações para sua divulgação e apoiando o desenvolvimento tecnológico.

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