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31/12/2011 - 08:42

Vale a pena esperar

Se você é pessimista, leia tudo sobre o fim do mundo. Existe um farto conteúdo na mídia: desde a análise dos economistas brasileiros e internacionais até previsão astrológica, sem falar no fim do Calendário Maia. Tudo mais ou menos incide sobre o segundo semestre de 2012 e, na maioria dos casos, sobre a crise econômica e o mercado imobiliário.

“Há muito risco no ar”, disse na Veja o ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga. “Foi um erro a Grécia entrar na zona do euro”, arriscou o presidente da França, Nicolas Sarkozy. Sem outra opção senão agradar os eleitores e garantir sua reeleição, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, já começou a refinanciar a dívida das hipotecas para que cerca de um milhão de famílias americanas não sejam despejadas de suas casas. O sonho americano não pode acabar. Nenhum sonho. Sem sonhar, nossa vida perde o sentido.

Para os pessimistas, o fantasma da quinta-feira negra de outubro de 1929 – quando ocorreu o crash da bolsa de Wall Street e começou a grande depressão nos EUA – voltou a aparecer. Depois de um longo tempo de tranquilidade, foi ameaçado finalmente o pacto de confiança entre o contribuinte e os governos de alguns países considerados zona de conforto no Hemisfério Norte. Sem esse elo mágico, a economia de qualquer país começa a tremer.

Também depois de muito tempo sem as benesses desse pacto, e malgrado os recentes protestos contra a corrupção de nossos políticos, um clima de alívio começou a surgir na economia brasileira. A ameaça de um desastre econômico globalizado está no ar, mas o nível de emprego no Brasil entrou em curva ascendente. O desemprego está em torno de 6%, marca que pode ser considerada um recorde positivo. A inadimplência não está ameaçando as hipotecas do nosso reluzente mercado imobiliário. E o valor do metro quadrado dos imóveis brasileiros não para de subir. Imóveis novos valorizaram 82% em apenas dois anos. Essa alta vem depois de dois ou três anos de valorização. No Brasil, dá para afirmar que, desde o início da curva ascendente dos preços, houve alta média de 150% dos imóveis de todos os tipos, mesmo considerando pequenas quedas recentes.

O clima de confiança, em baixa na Europa e América do Norte, segue em alta no Brasil. Levantamento da empresa global de análises Nielsen revela que a confiança do consumidor brasileiro foi a que mais cresceu entre 56 países, no terceiro trimestre do ano. A situação favorável da economia nacional atrai investimentos estrangeiros – nosso país é o mais promissor entre os emergentes, segundo prognósticos internacionais.

Na crise americana iniciada no final de 2008, a ênfase foi dada na inadimplência das hipotecas e na queda do valor do metro quadrado dos imóveis. O mercado imobiliário, como sempre, foi o epicentro do terremoto. Se esta é uma regra para todas as crises, o Brasil está salvo por enquanto, pois aqui os imóveis estão esbanjando valorização.

Segundo previsões do Fundo Monetário Internacional, o Brasil será a sexta economia do mundo ainda este ano, ultrapassando o Produto Interno Bruto do Reino Unido. No ano passado, ultrapassamos o Produto Interno Bruto da Itália. Em 2014, vamos ultrapassar o da França, e em 2020, teremos um PIB maior do que qualquer país europeu.

No Brasil, os pessimistas é que estão correndo risco. Os otimistas estão trabalhando e pensando em novas etapas de consumo, responsável ou não. Não há como resistir ao apelo do primeiro imóvel (e do segundo), dos automóveis, dos shoppings. Nascemos e fomos educados para isso. Enquanto pudermos praticar a doce vida do consumo, assim o faremos – sem nenhuma sombra de culpa. Desde que possa, qualquer um fará a mesma coisa, em qualquer latitude.

Claro. Muitos de nós, brasileiros, estamos de olho na crise internacional e com medo de sermos contagiados pela globalização em perigo. Estamos considerando a existência de vasos comunicantes na economia global, incluindo países que importam maciçamente as commodities brasileiras. Estar de olho não significa pessimismo. Trata-se de um natural desejo de preservar o que está acontecendo de bom por aqui. Mesmo para as gerações que “já viram de tudo”, a situação atual é inédita. O dinheiro nunca trocou de mãos como agora.

Sim, estamos de olho. Mas se os pessimistas realmente tiverem razão e a economia global degringolar, engolfando o Brasil, vai ser difícil para os brasileiros não exclamar: Mas logo agora!

.Por: Hubert Gebara, vice-presidente de Administração Imobiliária e Condomínios do Secovi-SP, presidente eleito da Fiabci-Brasil e diretor do Grupo Hubert.

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