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07/01/2012 - 06:15

Projeto apoiado pela Eletrobras Eletronuclear fomenta maricultura brasileira


Até 2015, empresa irá investir mais de R$ 2 milhões na iniciativa, que produziu quase três milhões de sementes de vieiras em 2011.

A maricultura em 2012 promete. A estimativa é que a produção de coquilles Saint Jacques (ou vieira, molusco nativo da costa brasileira) a ser comercializada no Brasil atingirá a marca de 100 mil dúzias. Os coquilles, ao atingirem 6 cm, são vendidos para os restaurantes dos grandes centros do país. Como a média de preços da dúzia é de R$ 30, o valor do negócio da maricultura poderá atingir a marca de R$ 3 milhões.

Essa previsão é de José Luiz Zaganelli, presidente do Instituto de Ecodesenvolvimento da Baía da Ilha Grande (IED-BIG) que, com apoio da Eletrobras Eletronuclear, desenvolve um projeto de repovoamento marinho de porte. “Se considerarmos que 1 dúzia corresponde a 0,250 kg de coquille, teremos uma produção estimada de 25 mil quilos de coquille nas mesas dos brasileiros”, comemora.

Mas o Projeto de Repovoamento Marinho da Baía da Ilha Grande (Pomar) não é só um bom negócio do ponto de vista comercial. É um dos principais projetos apoiados pela Eletronuclear na área de meio ambiente por ter como objetivo fortalecer a maricultura na região e evitar a extinção do coquille Saint-Jacques. A empresa irá investir R$ 2,25 milhões no Pomar até 2015.

Os coquilles são pequenos moluscos que vivem em conchas. Em meados dos anos 1990, estavam quase extintos por causa da pesca de arrastão. O seu quase desaparecimento foi o principal incentivo para a criação do projeto. As sementes (coquilles recém-nascidos) são cultivadas em laboratório e passam por um longo processo até serem comercializadas. Quando completam um mês de vida, são levadas à fazenda marinha, onde vivem em torno de dez a doze meses até atingir o tamanho ideal para entrar no mercado.

No estado natural, apenas 0,5% das larvas sobrevivem; em laboratório, o índice de sobrevivência aumenta para 2%, e a produção é feita de maneira muito mais rápida e ágil. Em 2011, a produção do Pomar foi de quase 3 milhões de sementes. “Conseguimos atender a 100% da demanda nacional. O instituto já mostrou sua competência na produção de sementes e agora está trabalhando de acordo com a demanda, mas temos condições de produzir até 20 milhões de sementes por ano”, ressalta Zaganelli.

Desde 1994, quando foi criado o Pomar, já foram produzidos aproximadamente 48 milhões de filhotes de vieiras no laboratório do IED-BIG, em Angra dos Reis. Parte da produção é doada a pescadores da região, que aprenderam o cultivo do coquille e montaram suas próprias fazendas marinhas.

Cooperativismo-O Pomar também contribui para a qualidade de vida e a geração de renda dos pescadores ao fomentar o cooperativismo na área de aquicultura (processo de produção em cativeiro). Para esses profissionais, a primeira “carga” de coquilles é sempre gratuita. As outras têm um preço mínimo para o pescador dono da fazenda marinha.

Como a reprodução dos coquilles é lenta e difícil, o pescador somente consegue repovoar sua fazenda com as sementes fornecidas pelo laboratório. “As fazendas marinhas são um negócio lucrativo e não poluente, que agregam desenvolvimento econômico, social, ambiental e científico”, destaca Zaganelli.

Os pescadores também recebem cursos de capacitação e manejo, que são ministrados por técnicos especialistas do IED-BIG. Ao todo, quase nove mil pessoas já foram capacitadas pelo instituto, provenientes de vários estados do país, como Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo, Maranhão e Ceará. Atualmente, cerca de 60 famílias são beneficiadas diretamente pelo cultivo do molusco e mais 180 indiretamente.

Apesar de ser sediado em Angra dos Reis e ter começado na Baía da Ilha Grande, o Pomar já tem alcance nacional, atuando hoje em sete estados. O Rio de Janeiro é onde se concentra a maior produção de coquille, seguido de São Paulo, com destaque para o município de Ubatuba.

Existem atualmente oito fazendas marinhas sob a égide do IED-BIG, mas todas as fazendas de São Paulo e Rio dependem do instituto porque a matéria-prima (as sementes) é oriunda do seu laboratório de larvicultura de moluscos. Os custos das fazendas marinhas mantidas pelo IED-BIG estão previstos nos convênios com as empresas patrocinadoras.

Sentinelas do mar-Além de beneficiar os pescadores da Costa Verde, o coquille também é um importante bioindicador, pois uma das condições essenciais para seu bom desenvolvimento é a qualidade da água do mar. Ele não resiste a águas poluídas, já que se alimenta de matéria orgânica.

Devido a essa razão, por iniciativa da Eletrobras Eletronuclear, em 2007, foi instalada uma fazenda marinha na Ilha Comprida, em frente às usinas Angra 1 e Angra 2. “A criação de uma fazenda marinha em frente à central nuclear permite que os pesquisadores monitorem o impacto das usinas na região e desperta a consciência ecológica dos moradores. Não temos registro de anormalidades na fazenda, que está em excelentes condições de operação. Até o momento, a produção foi de 30 mil sementes”, conclui Zaganelli.

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