Página Inicial
PORTAL MÍDIA KIT BOLETIM TV FATOR BRASIL PageRank
Busca: OK
CANAIS

10/01/2012 - 07:34

Células-tronco: aplicações terapêuticas só estarão claras daqui a dois anos

Para geneticista, ainda é cedo para abraçar toda essa expectativa de cura de doenças.

A expectativa da sociedade para as primeiras possibilidades de aplicações das células-tronco na cura de doenças é grande, mas é preciso ter paciência. Em busca de soluções para saúde, pesquisadores e especialistas reforçam que as células-tronco são alternativas em tratamentos, o que traz esperança e oportunidades de avanços em pesquisas e estudos nos próximos anos.

“Em cerca de mais dois anos já poderemos saber, mais claramente, em o que as células-tronco funcionam e em que não funcionam, e também será possível ter ciência se, de fato, há efeitos terapêuticos, chegando a uma conclusão mais clara sobre as células adultas”, afirma Lygia Pereira, professora associada do Laboratório Nacional de Células-Tronco Embrionárias (LaNCE), ligado à Universidade de São Paulo (USP) e à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). “Já com relação às embrionárias, no mundo, estamos começando os primeiros testes em humanos. Nos Estados Unidos, um deles é para a regeneração da retina”, alega.

Outro fato que aumentou ainda mais as esperanças foi a descoberta das células-tronco pluripotentes induzidas, chamadas de IPS (do inglês induced pluripotent stem-cells), em 2006. Elas são originadas de células adultas do corpo humano ou de um animal e podem ser reprogramadas para se transformarem em células-tronco pluripotentes induzidas, ou seja, possuem a capacidade de dar origem a outros tecidos do corpo.

Pesquisas e estudos no Brasil.:Células-tronco:“Primeiro temos que dividir as células-tronco em dois grupos, as adultas e as embrionárias. Atualmente, há muitos grupos realizando diversos estudos clínicos com as células adultas, inclusive em humanos, como estudos em cardiologia e estudos para diabetes. Na verdade, precisamos de mais estudos básicos no Brasil, para entender o que leva essas células ao perfeito funcionamento”, explica a professora.

“Porém, com relação às células embrionárias, temos poucos grupos de estudos no país. Por isso, uma das missões do Laboratório Nacional de Células-Tronco Embrionárias é oferecer treinamento para as pessoas e disponibilizar essas células”, ressalta.

Legislação-No Brasil a Lei de Biossegurança regulamenta, entre outras questões, os assuntos ligados às pesquisas genéticas. “Com as células adultas não há nenhuma restrição. Mas, com as células-tronco embrionárias, a Lei de Biossegurança permite apenas que sejam utilizados embriões que estejam congelados até março de 2005, com consentimento dos pais. Por enquanto, o que está permitido nos possibilita realizar estudos diversificados”, ressalta Lygia. “Além disso, essa é uma área que tem futuro no mundo todo, as pessoas têm que pensar nisso como ciência e não como uma técnica. Pois queremos olhar para ela como uma oportunidade para conhecer a biologia humana”, completa a professora.

Clonagem-No país, como a Lei de Biossegurança determina, a clonagem está proibida. Segundo a geneticista, depois do advento das células IPS, o interesse em clonagem diminuiu no mundo todo, porque, com isso, é possível criar as próprias células sem a necessidade das células embrionárias.

Enviar Imprimir


© Copyright 2006 - 2024 Fator Brasil. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Tribeira