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11/01/2012 - 07:12

Fashion Rio e Rio-à-Porter: Indústria Criativa na competitividade mundial, tom da abertura


“Sou Rio, Essa Bossa é Nossa” marca o calendário da moda brasileira.

A abertura oficial da 20ª edição do Fashion Rio e do Rio-à-Porter aconteceu na tarde do dia 10 de janeiro (terça-feira), no novo endereço da bolsa de negócios: a Casa Firjan da Indústria Criativa. O local, adquirido recentemente, abrigará o trabalho da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro com o setor.

Mediada pelo jornalista Guto Abranches, a conversa abordou a força da Indústria Criativa para a economia, com a participação do presidente em exercício da Firjan, Carlos Mariani Bittencourt.

“Há dez anos a Firjan acordou para os diversos aspectos que norteiam a moda e lançamos nosso olhar para esse segmento da Indústria Criativa. Começamos com a moda e a cada ano fomos expandindo nossas ações. É um orgulho participar deste processo”, disse o presidente.

Ao responder pergunta sobre geração de empregos e potencial de vendas, Mariani ressaltou o impacto da cadeia criativa no total de empregos do Rio.

“Atuamos há dez anos no setor e neste período o potencial de consumo de quem produz esses produtos também aumentou. A Indústria Criativa do estado ocupa hoje 25% da mão de obra carioca, algo em torno de 700 mil empregos. O salário médio desses profissionais é o mais alto do país. É bom enfatizar que este momento econômico acontece graças ao alinhamento político que há entre as esferas municipal, estadual e federal”.

O bate-papo contou ainda com a participação do diretor criativo do Fashion Rio, Paulo Borges, o diretor-superintendente do Sebrae-RJ, Cezar Vasquez, o presidente da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil), Aguinaldo Diniz Filho, o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Júlio Bueno, o secretário de Turismo do Município do Rio, Antônio Pedro Figueira de Mello, e da diretora-executiva de Marketing e Vendas do Boticário, Andrea Mota.

Local da recepção à imprensa e sede do Rio-à-Porter nesta edição, a Casa Firjan da Indústria Criativa foi bastante elogiada durante a conversa. “Compramos este palacete no último ano e vamos trabalhar para transformá-lo no endereço da Indústria Criativa do Rio. Desenvolveremos diversas ações que vamos detalhar em breve”, explicou Carlos Mariani.

Fashion Rio é exemplo de sucesso da indústria criativa- o secretário Julio Bueno abre evento ressaltando a importância de cadeias produtivas na diversificação da economia do estado.

O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços do Rio de Janeiro destacou durante a abertura da Semana de Moda no Rio de Janeiro , a importância da cadeia da indústria criativa no estado. Durante debate promovido pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), no Salão de Negócios de Moda e Design Rio-à-Porter, o secretário ressaltou que o Estado está totalmente voltado para incentivar o desenvolvimento desta economia.

“Vamos usar a economia do século XX – petróleo, mineração, indústria automobilística – para movimentar e gerar recursos para incentivar a expansão da economia do século XXI. É isso que o Rio de Janeiro quer para o seu futuro”.

Atenta às necessidades desta cadeia e incentivando sua expansão, em especial na área da moda, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico aprovou projeto para reduzir o ICMS para a indústria de confecção e têxtil, além de ter presença ativa junto aos Arranjos Produtivos Locais.

“A indústria têxtil possui hoje no estado do Rio de Janeiro a menor tributação, de 2% do ICMS e fomento pelo Investe Rio. Além disso, estamos atuando junto com município e governo federal para incentivar cada vez mais todos os nichos da economia criativa”, disse o secretário. destacando a parceria dos três poderes.

Segundo estudo feito pela Firjan sobre a indústria criativa do Rio de Janeiro, há no estado uma participação maior de profissionais nesta cadeia produtiva do que na média nacional. O estudo mostra que enquanto em todo o país 1,8% do total dos trabalhadores formais está empregado na cadeia da indústria criativa, no Rio de Janeiro, a concentração é maior: 2,4% do total.

Além disso, o estado do Rio de Janeiro é o que possui a melhor remuneração neste segmento. A média no estado é de renumeração mensal de R$ 1,66 mil, ou 42% maior do que a média nacional, de R$ 1,17 mil. Se considerada apenas a capital, a média é ainda maior: R$ 2,182 mil.

As mais diversas atividades que compõem esta cadeia correspondem no Rio de Janeiro a 17,8% do PIB estadual, ou R$ 54, bilhões. O ramo televisivo é o maior destaque na cadeia no estado, mas merecem atenção a moda, arquitetura e design, que, juntos somam o maior número de estabelecimentos e postos de trabalho.

-Há no estado cerca de 50 mil pessoas trabalhando diretamente na indústria da moda. Isso faz a economia girar de alguma maneira, com a compra, a venda, a fabricação do tecido, o estilista, os desfile, as exportações. Se considerada toda a cadeia, a indústria da moda emprega cerca de 200 mil pessoas no estado.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), Aguinaldo Diniz Filho, lembrou que o mercado brasileiro escapou de duas crises econômicas, em 2008 e 2011, justamente pela força deste mercado criativo, que tanto depende do mundo da moda para colaborar da geração de empregos.

Ele espera que o Plano Brasil Maior lançado pela presidenta Dilma Rousseff, em agosto de 2011 seja colocado em prática e tire os empresários do sufoco de uma carga tributária de até 37% do PIB brasileiro

Paulo Borges, CEO da Luminosidade e organizador do Fashion Rio explicou que a propensão é de surgir, a partir de 2013, a temporada de alto-verão, que aconteceria no fim de agosto e no começo de setembro. [ evento que já foi ensaiado pelo Rio Summer]. "Teremos a convergência e o crescimento da temporada de inverno em um único fashion show, dois eventos de verão e um de alto verão".

Ele disse ainda que essas mudanças se dão por um necessidade do mercado e do consumidor. "Nenhum consumidor procura uma roupa de primavera. Isso é coisa nossa, mas que vai sumir com o tempo. Há 30 anos me pergunto porque começamos janeiro com liquidação de verão e, justamente nessa época, o preço deveria ser cheio. Ao criarmos a nova temporada, entre agosto e setembro, conseguiremos organizar o mercado, melhorar os preços e acabar com liquidação de verão em janeiro. Ainda não é fato consumado, mas é uma grande tendência e, provavelmente, a próxima temporada já será em maio", contou.

“Tudo vai depender de um acerto operacional, industrial e de comunicação. Ainda não está nada fechado. O Rio e o Brasil vão ser palco de grandes eventos mundiais em datas de junho, julho. Essa mudança nas semanas de moda é uma adequação ao calendário. Abre-se uma janela de oportunidade para a gente readequar o calendário”, adianta.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção, Aguinaldo Diniz Filho lembrou que informalidade de empregos que a industria têxtil vem gerando, e deixou claro que a ABIT é totalmente contra qualquer tipo de informalidade e descumprimento de normas legais e federais.

Quando questionado sobre as empresas que vêm mudando suas fábricas para países como a China e a India, Aguinaldo disse que lamenta sobre estas empresas, porém a ABIT não pode influenciá-las a continuarem no país. Mas como um nacionalista acredito que ficar no Brasil ainda é o melhor caminho.

O presidente da ABIT porém ressalta que os empresários brasileiros não suporta mais cargas tributárias tão altas: “O Plano Brasil Maior lançado em agosto de 2010 pela presidenta Dilma Roussef é o que esperamos seja a saída para o grande impecilho”, frisa.

Defesa comercial-Aguinaldo falou também sobre a política de defesa comercial: “Não há nada de errado, e é uma obrigação defender a nossa economia, são empregos para serem criados, infraestrutura para ser construída, e o crescimento sustentável é fundamental para um país ser competitivo”, sustenta o presidente.

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