Joias que rejuvenescem

Leveza e não ostentação. Essa é a estética contemporânea das joias cariocas, de tal forma que rejuvenesçam quem as use. Esse foi um dos destaques da última palestra do dia 10 de janeiro (terça-feira), da designer Regina Machado no Fórum dos Lojistas, logo após o lançamento o livro A joia do Rio, editado pelo Senac. Ao longo de 165 páginas, com imagens do fotógrafo Marcos Vianna, o livro começa com uma pesquisa histórica, iniciada há dez anos pela Associação de Joalheiros do Rio de Janeiro. O subtítulo, De ofício secreto ao design contemporâneo, dá a deixa de que a ourivesaria era prática proibida pelo império, já que todo material precioso deveria seguir para Portugal. Segundo Regina, o livro “é uma síntese poética da marca Brasil, já que o Rio de Janeiro tem a capacidade de expressar o país como um todo. A joia é a mídia mais antiga, mais permanente que a escrita, por seu potencial de traduzir os povos socialmente. É um testemunho que fica”, pontifica.

A cidade do Rio de Janeiro se coloca como musa inspiradora dos designers, também influenciados pelos colonizadores portugueses, pelos índios, africanos e pela capacidade do brasileiro de miscigenação. “Hoje temos mais de 400 mil postos no setor joalheiro em todo o país”, destaca Regina, que se orgulha com o fato do consumo de joias no Brasil começar a absorver novas classes sociais. Sementes, coqueiros, insetos, vitórias régias, o calçadão de Copacabana e o Cristo Redentor estão entre as fontes de inspirações dos artistas.

Segundo ela, a devoção – também representada no livro – é algo que espanta os estrangeiros, ou mais exatamente a certeza de que tudo vai dar certo e de que vale a pena celebrar a vida. Não por acaso, o livro termina com joias de São Jorge e Yemanjá. “Nossa joalheria nasceu para circular e não para ficar nos cofres”, conclui Regina.