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12/01/2012 - 10:40

Curitiba ganha mais opções responsáveis

Organizado pela Fundação Grupo Boticário, o movimento Gastronomia Responsável amplia sua atuação nos restaurantes da capital .

Curitiba– Dez restaurantes de Curitiba passam a fazer parte do Gastronomia Responsável neste mês de janeiro. O movimento que é organizado pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza conta agora com um total de 33 restaurantes, entre pizzaria, focacceria, cervejaria, churrascaria, cafés e restaurantes de cozinha contemporânea, italiana, árabe e slow food, entre outros. Todos participam em torno de um objetivo: aliar conservação da natureza à gastronomia, indicando que ambas podem estar em equilíbrio.

Os 33 restaurantes têm em seu menu um prato elaborado de acordo com os quatro princípios do movimento: uso de ingredientes orgânicos, não-utilização de espécies ameaçadas de extinção, uso de produtos de fornecedores locais para evitar emissão de gás carbônico no transporte, e utilização integral de alimentos para evitar o desperdício.

“Os quatro princípios do movimento equilibram práticas culinárias viáveis e que trazem efeitos concretos para a conservação da natureza, incentivando diretamente um sistema de produção e consumo ambientalmente responsável”, explica a diretora executiva da Fundação Grupo Boticário, Malu Nunes. Ela ressalta que, ao envolver chefs de cozinha na elaboração de pratos que seguem esses princípios, o movimento traduz uma atitude responsável do restaurante com relação à natureza. “É, portanto, uma forma nova de inserir a temática ambiental na alta gastronomia, influenciando outros a seguirem o exemplo dos participantes”, diz Malu. A própria expansão do movimento em Curitiba é um exemplo de que essa influência positiva já está sendo colocada em prática.

O Gastronomia Responsável foi lançado pela Fundação Grupo Boticário em setembro de 2010 com o objetivo de mobilizar a sociedade para a causa da conservação da natureza. O movimento tem curadoria do premiado chef Celso Freire, do ZeaMaïs, que convidou chefs da cidade para aderirem à iniciativa; e, como embaixadora, Gabriela Carvalho, chef e proprietária do Quintana Café e Restaurante. Para cada prato do movimento vendido nos restaurantes, R$1,00 é revertido às ações de conservação da natureza desenvolvidas pela Fundação Grupo Boticário.

De acordo com o proprietário da Forneria Copacabana, Beto Madalosso, participar deste movimento é muito importante. “Tenho grande admiração pelo trabalho do Celso e fiquei bem interessado em participar do movimento e aderi em junho de 2011. Até agora vendemos 600 unidades do prato responsável que é a Salada Copacabana”, explica.

Já para o chef João Soltoski, do Boteco Santi que aderiu ao movimento agora em janeiro, esta sempre foi uma busca do estabelecimento. “Sempre fomos voltados para a sustentabilidade e conservação da natureza e este projeto da Fundação Grupo Boticário caiu perfeitamente nos nossos objetivos. O Gastronomia Responsável é um projeto muito importante e estamos felizes por participarmos”, ressalta Soltoski.

Soltoski comenta ainda que o prato escolhido é a tortilha contemporânea de cogumelos. “Tenho uma tradição espanhola, então resolvi fazer uma releitura das tortilhas clássicas seguindo os quatro princípios do movimento”, conclui.

Os 10 restaurantes que aderiram em janeiro ao Gastronomia Resposnável são: Ce la Vie, Cervejaria Devassa, La Table, Mediterrâneo, Boteco Santi, Terra Madre, Baggio Água Verde, Baggio Champagnat, Baggio Juveve e Baggio Jardim das Américas. Os 23 demais restaurantes são: Anarco, Badida, Beto Batata Original, Bistrô do Victor, Bistrô Duchamp, Cantina do Délio, Don Max , Edvino, Forneria Copacabana, Kebaberia Velho Oriente, Lagundri, Le Liban, Lucca Café, Maia Box, Manu Bufara, Missouri Gourmet Deli, Paraguassu, Porcini Tratoria, Quintana Café e Restaurante, Totopos, Vin Bistro, Vindouro e Zea Maïs. Confira mais informações sobre os restaurantes e pratos que fazem parte do Gastronomia Responsável no site www.gastronomiaresponsavel.com.br.

As pessoas podem aderir ao Gastronomia Responsável consumindo os pratos nos restaurantes participantes. Também podem utilizar os princípios do movimento na elaboração de receitas próprias e compartilhar suas criações no site www.gastronomiaresponsavel.com.br. “O objetivo do dessa ação na internet é estimular a utilização dos princípios de conservação na alimentação das pessoas e permitir a troca de ideias que podem ser executadas em casa”, explica a diretora executiva da Fundação Grupo Boticário.

Princípios do Gastronomia Responsável:1. Utilização de ingredientes orgânicos-A produção de orgânicos resulta de um sistema ambientalmente correto com uso racional dos recursos naturais. Os alimentos são produzidos da maneira mais natural possível, sem a utilização de insumos químicos, fertilizantes e pesticidas, o que evita a contaminação do solo e dos recursos hídricos, além de trazerem benefícios à saúde.

O produtor orgânico respeita as relações sociais e culturais, não cultiva transgênicos e tem cuidado especial para não destruir e nem desgastar o solo. Também valoriza a biodiversidade: não desmata irregularmente novas áreas naturais para convertê-las em pastagens ou plantações e cumpre a legislação ambiental, o que garante a proteção das áreas naturais obrigatórias que devem existir dentro de uma propriedade rural, tais como as matas nas beiras dos rios.

Ao manejar adequadamente sua propriedade, sem destruir recursos naturais e ainda preservando parcelas de áreas naturais, o produtor possibilita que a natureza propicie a ele e a toda a sociedade importantes serviços ecossistêmicos, como o controle de pragas, e aumento da polinização e da produtividade de algumas culturas. Também ajuda a preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora e proteger o solo.

2. Utilização de produtos regionais para a diminuição da emissão de gás carbônico (CO2) proveniente do transporte-O transporte de alimentos gera a emissão de gás carbônico (CO2), um dos gases responsáveis pelo aquecimento global. Quanto maior o percurso do alimento do local de produção para a mesa do consumidor, maior a emissão desse gás. Além disso, o deslocamento em longas distâncias exige refrigeração, o que acarreta no aumento do consumo de energia, e envolve outras ações como a adição de insumos químicos ou fungicidas para aumentar a durabilidade do produto, o reforço das embalagens ou mesmo a perda da qualidade dos alimentos.

O aumento das emissões de gases responsáveis pelas mudanças climáticas é reflexo das ações humanas. As duas principais fontes de emissões antrópicas de gases de efeito estufa (GEEs), como o gás carbônico, são a queima de combustíveis fósseis e o desmatamento das regiões tropicais como a Amazônia. O Brasil está entre os cinco maiores emissores de GEEs no mundo. Embora as emissões brasileiras provenham especialmente dos desmatamentos e das queimadas, a queima nacional de combustíveis fósseis (petróleo, gás natural e carvão mineral) – principalmente pelo setor de produção de energia (termelétricas), industrial e transporte (automóveis, ônibus e aviões, etc.) – também contribui para a posição elevada do país nesse ranking.

Alimentos produzidos e consumidos localmente poupam energia para a o cultivo e transporte, o que diminui a emissão de quantidades elevadas de GEEs, sendo uma alternativa para o aquecimento global, responsável pela elevação da temperatura média do planeta. Além de priorizar produtos locais, o Gastronomia Responsável incentiva a valorização de alimentos oriundos de espécies nativas de cada região, respeitando suas sazonalidade, e sugere evitar o consumo de espécies exóticas – como no caso dos cultivos de abelhas, camarões e ostras originários de outras regiões – que sem controle podem se tornar invasoras e alterar consideravelmente o ambiente em que estão, eliminando ou afugentando, inclusive, espécies nativas locais.

3. Não utilizar espécies ameaçadas (vulneráveis, em perigo ou criticamente em perigo) ou quase ameaçadas de extinção-Espécies ameaçadas ou quase ameaçadas de extinção possuem alto risco de desaparecimento da natureza em futuro próximo. O consumo dessas espécies contribui para que a extinção delas ocorra de maneira mais efetiva e em curto espaço de tempo, acarretando impactos negativos para todo o ecossistema. É o caso do palmito-juçara (extraído da palmeira-juçara) e a castanha-do-pará. A utilização dessas espécies só deve ocorrer quando houver a comprovação da origem responsável, isto é, de que o produto foi manejado, cultivado ou criado sob controle, devendo-se excluir aqueles resultantes de extrativismo ilegal, ou seja, retirados diretamente da natureza sem qualquer controle.

Relacionada a esta questão está a exploração de recursos além de sua quantidade e freqüência, como acontece com espécies aquáticas sobreexplotadas (aquelas cuja condição de captura de uma ou todas as classes de idade em uma população são tão elevadas que reduz a biomassa, o potencial de desova e as capturas no futuro a níveis inferiores aos de segurança). Alguns exemplos são o camarão-rosa, atum e a tainha. Outro cuidado importante é comprar apenas pescados que respeitaram os tamanhos mínimos de captura e os períodos de defeso, quando a pesca é proibida.

4. Aproveitar integralmente os alimentos para evitar desperdícios-Ao se buscar a utilização integral dos alimentos em uma receita (incluindo cascas, talos, folhas e sementes), quando possível, maior a contribuição para o meio ambiente, diminuindo a geração de resíduos e a necessidade de sua produção.

Quando mais recursos são desperdiçados, tanto a mais é preciso tirá-los da natureza. Como o patrimônio natural é finito, o consumo exagerado da sociedade moderna tem sido o principal motor de pressão sobre a biodiversidade. Atualmente, consome-se cerca de 25% a mais de recursos do que a natureza consegue repor, o que começa a esgotar os recursos naturais e interferir nos processos de renovação da natureza.

Perfil da Fundação Grupo Boticário – A Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza é uma organização sem fins lucrativos cuja missão é promover e realizar ações de conservação da natureza. Criada em 1990 por iniciativa do fundador do Boticário, Miguel Krigsner, a atuação da Fundação Grupo Boticário é nacional e suas ações incluem proteção de áreas naturais, apoio a projetos de outras instituições e disseminação de conhecimento. Desde a sua criação, a Fundação Grupo Boticário já doou quase U$ 11,3 milhões para 1.282 projetos de 448 instituições em todo o Brasil. A instituição mantém duas reservas naturais, a Reserva Natural Salto Morato, na Mata Atlântica; e a Reserva Natural Serra do Tombador, no Cerrado, os dois biomas mais ameaçados do país. Outra iniciativa é um projeto pioneiro de pagamento por serviços ambientais em regiões de manancial, o Projeto Oásis.

.[Na internet: www.fundacaogrupoboticario.org.br, www.twitter.com/fund_boticario e www.facebook.com/fundacaogrupoboticario].

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