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17/01/2012 - 10:48

A ditadura do carnê

Alguma vez na vida você deve ter ouvido a lamentável frase: “Quem não faz carnê nunca tem nada”. Em minhas palestras, sempre provoco os participantes a entoarem esta frase e em resposta digo: “Por fazer carnê é que permanecerá sem nada”.

Imagine-se indo ao supermercado. Você coloca no carrinho vários produtos: arroz, feijão, carne, sabão em pó, guardanapos etc. A cada produto que você colocar no carrinho sua conta aumentará, correto? Se chegar na hora de pagar e você constatar que não tem dinheiro, terá que tirar algo do carrinho ou... parcelar!

Ao parcelar um novo produto também será incluído em seu carrinho o produto financeiro. Você não o enxerga, não consegue pegá-lo, mas estará lá; e tem um gosto bem amargo, ao menos para seu bolso.

Muitos podem dizer que o supermercado parcela em três vezes sem juros e que à vista nada seria descontado. Porém, este efeito se anula ao fazer compras seguidamente parceladas.

Em compras menos corriqueiras, como de um eletrodoméstico ou um carro, os juros ficam muito evidentes na negociação. Basta INSISTIR na tática de somente levar após o gerente oferecer um bom desconto que você constatará que sua máquina de lavar de R$2.500,00 sairá por R$1.800,00. Ou ainda verá que seu carro pode esperar mais seis meses de poupança para ser adquirido à vista, sem juro algum de financiamento.

Como em qualquer regime absolutista, a ditadura do carnê sairá muito cara pois impõe disciplina àqueles que não conseguem poupar antes de consumir,. A democracia oferece alternativas e, como vivemos em democracia, listo alternativas que podem potencializar muito o seu poder de consumo:

1- Faça estoque de promoções. Produtos de consumo diário e/ou inelástico e/ou com prazo de validade grande, como sal, macarrão, feijão, molho de tomate e mesmo fraldas, devem ser comprados em maior quantidade quando a promoção valer a pena. O mesmo para o que puder ser congelado. Por exemplo, se você está acostumado a pagar R$15,00/kg no contrafilé e surge uma promoção da peça por R$11,90, repare que a economia é de 20%. Portanto, compre a quantidade que couber no freezer. Será o mesmo que obter 20% de rentabilidade em uma aplicação financeira. Faça isso desde que não entre no cheque especial ou no rotativo do cartão de crédito.

2- Compre coletivamente. Famílias e vizinhos unidos levam vantagem ao ir a atacadistas. Repare que muitas famílias usam os mesmos produtos das mesmas marcas. Ao organizarem-se para irem às compras em atacadistas, economizarão até 30% nos produtos comuns. Além disso, os sites de compras coletivas oferecem muitos descontos para o que você está acostumado a pagar “preço cheio”. Se você faz limpeza de pele uma vez por mês, ou vai a um bom restaurante com a família uma vez por semana, continue fazendo isso, porém compre via sites de compra coletiva. Sua economia chegará facilmente a 50% nestes itens.

3- Planeje grandes gastos. Trocar de carro, comprar uma nova e cara TV ou mesmo reformar a casa são passos que podem causar muito estrago no orçamento. O melhor a fazer é poupar primeiro e gastar depois. Para tanto, planeje minimamente, ou seja, (1) verifique o custo daquilo que você quer, (2) divida tal custo em parcelas que caibam no seu bolso, (3) “pague” aquela parcela a uma caderneta de poupança ou outra aplicação conservadora até que junte o necessário e (4) compre. Fazendo isto, você receberá juros ao invés de pagá-los.Terá tudo o que quiser e ainda terá sobras financeiras.

4- Use o consórcio. Para aqueles que não conseguem disciplinar-se sem um carnezinho, resta ainda uma alternativa mais econômica que o financiamento, o consórcio. Ao fazer um consórcio, você não paga juros, mas sim taxa de administração. Na prática a diferença pode alcançar valores de 70% a seu favor. No caso de automóveis e eletrodomésticos, por exemplo, as vantagens se somam, pois a espera pela contemplação é uma vantagem financeira. Repare que se você entrou em um consócio para adquirir uma TV de Plasma de R$5 mil e espera seis meses para ser contemplado, ao receber a carta de crédito a TV caiu de preço e você poderá ter a TV e o home theater. No caso dos automóveis, pelo mesmo valor receberá mais opcionais ou poderá comprar outro modelo melhor. Neste caso, lembre-se de pagar o consórcio até o final.

.Por: Mauro Calil, palestrante, educador financeiro e autor do livro “A Receita do Bolo” [www.calilecalil.com.br ].

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