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21/01/2012 - 09:00

Richthofen, Roger Franchini propõe releitura do caso


A Editora Planeta lança Richthofen – O Assassinato dos pais de Suzane. Baseado na pesquisa minuciosa dos autos, Roger Franchini conta a história dos primeiros nove dias entre o acontecimento do crime e as prisões em uma trama cheia de ação, bons diálogos e descrições

O ex-investigador da Polícia Civil e escritor Roger Franchini mistura ingredientes para criar uma trama explosiva. De um lado, a realidade de um caso que chocou o país: a morte a pauladas de Manfred e Marísia Von Richthofen, premeditada por sua filha Suzane e executada pelos irmãos Cravinhos. De outro, a capacidade de usar elementos da ficção literária para romancear a história, com bons diálogos, descrições ricas e uma narrativa repleta de ação que se passa em dois tempos. O resultado é o eletrizante livro Richthofen – O Assassinato dos pais de Suzane (Editora Planeta, 192 páginas, R$ 19,90).

A partir da pesquisa minuciosa dos autos do crime, Roger conta o que se passou nos nove dias entre a ocorrência do assassinato e a prisão de Suzane e dos irmãos Cravinhos. O texto intercala dois momentos: o cotidiano de Suzane com as famílias Richthofen e Cravinhos e a investigação do caso.

Já nas primeiras páginas, o leitor é projetado à intimidade da família Richthofen, na qual se constata a rigidez dos costumes e a contrariedade do namoro de Suzane e Daniel e as discórdias e o ódio que ferviam entre os familiares. “A sua felicidade é mais importante que a do outro. Então, nunca hesite em magoar alguém para você ficar feliz. Só avalie qual o prejuízo patrimonial que isso poderá lhe trazer”. Era assim que Manfred ensinava o filho Andreas.

Em outra cena, o autor relata uma discussão que teria acontecido no sítio da família Richthofen na presença de Daniel. Depois de Suzane enfrentar os pais, pedindo que seus sentimentos fossem respeitados e acusando-os de levarem uma vida hipócrita, Manfred teria batido no rosto da filha com um tamanco de madeira, segurando-lhe pelos cabelos.

A conduta dos policiais envolvidos na investigação também é escancarada ao leitor. Íntimo desse universo, o autor não poupa detalhes sobre as práticas questionáveis que fazem parte do cotidiano das delegacias e investigações.

Sem tomar partido nesse relato, ou tirar conclusões, Franchini deixa em aberto a participação do irmão de Suzane, Andreas, no crime e destaca questões que não foram colocadas na berlinda pela imprensa, como a existência de contas de Manfred na Suíça, alvo de investigações do Ministério Público até hoje.

Os fatos se revelam por meio da narrativa que absorve a atenção das primeiras às últimas páginas. Conhecer o final da história é o que menos importa neste caso. Assim como fez Truman Capote em A Sangue Frio, Roger Franchini parte da pesquisa da realidade para criar uma obra literária de interesse, reforçando a dramaticidade implícita. E, de quebra, revela uma série de minúcias que dão pistas para compreender alguns aspectos envolvidos no chocante crime.

Autor-Roger Franchini é advogado e trabalhou como investigador na Polícia Civil de São Paulo. Pela Editora Planeta, lançou também o livro Toupeira, sobre o assalto ao Banco Central de Fortaleza. Toupeira e Richthofen integram a coleção Grandes Crimes, que terá mais títulos escritos pelo autor.

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