Página Inicial
PORTAL MÍDIA KIT BOLETIM TV FATOR BRASIL PageRank
Busca: OK
CANAIS

26/01/2012 - 07:00

Quem tem medo do tratamento de canal?

Nos últimos anos o temido procedimento evoluiu, ajudando muitos pacientes a evitar extrações desnecessárias de dentes. E o melhor: ao contrário do que se pensa, hoje é ele praticamente indolor.

Pouca gente sabe, mas problemas dentais são responsáveis pela segunda mais intensa das dores existentes, perdendo apenas para as cólicas renais. Aliás, pouca gente sabe disso, mas algumas doenças bucais, como os problemas de canal, são as culpadas, inclusive, por dores em áreas distantes do dente, como nas articulações, na cabeça, coluna e músculo cardíaco. O que acontece, geralmente, é que as toxinas bacterianas caem na corrente sanguínea e podem se alojar em outros sítios. O paciente acaba passando por muitos tratamentos com médicos das mais variadas especialidades e a dor é sanada apenas quando se descobre que a terapêutica mais indicada deveria ser indicada pelo dentista.

O problema é que muitas pessoas têm pavor da famosa e assustadora cadeira do cirurgião dentista. E, se há quem tenha medo de uma simples consulta, que dirá de se submeter a um tratamento de canal, famoso por estar ligado a muita dor e desconforto? A boa notícia é que avanços na área estão mudando essa fama e, atualmente, quem precisa se submeter a uma endodontia afirma: o processo para se livrar de um problema de canal é indolor.

O tratamento é uma alternativa para quem teve o nervo do dente comprometido por bactérias e não quer apelar para o implante a fim de resolver o problema. “A proposta do procedimento é remover as bactérias do interior do dente e vedá-lo hermeticamente para que elas não voltem para aquele espaço. Na maioria das vezes, esses microrganismos alcançam a polpa através da cárie, mas o canal também pode ficar comprometido a partir de traumas, fraturas e outras doenças periodontais”, explica a dentista Teresa Chacur de Miranda, especialista em endodontia. Ela lembra que, devido ao fato de as bactérias atingirem outras áreas, podem provocar dores geralmente não associadas a problemas dentais, como a de cabeça, garganta, ouvido e até problemas relacionados à coluna:

- Dentro de cada dente, temos um tecido conjuntivo frouxo, que é responsável pela formação e crescimento dos dentes. Quando algum tipo de bactéria invade esse espaço, surge uma inflamação que, posteriormente, pode dar origem a uma infecção, que pode ficar limitada à região do dente ou atingir a corrente sanguínea, chegando a áreas distantes, como articulações e o músculo cardíaco, causando dores no corpo todo, perda da resistência física, febre, sinusite, entre outros sintomas, que parecem não ter explicação médica. A proposta do tratamento de canal é remover as bactérias do espaço atingido e vedar hermeticamente aquele sistema, para que elas não possam transitar mais naquele dente, colonizar o espaço e nem se espalhar pelo organismo, - explica.

Para evitar esses problemas, a especialista reforça que é muito importante manter a higiene bucal em dia e não fugir das consultas regulares ao dentista. Se aquela dorzinha dá as caras quando se ingere bebidas ou alimentos quentes ou muito frios, é bom ficar alerta. Se não tratada, ela pode evoluir para uma inflamação ou um abcesso, podendo acumular pus na região onde as bactérias estão. “Somente as visitas periódicas ao dentista dão ao paciente a oportunidade de prevenir os problemas bucais. Com isso se evita que a cárie atinja o tecido pulpar e gere um problema de canal”, reforça Teresa.

A especialista informa também que o tratamento pode, na maioria dos casos, ser feito em uma única sessão, rápida e segura. E o processo atual de extração do tecido danificado é indolor, já que utiliza tecnologia de ponta, como análise de imagens de raio-X digital, para evitar contatos e agressões desnecessárias à área atingida. “A polpa atingida é uma área de tecido morto e que, justamente por isso, não dói. Quando a polpa está inflamada, isso é visível para o dentista, que pode aplicar uma anestesia. Na maioria dos casos, o paciente acaba ficando com receio de tratar o canal justamente por estar sofrendo antes de ir ao especialista, já que o dente inflamado dá origem a inchaços que comprimem as terminações nervosas”.

Como complemento, a cirurgiã dentista deixa um alerta para quem precisa se submeter a um tratamento de canal: “muitos profissionais recomendam a extração de dentes para colocação de implantes, o que costuma ser desnecessário. Esses dentes podem ser salvos por meio de um simples tratamento de canal. O implante deve ser utilizado apenas como última opção, pois seu pós-operatório é muito mais delicado e a falta de um dente pode prejudicar a mastigação e a fala, sendo necessário um implante para sanar o problema, em uma terapêutica muito mais arriscada e dolorosa”. Portanto, cuidado! Procure uma segunda opinião antes de tomar qualquer decisão e lembre-se sempre de que as visitas regulares ao dentista são a melhor forma de prevenção.

Dra. Teresa Chacur de Miranda – cirurgiã dentista – Rio de Janeiro: Graduada em Odontologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Teresa Miranda é especialista e Mestre em Endodontia, bem como Doutora em Odontologia formada pela mesma universidade. Durante muitos anos, ministrou aulas como professora adjunta da Faculdade de Odontologia da UFRJ e, atualmente, atende em clínica própria, especializada no diagnóstico e tratamento decanal e cirurgias complementares (microcirurgias). Seus pacientes, de maneira geral, são aqueles com problemas relacionados a dores diversas, edemas, abscessos, desconfortos na boca e na face, bem como patologias e lesões ligadas à saúde bucal em geral. Como complemento, ainda é Membro da Associação Brasileira de Odontologia e da Associação Americana de Endodontia (AAE).

Enviar Imprimir


© Copyright 2006 - 2024 Fator Brasil. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Tribeira