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31/01/2012 - 12:18

Estudar não é aprender

O estudo, logicamente, deveria sempre levar ao aprendizado. No entanto, talvez por conta do exagerado processo de avaliações, de cobranças, de verificações, muitas vezes a atividade do estudo tornou-se desvinculada da aprendizagem.

Estuda-se mecanicamente procurando fixar uma quantidade de informações apenas para serem utilizadas em provas e exames e esquecidas logo depois. É, em geral, considerada como uma atividade cansativa e desinteressante por não levar propriamente à assimilação do conteúdo da disciplina em foco.

Considerando-se que o importante não é estudar mas sim aprender, torna-se necessário refletir sobre esses processos.

Nenhum aluno “estuda” para aprender as regras do futebol, as diferenças entre as diversas marcas de automóveis, as características das múltiplas bandas musicais nem mesmo sobre o funcionamento das modernas tecnologias de comunicação. Aprendem, mas como? E por quê? Talvez o fator primordial seja o interesse, a motivação. Colabora ainda para esse conhecimento, o fato das análises e das sínteses serem feitas por ele próprio e não elaboradas e transmitidas por outrem.

O processo da aprendizagem como já estudado por inúmeros filósofos, psicólogos e pedagogos ocorre entre duas sínteses. O estudante depara-se inicialmente com um fenômeno que lhe é apresentado de modo global. Num segundo momento vai dividi-lo em partes, analisá-las, relacioná-las de modo a distinguir o essencial do acidental. Em seguida reorganiza-o e constrói assim o próprio conhecimento sobre o tema em questão. Sistematiza-o então em uma nova síntese que deve ser pessoal e criativa evidenciando a apropriação do novo saber.

Acontece, no entanto, com freqüência, uma distorção no processo da aprendizagem em que o estudo, limita-se à fixação de análises e de sínteses produzidas pelos autores dos manuais ou pelos professores sem que o aluno possa neles perceber os nexos e a coerência lógica. Surge então um enorme cansaço, muitas vezes um considerável desgaste físico e pouca ou nenhuma apropriação de conhecimento.

É comum perceber-se que conteúdos muito estudados e que foram objeto de provas bem sucedidas terem sido quase totalmente esquecidos quando cobrados no ano seguinte. Teria havido estudo mas não aprendizagem.

Por força do sistema escolar dificilmente o aluno tem possibilidade de chegar à fonte primária do saber. Seu conhecimento é feito por meio de fontes secundárias.

Os estudantes têm que contentar-se com análises, relações e sínteses feitos por outros o que favorece a passividade e a acomodação e não ajuda a despertar o espírito científico que se fundamenta na observação, na criatividade e na capacidade crítica.

O que se entende por pesquisa na vida escolar é, em geral, a consulta a textos e sites de autores que discorrem sobre o tema mas não a pesquisa em fonte primária bastante difícil para essa fase de estudo.

Talvez o problema pudesse ser contornado com o ensino da metodologia da pesquisa científica.

A motivação não se limita à apresentação agradável, prazerosa e colorida do conteúdo a ser estudo. Ela decorre do valor do conhecimento para o aluno, da medida em que corresponde aos seus anseios.

Os processos do estudar e do aprender, por todos esses obstáculos, merece ser cada vez mais aprofundado.

.Por: Vera Rudge Werneck ,Diretora do Colégio Padre Antonio Vieira .

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