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09/02/2012 - 13:44

Alunos de cursos profissionalizantes crescem 83% em seis anos, diz FGV

Brasília – O número de brasileiros que frequentou cursos de educação profissional cresceu 83% entre maio de 2004 e setembro de 2010, revela pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), divulgada no dia 08 de fevereiro (quarta-feira), na Confederação Nacional da Indústria (CNI).

O estudo As Razões da Educação Profissional: Olhar da Demanda, apresentado pelo diretor de Educação e Tecnologia da CNI e diretor-geral do SENAI, Rafael Lucchesi, e pelo economista Marcelo Neri, do Centro de Políticas Sociais da FVG, mostra que os brasileiros da classe C são os que mais procuram esse tipo de formação, sobretudo jovens, mulheres, negros e moradores das regiões periféricas das grandes capitais.

A adesão da classe C aos cursos de educação profissional mostra que hoje o conhecimento é mais importante do que a compra de um carro e da adesão à TV a cabo. O estudo aponta que os jovens entre 15 e 19 anos, dessa camada da população fazem clara opção por carteira de trabalho e vêem nesse tipo de formação uma alternativa de ascensão social.

“A onda jovem está acontecendo de maneira sustentável. A classe C busca se qualificar para obter emprego e, dessa forma, sustentar suas novas aspirações. Nesse contexto, a indústria é um dos atores importantes e capazes de induzir esta mobilidade, o que é fundamental para o desenvolvimento do país”, afirmou Lucchesi.

Neri, responsável pela pesquisa, ressaltou haver uma clara relação entre a crescente demanda por cursos de educação profissional e a ascensão da chamada nova classe média a partir de 2004. “Quem faz um curso técnico tem 15% a mais de retorno de salário para toda a vida”, observou.

Desinteresse - De acordo com a pesquisa, entre os que não frequentaram um curso de educação profissional, o que equivale a 77% da população, a grande maioria – 68,8% - não o fez por desinteresse.

Tal constatação demonstra, na visão do economista da FGV, que antes de qualquer planejamento de educação profissional é preciso conferir a demanda do mercado de trabalho e das empresas. “A oferta em si de cursos profissionalizantes não cria a sua própria demanda no mercado”, assinala Neri.

Exatos 14,7% dos entrevistados atribuíram à escassez de renda a não freqüência de um curso profissionalizante, enquanto apenas 10,47% apontaram a falta de curso como motivo.

Mudança cultural - Para Luchessi, o Brasil passa por uma mudança cultural também no mundo do emprego. E aumentar as oportunidades é fator crucial para o país crescer. “Iniciativas como o Pronatec, o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego, têm papel fundamental para fazer essa ponte entre os alunos do ensino médio e os da educação profissional”, assinalou o diretor da CNI.

Segundo ele, entre 2011 e 2015 a indústria brasileira investirá US$ 650 bilhões, o que vai exigir um grande contingente de mão de obra qualificada. Ressaltou que 90% dos jovens que concluem o ensino médio não ingressam em curso de nível superior. Por isso, na sua opinião, é preciso incentivar as oportunidades e informar esses jovens sobre as diferentes formações técnicas – que não precisam de cursos de graduação.

O estudo revela também que alunos que freqüentaram cursos de educação profissional dos níveis mais elevados têm mais possibilidade de encontrar emprego na sua área de formação. Tecnólogos (nível superior) e técnicos (nível médio) têm chances de 79,5% e 70,1%, respectivamente, de ingressar no mercado de trabalho na área de formação.

Quem freqüenta cursos de curta duração – chamados de qualificação - tem chance média de 60,8% de trabalhar no segmento para o qual se preparou - ou seja, quase 10% de diferença em relação aos alunos dos cursos com maior nível de especialização.

A pesquisa informa ainda que os ex-alunos das três modalidades da educação profissional têm chances - entre 30,7% e 50,8% - de conseguir uma colocação profissional em áreas diferentes da sua de formação. A possibilidade aumenta proporcionalmente à duração do curso.

O estudo As Razões da Educação Profissional é baseado em dados coletados de 400 mil entrevistas feitas pela Pesquisa Nacional de Amostras em Domicílio (PNAD) de 2007 e pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME), entre março de 2002 e setembro de 2010. *[www.fgv.br/cps/senai]. [www.fgv.br/cps/bd/senai_razoes].

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