Presidente da Petrobras será bem recebida pelo mercado, aponta especialista

Maria da Graça Foster, como é conhecida, foi oficializada no dia 09 de fevereiro (quinta-feira), como a nova presidente da Petrobras, sucedendo José Sérgio Gabrielli, após reunião do conselho de administração da empresa. Funcionária de carreira da estatal, Foster tem 58 anos e está na Petrobras há 32, tendo começado a trabalhar lá como estagiária, em 1978. Ela será a primeira mulher a presidir a estatal.

Para o especialista em direito administrativo Fabio Martins Di Jorge, do escritório Peixoto e Cury Advogados, o pulso firme e aproximação com a presidente Dilma Rouseff não serão suficientes para que Foster conduza política estratégica fundamental para o Governo Federal, mas ela “deve ser bem recebida pelo mercado”.

“No entanto, peça chave no jogo político estratégico, terá grandes desafios pela frente, a começar pela necessidade de desmistificar o estereótipo de linha dura e sua vinculação à imagem de Dilma, o que, creio, desagrada alguns colaboradores. Mais do que isso, terá que administrar a queda do valor de ações na bolsa, bem como a queda de produção da Companhia, ocorridas no final do ano passado e com modesta recuperação neste começo de ano”, avalia Di Jorge, que completa: “O mais complicado, no fim das contas, será contornar politicamente a grande disputa pelos royalties do pré-sal”.

O especialista lembra, ainda, a batalha jurídica que será travada no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a constitucionalidade do Regulamento Simplificado de Compras da Petrobrás, “cuja eventual declaração de inconstitucionalidade, mesmo com efeitos moduladores, obrigará a companhia a se submeter à Lei Geral de Licitações”. “Além de, no futuro, ao RDC, o que deverá ser repensado pelo mercado e comunidade jurídica em geral”, encerra.

Antes, Graça Foster exercia o papel de diretora de Gás e Energia da Petrobras desde 2007 e chega ao posto máximo da empresa indicada pela presidente Dilma Rousseff, com quem trabalhou entre 2003 e 2005 no Ministério das Minas e Energia.