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14/09/2007 - 10:53

Copom cogita manter juro e mercado entende o recado

São Paulo - Depois de dois anos de queda ininterrupta da taxa de juro, o Comitê de Política Monetária do Banco Central deixou claro dia 13 de setembro, que o ciclo de cortes está perto do fim, e o mercado financeiro entendeu o recado.

Antes mesmo da reunião de setembro, analistas já indicavam a possibilidade de uma parada técnica nos cortes da Selic, provavelmente a partir de dezembro.

Mas na ata do encontro da semana passada, os diretores do BC afirmaram que essa interrupção já poderia ter acontecido neste mês.

"Apesar de entender que diversos fatores respaldariam a decisão de manter a taxa de juros inalterada já nessa reunião, o comitê avaliou o cenário macroeconômico e considerou que, neste momento, o balanço dos riscos para a trajetória prospectiva da inflação ainda justificaria estímulo monetário adicional", revela a ata.

Por unanimidade, o Copom optou em reduzir o ritmo de queda da Selic, cortando o juro em 0,25 ponto percentual, para 11,25 por cento ao ano.

"A ata surpreende porque tomou muito mais postura do que se imaginava. O mercado acreditava que o BC deixaria todas as portas abertas e ele sinaliza que se não foi o último corte, o próximo poder ser o último", afirmou Sandra Utsumi, economista-chefe do Bes Investimento.

"Não dá para descartar totalmente uma nova queda de 0,25 ponto, mas eu estimo manutenção em outubro e dezembro", acrescentou Silvio Campos Neto, economista-chefe do Banco Schahin. Pontual ou persistente? O comitê deixa claro na ata que está preocupado com a trajetória da inflação no país e que pretende diferenciar, com cuidado, "reajustes pontuais de reajustes persistentes ou generalizados" de preços para adequar a política de juro às circunstâncias.

Um ponto de destaque feito pelo comitê é o efeito do crescimento da demanda interna sobre os preços.

"O ritmo de expansão da demanda doméstica, que deve continuar sendo sustentada,... continua podendo colocar riscos não desprezíveis para a dinâmica inflacionária", afirmaram os diretores do BC no documento.

Para Luis Cezário, economista do HSBC Bank Brasil, a ata deixou claro que o BC está preocupado com a redução da capacidade de expansão econômica sem pressões inflacionárias.

"As preocupações ficaram explícitas... com o reconhecimento de que o corte do juro poderia ter sido interrompido neste mês", afirma o economista.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, tentou amenizar a leitura feita pelos analistas do documento. Em conversa com jornalistas, o ministro disse que não viu "sinalização negativa" na ata e ponderou que é cedo para cravar qual será o próximo passo do BC.

"Tudo é prematuro porque temos que observar o comportamento dos preços nos próximos 40 dias para ver qual a posição que o Copom vai tomar", afirmou. A próxima reunião do Copom ocorre em 16 e 17 de outubro.| Por: Renato Andrade, com reportagem adicional de Angela Bittencourt, Vanessa Stelzer e Isabel Versiani/Reuters.

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