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11/02/2012 - 08:45

Ano de desafios

O Governo comemora o resultado fiscal com receitas que, abatidas as transferências, fechou em R$ 851,63 bi em 2011. Enquanto isso, o superávit primário foi de R$ 92 bi – superior em R$ 10 bi em relação à projeção efetuada para 2011. Embora maior que a meta de 2011, o resultado de 2010 foi bem melhor, pois a receita foi de R$ 787,84 bi e o superávit primário foi de R$ 100,81 bi, ou seja, houve encolhimento do superávit em 8,74% que, certamente, prejudicou a redução do endividamento do Brasil.

A dívida externa brasileira fechou em mais de US$ 297 bi, com crescimento de 15,78% comparado com 2010. Considerando a taxa de câmbio em R$ 1,86, representa R$554,66 bi. Além disso, a dívida interna fechou em R$ 1.752,61 bi, chegando a um endividamento total de aproximadamente R$ 2,3 trilhões. Considerando somente os juros anuais, sem considerar acréscimo decorrente de qualquer outro fator (Taxa Selic anual foi fixada em janeiro/2012 em 10,5%), o aumento do endividamento ficaria em torno de R$ 241,5 bi. Se o País continuar tendo superávit primário neste patamar, significa que o endividamento público continuará crescendo.

Para que haja uma recuperação gradativa da situação financeira e para que o País não acabe caindo em armadilhas relacionadas à bolha financeira, ao capital especulativo e à recessão, será fundamental a redução da remuneração da dívida interna com redução gradual da taxa Selic. Também temos que contar com a empregabilidade em alta – fato complicado para 2012 se não houver um ajuste fiscal que, efetivamente, estimule as empresas a produzirem e manterem seus colaboradores.

A taxa de desemprego em 2011 na faixa de 6%, conforme apontou o IBGE, foi uma das mais baixas desde 2002, além de ter sido um dos fatores para manutenção do consumo, fazendo com que o PIB atingisse R$ 2,517 tri. Assim, o Brasil pode vislumbrar um pequeno acréscimo de 2,7% em 2011, mesmo em um cenário internacional complexo, principalmente nos países europeus, nos Estados Unidos e na China.

O ano de 2012 promete ser de desafios: necessidade de corte dos gastos públicos e maior preocupação com a manutenção do consumo no mercado interno, sem esquecer da responsabilidade e da busca da redução dos juros como forma de aumentar o superávit primário para, assim, minimizar ou reduzir o endividamento interno, além do ajuste fiscal para beneficiar as empresas e manter a empregabilidade, melhorando gradativamente a qualidade de vida dos brasileiros.

.Por: Reginaldo Gonçalves, coordenador do curso de Ciências Contábeis da Faculdade Santa Marcelina.

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