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15/02/2012 - 09:53

Indústria paulista cria apenas 500 empregos em janeiro

Diretor da Fiesp alerta para a possibilidade de mais um ano medíocre na geração de vagas.

O setor produtivo paulista criou 500 postos de trabalho no mês de janeiro, comportamento praticamente estável ante dezembro de 2011, com alta de apenas 0,03% na leitura sem ajuste sazonal. Já na série com ajuste sazonal, a taxa ficou negativa em 0,18%, o que levou o primeiro mês do ano a ficar abaixo da média histórica para meses de janeiro.

Como previsto pela Federação e o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp/Ciesp), “o ano de 2012 não começou bem para o emprego industrial”, afirma Paulo Francini, diretor titular do Departamento de Pesquisas Econômicas (Depecon) da entidade.

O prognóstico da entidade para o PIB da Indústria de Transformação deste ano é de crescimento de 1,5%, com taxa de apenas 0,5% para o nível de emprego no setor. “Mesmo parecendo modestos, esses dados são otimistas”, disse Paulo Francini, explicando as dificuldades que se avizinham quando se analisa o carry over (efeito estatístico transferido de um ano para outro).

Nos últimos 12 meses comparados aos 12 meses imediatamente anteriores, a indústria fechou 16 mil vagas, apontou o estudo, uma queda de 0,61% de um período contra o outro.

“Não é um resultado animador. Não achamos que será um ano muito confortável para o emprego na indústria de transformação, muito pelo contrário, a previsão que a federação tem para 2012 é de um comportamento medíocre novamente.”

Segundo Francini, as usinas de açúcar e álcool foram as responsáveis pela criação de empregos em janeiro. Após as típicas demissões no final do ano passado, por conta da entressafra, o setor sucroalcooleiro voltou a contratar em janeiro e criou 2.914 postos de trabalho, o equivalente a um ganho de 0,17%. Os demais setores registraram, no entanto, resultado negativo de 0,14%, fechando 2.414 vagas no primeiro mês do ano.

Reflexo do consumo -Apesar de alguns analistas projetarem um ano melhor para a Indústria graças ao consumo robusto, o diretor do Depecon avalia que a recuperação do comércio “pode não significar absolutamente nada” para a indústria, uma vez que os importados ocupam muito dos espaços criados pelo crescimento do consumo doméstico.

“A demanda cresceu 6%, em 2011, e com isso a Indústria cresceu? O emprego industrial foi a zero. Assim, é possível perceber que existe uma grande discrepância entre demanda e produção doméstica”, explicou.

A Fiesp projeta uma taxa de 2,6% para o PIB (Produto Interno Bruto) no ano de 2012, enquanto o governo projeta uma expansão de 4,5%. “O que difere a nossa previsão das outras é justamente o comportamento da Indústria de Transformação, que nós acreditamos que conhecemos melhor”, afirmou Francini.

As medidas de incentivo à produção doméstica, como a redução do IPI para produtos da linha branca e materiais de construção não deixam de ser positivas, “mas a dimensão entre o que elas representam e a necessidade da Indústria é de tal disparidade que não dá pra dizer que satisfaz”, argumentou.

Setores e regiões-Das atividades analisadas no levantamento, 11 apresentaram efeitos positivos em janeiro, nove registraram variação negativa e outras duas ficaram estáveis.

O item Couros e Fabricação de Artigos de Couro, de Viagem e Calçados apresentou a maior alta do mês: 2,6%. Este setor, no entanto, registrou forte queda de 15,8% na variação de 12 meses.

Os segmentos de Máquinas, Aparelhos e Materiais Elétricos e Confecção de Artigos do Vestuário e Acessórios registraram queda de 1,5% em janeiro.

O Índice de Emprego apurou ainda que das 36 regiões analisadas, 15 apresentaram evolução negativa, 14 registraram alta e sete ficaram estáveis.

Dentre as regiões com comportamento negativo estão:Matão (-1,95%), com destaque para os setores de Produtos de Metal, exceto Máquinas e Equipamentos (-9,79%) e Produtos Alimentícios (-3,08%);

Santos registrou o segundo pior indicador (-1,31%), abatido pela baixa nos itens de Produtos Químicos (-2,76%) e Confecção de Artigos do Vestuário (-2,73%).

Santo André (-1,20%), refletindo perdas em Metalúrgica (-4,27%) e Veículos Automotores e Autopeças (-1,85%).

Das regiões que anotaram comportamento positivo, Sertãozinho apontou a maior alta (3,42%), seguido por Araraquara (2,42%), e Taubaté (2,04%). A primeira cidade foi influenciada pela alta nos setores de Produtos Alimentícios (4,77%) e Máquinas e Equipamentos (1,77%).

O indicador de Araraquara também foi estimulado por Produtos Alimentícios (4,66%) e por Produtos Têxteis (3,45%), enquanto o emprego em Taubaté foi puxado pelos itens de Metalúrgica (5,01%) e Veículos Automotores e Autopeças (2,88%).

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