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16/02/2012 - 10:13

Vale: lucro líquido recorde de US$ 22,885 bilhões em 2011, aumento de 17,3% ante 2010


E US$ 4,672 bilhões no 4T11, 21% menos ante 3T11.

Rio de Janeiro - A Vale obteve forte desempenho em 2011, caracterizado por recordes de receita operacional (US$ 60,4 bilhões), lucro operacional (US$ 30,1 bilhões), margem operacional (48,5%), geração de caixa (US$ 35,3 bilhões) e lucro líquido (US$ 22,9 bilhões). Os embarques de minério de ferro e pelotas atingiram recorde histórico, com quase 300 milhões de toneladas (Mt), enquanto que as vendas de níquel e cobre tiveram o seu melhor ano desde 2008.

Para o presidente do Conselho de Administração da Vale, Ricardo Flores, "Em 2011, o retorno aos acionistas atingiu o valor recorde de US$ 12 bilhões, o que comprova que a Vale é uma empresa com excelente desempenho e enorme potencial. Tenho convicção de que a empresa continuará comprometida com a criação de valor de longo prazo e com o desenvolvimento sustentável das comunidades onde atua e do País".

Murilo Ferreira, presidente da Vale, comentou: "Nosso desempenho financeiro foi extraordinário, o melhor de todos os tempos. Batemos vários recordes, a despeito de um ambiente econômico desafiador. A execução disciplinada de nossa estratégia e a performance das operações foram essenciais para que pudéssemos nos beneficiar da forte demanda global por minérios e metais".

A Vale é extremamente comprometida na criação de valor para o acionista, com forte foco na eficiência da gestão de capital. De modo a fortalecer a disciplina na alocação de capital, implementamos algumas iniciativas para minimizar riscos de atraso e de aumento de custos na execução dos projetos, e adotamos uma posição mais proativa com respeito ao retorno de excesso de caixa aos acionistas.

O Conselho de Administração aprovou a reorganização da Diretoria Executiva com o propósito de estimular melhor interação entre as atividades corporativas e as unidades de negócios, estimulando o trabalho em equipe. Uma divisão responsável pela implementação de projetos, chefiada por um Diretor Executivo, foi criada com o enfoque de melhorar a qualidade da execução de projetos.

Cinco novos projetos foram entregues em 2011 - Onça Puma, Omã, Moatize, Estreito e Karebbe - os quais ainda estão na fase de ramp-up, com seu potencial de crescimento e geração de valor a ser materializado em 2012 e 2013. A dinâmica de crescimento e criação de valor será suportada nos próximos anos pela entrega de projetos de classe mundial de minério de ferro, pelotas, carvão, cobre, níquel e potássio, atualmente em construção.

A licença de operação da área N5 Sul, no complexo da Serra Norte em Carajás, foi a primeira licença de operação em Carajás obtida desde 2002. Essa licença nos permite explorar o rico depósito de minério de ferro com maior teor de ferro, contribuindo pra manter a alta qualidade da nossa produção.

Para explorar sinergias e possibilitar uma total exposição dos acionistas da Vale ao potencial de criação de valor do negócio de fertilizantes, cancelamos o registro de nossa subsidiária Vale Fertilizantes, após a transação de compra da participação dos acionistas minoritários. A busca para explorar oportunidades de sinergia e racionalização do portfólio de ativos é uma de nossas metas permanentes. O dividend yield de nossas ações foi o mais alto entre nossos peers e um dos maiores entre as grandes companhias globais.

A Vale teve seu rating de crédito elevado pela Standard & Poor¿s (S&P) de BBB+ para A-. De acordo com a classificação de risco da S&P, o rating A indica forte capacidade de atendimento a compromissos financeiros. A atualização reflete nosso forte fluxo de caixa, sólido balanço e o foco permanente em minimizar o custo de capital.

Em linha com nosso foco em pessoas e na importância primordial da vida humana, estamos aperfeiçoando padrões de segurança do trabalho, independente da Vale já exibir alguns dos melhores indicadores de segurança na indústria de mineração. Gastos em responsabilidade social corporativa foram de US$ 1,5 bilhão, sendo US$ 1,0 bilhão na proteção e conservação ambiental e US$ 457 milhões em projetos sociais.

Os resultados do 4T11 foram bastante robustos, mas inferiores ao 3T11, como consequência de menores preços devido à recessão européia e às expectativas negativas produzidas pela crise de endividamento da zona do euro.

Os principais destaques do desempenho da Vale foram: · Receita operacional recorde de US$ 60,389 bilhões em 2011, 29,9% acima da marca do ano passado de US$ 46,481 bilhões. No 4T11, a receita operacional foi de US$ 14,755 bilhões.

· Lucro operacional das operações existentes recorde, medido pelo EBIT ajustado (lucro antes de juros e impostos), excluindo ganhos não-recorrentes, de US$ 28,599 bilhões. No 4T11, o lucro operacional foi de US$ 6,023 bilhões.

· Margem do lucro operacional das operações existentes recorde, medido pela margem EBIT ajustado, de 48,5% em 2011. No 4T11, a margem EBIT foi de 41,7%.

· Lucro líquido recorde de US$ 22,885 bilhões em 2011, equivalente a US$ 4,36 por ação diluído. O lucro líquido foi de US$ 4,672 bilhões no 4T11, e US$ 0,90 por ação diluído.

· Geração de caixa das operações existentes recorde, medida pelo Ebitda ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), excluindo ganhos não-recorrentes, de US$ 33,759 bilhões. No 4T11, o Ebitda ajustado foi de US$ 7,396 bilhões.

· Vendas recordes de minério de ferro e pelotas, 299,1 Mt, exibindo um aumento de 1,6% sobre 2010.

· Investimentos recordes, excluindo aquisições, de US$ 18,0 bilhões em 2011, dos quais US$ 13,4 bilhões gastos com execução de projetos e pesquisa e desenvolvimento (P&D).

· O retorno de capital aos acionistas atingiu o valor recorde de US$ 12 bilhões, composto pela distribuição de dividendos de US$ 9 bilhões, equivalente a US$ 1,7354 por ação ordinária ou preferencial, e pelo programa de recompra de ações de US$ 3 bilhões, totalmente executado. Para 2012, anunciamos um dividendo mínimo de US$ 6 bilhões.

· Balanço sólido com baixa alavancagem, medida pela relação dívida total/LTM Ebitda ajustado, igual a 0,66x, e a manutenção do longo prazo médio da dívida, de 9,8 anos.

Perspectivas dos negócios - Após vigorosa recuperação em seguida à Grande Recessão de 2008/2009, a atividade econômica global se desacelerou em 2011, crescendo abaixo de sua tendência de longo prazo. Vários fatores influenciaram a desaceleração, contribuindo para elevar a volatilidade de preços de ativos financeiros e fomentar expectativas pessimistas sobre o futuro.

Os choques de preços do petróleo e alimentos produziram alta temporária da inflação, causando perdas de poder de compra e impacto negativo sobre os gastos de consumo. No entanto, os efeitos destes choques se dissiparam a partir do fim de 2011.

Desastres naturais produziram flutuações no crescimento no curto prazo, com o mais severo deles, o do terremoto de Tohoku, provocando imediatamente queda abrupta na produção japonesa e ruptura da cadeia de suprimentos global. Mais tarde, inundações na Tailândia produziram efeito similar, porém de menor magnitude, dadas as dimensões da economia tailandesa. A cadeia de suprimentos global está de volta à normalidade após a recuperação da produção industrial japonesa e tailandesa e de suas exportações.

A normalização das políticas monetária e fiscal em economias emergentes, implementada após os estímulos adotados para neutralizar os efeitos do choque financeiro global de 2008, foi capaz de conter a tendência inflacionária, mas ao mesmo tempo gerou uma desaceleração cíclica na atividade econômica. A partir do terceiro trimestre de 2011, os bancos centrais de economias emergentes – começando pelo Banco Central do Brasil, seguido por outros na América Latina e Ásia – iniciaram afrouxamento gradual da política monetária para incentivar o crescimento.

Considerando que a maioria das forças subjacentes à desaceleração da economia no ano passado já se diluíram, a dinâmica cíclica aponta para a retomada do ritmo de expansão nos próximos meses. O global manufacturing PMI se elevou pelo segundo mês consecutivo em janeiro de 2012, impulsionado por aumentos de encomendas à indústria e queda nos estoques de produtos finais, movimento que sinaliza expansão da produção industrial global no curto prazo, e, em última instância, maior vigor da demanda por minerais e metais.

A continuação da recuperação da produção industrial está condicionada à expansão da demanda final. As vendas no varejo global tiveram fraco desempenho no fim de 2011, principalmente em função da recessão na Europa.

Já as vendas no varejo em economias emergentes se aceleraram e as vendas globais de automóveis estão se recuperando, o que ajuda a criar momento para o crescimento da produção industrial global.

A combinação de inflação global em declínio, políticas monetárias acomodativas, formação de estoques e um feedback positivo gerado pela valorização dos preços de ativos financeiros tem o potencial de criar perspectiva econômica global mais favorável para 2012 – liderada pelas economias emergentes – esperando-se aceleração do crescimento na segunda metade deste ano.

Antecipamos desempenho econômico global moderado, dada a necessidade das economias desenvolvidas em cortar seus déficits orçamentários de forma a endereçar a questão da sustentabilidade da dívida. Além disso, a desalavancagem dos bancos europeus está restringindo o crédito e produzindo pressões recessivas na área do Euro, afetando também o crescimento das economias de mercados emergentes. Entretanto, estima-se que o crescimento global seja forte o suficiente para sustentar uma demanda robusta por minerais e metais.

Neste contexto, a crise da dívida na área do Euro permanece como o maior risco para o crescimento econômico global. No curto prazo, a concessão do financiamento de três anos para os bancos gerou expectativas que os mecanismos oficiais de apoio serão capazes de lidar com a crise, o que se traduziu em declínio da percepção de riscos e alta dos preços de ativos, como os preços de ações dos mercados emergentes e dos bônus soberanos da Itália e Espanha.

A economia chinesa teve bom desempenho em 2011, com o crescimento diminuindo gradativamente, mas ainda vigoroso em termos absolutos, dado o seu tamanho considerável – a China é a segunda maior economia global. Não houve nenhum colapso no setor imobiliário ou crises de dívida de governos locais, duas das maiores preocupações dos mercados financeiros.

Neste ano, a economia chinesa se defronta com duas fontes principais de riscos: a queda das exportações e do investimento imobiliário. O crescimento das exportações está se desacelerando, porém provavelmente esse processo se encerrará ao final do primeiro semestre de 2012. Apesar de a China ser o maior exportador mundial, seu crescimento tem sido principalmente impulsionado pela demanda doméstica, característica que ajuda a explicar a resiliência de sua economia às recessões globais de 1998, 2001 e 2008/2009.

Dada a reversão na tendência inflacionária e a desaceleração da atividade econômica, o foco das autoridades governamentais mudou do combate à inflação para a promoção do crescimento. Alguma flexibilização da política está começando a ser implementada e pode se tornar mais intensa se necessário: (a) uma saída gradual da política monetária restritiva implementada desde meados de 2010; (b) algum afrouxamento nos controles de crédito para pequenas e médias empresas e para primeiras hipotecas; (c) aumentos no investimento em infraestrutura, principalmente nas regiões Central e Oeste do país, e nas despesas com moradias populares.

É bastante provável que o programa de moradias populares tenha papel importante no setor de construção chinês, pois permite ao governo manter as restrições de crédito para o setor, o que contribui para tornar os preços da habitação mais acessíveis, ao mesmo tempo em que compensa o impacto negativo do crescimento resultante do desempenho do mercado imobiliário. Cerca de oito milhões de unidades do programa de habitações populares foram concluídas em 2011, contra três milhões em 2010, e estima-se que outras oito milhões serão entregues este ano.

Após cair em 2010 – a primeira redução em muitos anos – as importações de minério de ferro da China cresceram 10,8% em 2011, alcançando 687 milhões de toneladas, o que representou 64,8% do comércio transoceânico mundial. O comércio transoceânico em 2011 foi de 1, 065 bilhão de toneladas métricas, com crescimento de 7% em relação ao ano anterior.

A recessão na Europa tem causado impacto desfavorável sobre a demanda por minério de ferro e pelotas. Nossas vendas de minério de ferro e pelotas para Europa caíram significativamente no 4T11, apesar disso, conseguimos mais do que compensar este efeito sobre nossas vendas e atingirmos recordes trimestrais e anuais.

Estimamos que o mercado global de minério de ferro permaneça pressionado este ano, já que a demanda chinesa continua crescente e a expansão da oferta limitada.

A execução de projetos é ainda um grande desafio, e somente um número limitado de pequenos projetos de alto custo e de baixa qualidade deverá entrar em operação em 2012.

O empobrecimento da qualidade das reservas existentes, refletido em um menor teor de ferro, maior quantidade de impurezas e maiores volumes de resíduos, contribui para a elevação dos custos de opex e capex e limita o crescimento da oferta, uma vez que obriga as empresas mineradoras a investir em nova capacidade apenas para repor a capacidade perdida.

A Índia, terceiro maior fornecedor mundial de minério de ferro, teve diminuição de exportações pelo segundo ano consecutivo, com 69,5 milhões de toneladas em 2011, contra o pico de 113,9 milhões de toneladas em 2009. A Índia supriu 31% das importações chinesas em 2005, entretanto desde então perdeu mercado, respondendo por apenas 9,7%em 2011.

As medidas do governo indiano contra a mineração ilegal e a necessidade de alocar volumes adicionais de minério de ferro para alimentar a expansão da produção doméstica de aço conduzem à tendência de redução nas exportações do país.

Face aos desafios para aumentar a oferta de minério de ferro, preços elevados são necessários para incentivar a produção de mineradoras de alto custo marginal, como são os produtores chineses e fornecedores não tradicionais.

A produção global de aço inoxidável alcançou em 2011 o maior nível de todos os tempos, totalizando 33, 181 milhões de toneladas, tendo crescido 3,8% em relação a 2010, ano em que apresentou forte recuperação, de 23,6% em relação a 2009. Após desaceleração no 4T11, a demanda por aço inoxidável está melhorando em 2012, com encomendas crescentes nas Américas e na Europa.

A demanda por níquel para aplicações fora do aço inox continua a aumentar. Alguns dos principais usuários finais estão crescendo fortemente, tais como a indústria aeroespacial, turbinas industriais movidas a gás, automóveis, equipamentos pesados e energia. O preço do níquel tem se recuperado em período recente: após atingir um mínimo de US$17.000 no fim de novembro de 2011 chegou a US$21.000 em meados de fevereiro de 2012.

Dadas as perspectivas da demanda, o cenário para o preço do níquel dependerá do ritmo de ramp-up de novos projetos e da produção chinesa de nickel pig iron. O risco de queda para o preço é limitado pelos custos crescentes dos produtores chineses de nickel pig iron, fator que concorre para sustentar preços acima de US$17.000.

Receita-Em 2011, nossa receita operacional alcançou recorde histórico de R$ 105,520 bilhões, 23,6% acima do recorde anterior de R$ 85,345 bilhões em 2010.

O aumento na receita deveu-se principalmente a maiores volumes vendidos, que causou um efeito positivo de R$ 17,981 bilhões, essencialmente devido às crescentes vendas de bulk materials, fertilizantes e metais básicos, que adicionaram R$ 11,447 bilhões, R$ 3,657 bilhões e R$ 2,744 bilhões, respectivamente. Os preços de minério de ferro também contribuíram para o aumento na receita de R$ 7,693 bilhões em 2011, parcialmente compensados pelo efeito negativo do câmbio de R$ 2,916 bilhões.

No 4T11, a receita operacional alcançou R$ 27,704 bilhões, recorde para um quarto trimestre, 2,8% acima do recorde anterior de R$ 26,958 bilhões no 4T10. Comparado com o 3T11, a receita sofreu uma redução de R$ 925 milhões, correspondendo a 6,5%. O que mais contribuiu para o decréscimo da receita em relação ao 3T11 foram os menores preços de bulk materials, R$ 4,152 bilhões, ligeiramente compensados por maiores volumes, R$ 1,057 bilhão. O preço realizado do minério de ferro foi resultado de um leque de opções de preços, todos em referência ao preço spot, tendendo a refletir preços de mercado mais correntes.

As vendas de bulk materials – minério de ferro, pelotas, minério de manganês, ferro ligas, carvão metalúrgico e térmico – representaram 73,6% da receita operacional total em 2011, em linha com os 73,4% de 2010. A participação de metais básicos na receita total diminuiu para 15,3% de 17,0% em 2010, devido à venda dos ativos de alumínio em fevereiro de 2011. A receita de fertilizantes representou 5,6%, acima dos 3,8% de 2010. Serviços de logística contribuíram com 3,4% e outros produtos com 2,0%.

Em 2011, as vendas para a Ásia representaram 52,1% da receita total, em linha com os 52,2% de 2010. A parcela das vendas para as Américas foi 25,5%, ligeiramente superior que os 24,3% de 2010, principalmente devido ao aumento nas vendas para os Estados Unidos e para o Brasil. A receita para a Europa representou 18,6% em 2011, abaixo dos 19,0% do ano anterior, enquanto que o resto do mundo contribuiu com 3,8%.

Considerando as vendas por país, a China foi responsável por 31,7% das nossas receitas, seguida pelo Brasil com 17,1%, Japão com 11,7%, Alemanha com 6,3%, Coréia do Sul com 4,3% e Estados Unidos com 3,8% em 2011.

Custos-No 4T11, custos com produtos vendidos (CPV) aumentaram R$ 692 milhões em relação ao trimestre anterior, chegando a R$ 11,135 bilhões. Em termos líquidos, se descontarmos o efeito do maior volume de aquisições de minério de ferro e pelotas – parcialmente compensado por menores aquisições de níquel – da depreciação do câmbio2 e do impacto em serviços contratados decorrentes de maiores vendas de minério de ferro e pelotas, os preços mais elevados de insumos e serviços proporcionaram um aumento do CPV de R$ 425 milhões quando comparado ao 3T11. O aumento de custos com pessoal foi a principal razão para os maiores custos, R$ 265 milhões, refletindo o acordo coletivo de dois anos com nossos empregados brasileiros.

Serviços contratados e materiais (equipamentos, partes e insumos), que tendem a refletir diretamente os ciclos de pressão de custos, caíram R$ 123 milhões e R$ 65 milhões, respectivamente, excluindo os efeitos da variação cambial e de volumes.

Despesas com pessoal alcançaram R$ 1,705 bilhão, representando 15,3% do CPV, contra R$ 1,411 bilhão no 3T11. Os acordos coletivos com nossos empregados brasileiros aumentaram os custos com pessoal em R$ 111 milhões, sendo R$ 35 milhões referentes ao reajuste salarial de 8,6% em novembro de 2011 e o restante, R$ 76 milhões, ao bônus de retenção, que foi contabilizado linearmente no período de dois anos. O grande número de projetos em execução causou um aumento no número de empregados de 77.055 em setembro para 79.646 em dezembro e 2011, aumentando os custos em R$ 17 milhões.

Os custos com materiais – 17,4% do CPV – foram de R$ 1,939 bilhão, 3,7% menor que o 3T11. Excluindo o efeito da variação dos volumes de vendas e da variação cambial, os custos com materiais caíram R$ 65 milhões em relação ao 3T11, refletindo a queda de 10% na movimentação do run-of-mine (ROM), que consequentemente afetou os insumos de produção, como explosivos e corpos de moagem.

O custo de serviços contratados somou R$ 1,834 bilhão – 16,5% do CPV – contra R$ 1,888 bilhão no 3T11. A queda de custos de R$ 123 milhões foi parcialmente compensada por maiores volumes de minério de ferro e pelotas e pela desvalorização do real, que contribuíram, respectivamente, para um aumento dos custos em R$ 37 milhões e R$ 32 milhões.

No 4T11, os gastos com consumo de energia representaram 12,6% do CPV. Eles totalizaram R$ 1,403 bilhão, mostrando um leve aumento de 0,8% quando comparado com o trimestre anterior.

Os custos com o consumo de eletricidade de R$ 382 milhões caíram 5,2% sobre o 3T11, principalmente devido a menores preços e mix (R$ 17 milhões). Menores volumes diminuíram os custos em R$ 8 milhões. Despesas com óleo combustível e gases subiram 3,2% para R$ 1,021 bilhão, devido principalmente ao impacto de maiores preços e mix (R$ 18 milhões) e pela desvalorização do real (R$ 11 milhões). O custo de aquisição de produtos de terceiros foi de R$ 835 milhões – 7,5% do CPV – contra R$ 863 milhões no 3T11.

A compra de minério de ferro e pelotas somou R$ 552 milhões, contra R$ 407 milhões no trimestre anterior. O volume de minério de ferro comprado de pequenas mineradoras somou 2,2 Mt no 4T11 contra 2,4 Mt no 3T11. A aquisição de pelotas das nossas joint ventures totalizou 383.000 toneladas métricas no trimestre. Os custos com a compra de metais básicos caíram para R$ 157 milhões a partir de R$ 320 milhões no 3T11, impactados pelo menor volume comprado de minério de níquel e cobre. Compramos 1.800 t de níquel intermediário ante 2.400 t no 3T11 e 8.300 t de minério de cobre no 4T11 e versus 11.300 t no trimestre anterior.

Custos com serviços compartilhados diminuíram R$ 5 milhões e atingiram a R$ 174 milhões no 4T11. Depreciação e amortização – 17,1% do CPV – somaram R$ 1,903 bilhão, contra os R$ 1,500 bilhão no 3T11. A depreciação das operações de níquel aumentou R$ 146 milhões, principalmente por causa do rampup das operações de Sudbury, que possuem maiores custos de depreciação. Outros custos operacionais alcançaram R$ 1,342 bilhão, contra R$ 1,196 bilhão no 3T11. O aumento de R$ 146 milhões foi influenciado, principalmente (a) pelo reajuste salarial de 8,6% no Brasil, que adicionou R$ 46 milhões na participação dos resultados dos empregados brasileiros, (b) maiores despesas com royalties (R$ 65 milhões) e custos com demurrage (R$ 24 milhões).

Despesas com vendas, gerais e administrativas (SG&A) totalizaram R$ 1,571 bilhão no 4Q11, R$ 434 milhões acima do 3T11. O aumento do SG&A foi causado principalmente por maiores despesas administrativas (R$ 539 milhões), parcialmente compensadas por menores despesas com vendas (R$ 105 milhões). As despesas administrativas foram impactadas pelo aumento das despesas com pessoal e com serviço de R$ 118 milhões e R$ 220 milhões, respectivamente.

Pesquisa e desenvolvimento (P&D), que reflete o nosso investimento na criação de oportunidades de crescimento de longo prazo, totalizou R$ 976 milhões, R$ 248 milhões maior que o 3T113. Em 2011, P&D totalizou R$ 2,864 bilhões, 83% maior que 2010. Outras despesas operacionais atingiram R$ 1,844 bilhão, contra os R$ 1,257 bilhão no 3T11, principalmente devido ao aumento das despesas pré-operacionais e de start-up (R$ 270 milhões), que atingiram R$ 878 milhões no 4T11. Despesas pré-operacionais de VNC, Onça Puma, Moatize e Rio Colorado foram de R$ 245 milhões, R$ 175 milhões, R$ 110 milhões e R$ 29 milhões, respectivamente.

As manutenções não programadas de algumas plantas da Vale Fertilizantes levaram a despesas de capacidade ociosa de R$ 130 milhões no 4T11. Adicionalmente, assumimos contingências de R$ 322 milhões, principalmente nas nossas operações de carvão da Austrália.

Lucro Operacional-Em 2011, o lucro operacional, medido pelo EBIT, atingiu um novo recorde de R$ 53,139 bilhões, 31,2% maior do que o recorde anterior de R$ 40,490 bilhões, em 2010. Após excluir o ganho não recorrente da venda de ativos de alumínio no 1T11, o EBIT foi de R$ 50,647 bilhões em 2011. A margem operacional no ano também atingiu recorde de 49,1%, excluindo o ganho não recorrente, em comparação ao último recorde de 48,7% em 2010.

No 4T11, o lucro operacional foi de R$ 11,612 bilhões, tendo apresentado uma queda em relação aos R$ 14,444 bilhões do 3T11. As principais razões pelo decréscimo de R$ 2,832 bilhões foram (i) queda nos preços realizados, R$ 4,154 bilhões, (ii) CPV, R$ 692 milhões, (iii) aumentos dos gastos com SG&A, R$ 434 milhões, (iv) maiores despesas pré-operacionais e de start up, R$ 270 milhões, e (v) despesas com 3 O valor das despesas com pesquisa e desenvolvimento é contábil pelo critério BRGAAP. Na seção Investimento neste press release, apresentamos o valor de US$ 579 milhões para investimentos em pesquisa e desenvolvimento, registrados de acordo com o efetivo desembolso financeiro.

Contingências mais elevadas, R$ 292 milhões. Estes impactos negativos foram parcialmente compensados pelo aumento do volume vendido dos bulk materials, R$ 1,057 bilhão, e de metais básicos, R$ 394 milhões. A margem EBIT foi de 42,8% no 4T11, contra 51,6% no trimestre anterior.

.Lucro Líquido-Em 2011, o lucro líquido da Vale alcançou um novo recorde anual, de R$ 37,814 bilhões, equivalente a R$ 7,17 por ação, sendo 25,8% acima do recorde anterior de R$ 30,070 bilhões em 2010. No 4T11, o lucro líquido foi de R$ 8,354 bilhões, acima do lucro líquido registrado no trimestre anterior de R$ 7,893 bilhões, sendo equivalente a R$ 1,60 por ação.

As despesas financeiras líquidas totalizaram R$ 1,151 bilhão, significativamente menor que R$ 6,129 bilhões no trimestre anterior, quando tivemos um forte impacto das variações monetárias e cambiais. A receita financeira foi de R$ 293 milhões, abaixo de R$ 315 milhões no 3T11, enquanto as despesas financeiras somaram R$ 1,045 bilhão, em relação aos R$ 1,399 bilhão no trimestre anterior. A marcação a mercado das debêntures participativas implicou em efeito negativo não caixa de R$ 129 milhões no 4T11.

O efeito líquido da marcação a mercado das transações com derivativos foi positivo em R$ 60 milhões no lucro líquido no 4T11, contra um impacto negativo de R$ 974 milhões no trimestre anterior. A marcação a mercado dos swaps de moedas e taxas de juros, estruturados principalmente para converter nossa dívida em reais para dólar americano para proteger nosso fluxo de caixa da volatilidade cambial, produziu efeito negativo não caixa de R$ 108 milhões no 4T11, mas gerou efeito caixa positivo de R$ 403 milhões.

Nossas posições com derivativos de níquel produziram efeito positivo não caixa de R$ 164 milhões no 4T11 contra o lucro líquido e efeito caixa positivo de R$ 180 milhões no nosso fluxo de caixa. As transações de derivativos relacionadas ao bunker oil, combustível utilizado em navios, estruturados para minimizar a volatilidade do custo de frete marítimo, tiveram impacto não caixa positivo de R$ 4 milhões e geraram efeito caixa positivo no nosso fluxo de caixa de R$ 21 milhões.

Como consequência da leve depreciação do real, nossa moeda funcional, em relação ao dólar americano4, a variação monetária e cambial líquida causou um impacto negativo em nosso lucro líquido de R$ 459 milhões, contra R$ 4,072 bilhões no trimestre anterior, quando ocorreu uma forte depreciação do real. O resultado da equivalência patrimonial foi negativo em R$ 179 milhões no 4T11, contra um resultado positivo de R$ 28 milhões no 3T11.

Geração de Caixa-Em 2011, atingimos um novo recorde para a geração de caixa, medida pelo Ebitda, de R$ 60,155 bilhões, sendo 29,7% superior ao recorde anterior de R$ 46,378 bilhões em 2010. Excluindo o ganho não recorrente de R$ 2,492 bilhões, o Ebitda de 2011 alcançou R$ 57,663 bilhões.

No 4T11, o Ebitda foi de R$ 13,726 bilhões, 14,8% inferior ao trimestre anterior, principalmente devido aos menores preços de vendas.

Antes das despesas com P&D e de outros que reduziram o Ebitda, a participação do segmento de bulk materials sofreu um ligeiro decréscimo para 88,6% no 4T11, em relação aos 90,5% no 3T11, enquanto que a participação de metais básicos foi de 6,0% no 3T11 para 8,5% no 4T11. No 4T11, a participação de fertilizantes foi de 2,4% e de logística de 0,5%.

Investimentos:Crescimento orgânico-Nossa estratégia de crescimento concede prioridade ao aproveitamento das oportunidades de crescimento orgânico, em ativos diversificados por produtos e geografia, de classe mundial e de baixo custo, com capacidade de geração de valor ao longo dos ciclos econômicos. Nosso portfólio de projetos compreende produtos que têm o investimento como a principal fonte de impulsão da demanda, como minério de ferro, pelotas, carvão e cobre, e outros, como níquel e fertilizantes, que têm o consumo como o mais importante fator de crescimento da demanda. Desse modo, estamos posicionados para acompanhar e atender a dinâmica de crescimento de longo prazo das economias emergentes.

A demanda por fertilizantes no Brasil tem se expandido a 5,7% ao ano pelos últimos vinte anos e, dado o potencial da produção agrícola, espera-se que permaneça crescendo no longo prazo. Isto sugere o grande potencial de criação de valor de nossos investimentos no negócio de fertilizantes, que se beneficia das oportunidades oferecidas pelo mercado brasileiro. A Vale investiu US$ 6,686 bilhões, excluindo aquisições, no 4T11. Investimentos em crescimento orgânico totalizaram US$ 4,692 bilhões, dos quais US$ 4,112 bilhões foram dedicados à execução de projetos, US$ 579 milhões à pesquisa e desenvolvimento (P&D) e US$ 1,995 bilhão à sustentação das operações existentes.

Os investimentos em P&D no 4T11 compreenderam US$ 235 milhões aplicados em exploração mineral, US$ 298 milhões em estudos conceituais, de pré-viabilidade e de viabilidade, e US$ 47 milhões no desenvolvimento de novos processos, inovações e adaptações tecnológicas.

Em 2011, os investimentos – excluindo aquisições – atingiram US$ 17,994 bilhões, um aumento significativo de 42% sobre os US$ 12,705 bilhões investidos em 2010, ainda que abaixo do orçado devido a desafios na execução de projetos. Do total investido em 2011, US$ 11,684 bilhões foram alocados ao desenvolvimento de projetos, US$ 1,742 bilhão em P&D e US$ 4,568 bilhões na sustentação das operações existentes. Investimentos em responsabilidade social corporativa atingiram US$ 1,488 bilhão, US$ 1,030 bilhão destinado à proteção ambiental e US$ 457 milhões a projetos sociais.

Investimentos de US$ 10,247 bilhões foram realizados no segmento de bulk materials, US$ 4,082 bilhões em metais básicos, US$ 1,347 bilhão em fertilizantes, US$ 820 milhões em geração de energia, US$ 460 milhões em projetos siderúrgicos, US$ 446 milhões em serviços de logística para carga geral e US$ 592 milhões em atividades corporativas e outros segmentos de negócios.

Projetos iniciados em 2011-Em 2011, a Vale entregou cinco projetos: (i) Onça Puma, nossa primeira operação de ferroníquel, no Brasil, (ii) Omã, duas plantas de pelotização e um centro de distribuição, na zona industrial de Sohar, (iii) Moatize, nosso primeiro projeto de carvão greenfield, bem como o nosso primeiro projeto na África, na província de Tete, em Moçambique, e duas plantes hidrelétricas, (iv) Karebbe, na Indonésia e (v) Estreito, no Brasil. Onça Puma é uma operação de ferroníquel (mina e planta de processamento) no estado do Pará, baseada principalmente em depósitos de níquel laterítico saprolítico, que iniciou a produção em março de 2011. O comissionamento da segunda linha foi concluído e o primeiro matte foi produzido em janeiro de 2012, um importante marco. Sua capacidade nominal de produção é de 53.000 toneladas métricas por ano de níquel contido em ferroníquel, seu produto final.

As duas usinas de pelotização em Omã começaram a produzir pelotas de redução direta. Cada usina tem uma capacidade nominal de produção de 4,5 Mtpa. A primeira usina está produzindo a plena capacidade, enquanto a segunda está em processo de ramp-up desde novembro de 2011. O terminal marítimo e centro de distribuição com capacidade para movimentar 40 Mtpa anualmente estão plenamente operacionais.

A primeira fase do projeto de carvão de Moatize iniciou sua produção em agosto de 2011. A capacidade nominal de produção é de 11 Mtpa, compreendendo 8,5 Mtpa de carvão metalúrgico, majoritariamente premium hard coking coal. Em novembro de 2011, o Conselho de Administração aprovou Moatize II, que aumentará a capacidade nominal de produção de carvão em Moçambique para 22 Mtpa, bem como a implementação do projeto Corredor Nacala, porto e ferrovia de classe mundial para suportar a expansão da capacidade de produção de Moatize.

A Vale é proprietária de 67% da Sociedade Desenvolvimento Corredor do Norte S.A. (SDCN), a empresa moçambicana que controla cada uma das estradas de ferro existentes em Moçambique (CDN) e no Malaui (CEAR), ambas necessárias para ligar Moatize a Nacala-à-Velha, onde será localizado o nosso terminal marítimo.

A usina hidrelétrica de Karebbe em Sulawesi, na Indonésia, entrou em operação em setembro de 2011 e foi projetada para adicionar 90 megawatts de capacidade média de geração. A usina fornece energia para nossas operações indonésias, o que reduz nossos custos de produção e permite uma potencial expansão a 90.000 toneladas por ano de níquel em matte.

Em 2011, quatro das oito turbinas da usina hidrelétrica Estreito entraram em operação. Estreito é a nossa primeira usina hidrelétrica na região Norte do Brasil, localizada perto do rio Tocantins, na divisa dos estados do Maranhão e Tocantins. A usina terá uma capacidade instalada de 1.087 megawatts. Nós temos uma participação de 30% no consórcio que opera a usina.

Em fevereiro de 2012, nossa primeira estação flutuante de transferência começou a operar na Baía de Subic, nas Filipinas e permite o transbordo total ou parcial dos navios Valemax para navios menores. A Baía de Subic está numa área naturalmente protegida contra swells oceânicos e ventos, possui um calado profundo e está a poucos dias de distância de nossos clientes asiáticos. Os investimentos somaram US$ 52 milhões.

Gestão do portfólio de ativos - Investimentos para financiar aquisições totalizaram US$ 1,416 bilhão em 2011, que incluem principalmente: (i) US$ 1,117 bilhão no leilão de oferta pública para adquirir até 100% das ações em circulação da nossa subsidiária Vale Fertilizantes, (ii) US$ 48 milhões na aquisição de uma planta de processamento de fertilizantes em Cubatão e (iii) US$ 173,5 milhões na aquisição do controle da Biopalma, no estado do Pará, um projeto para produzir biodiesel.

Em 12 de dezembro de 2011, a nossa subsidiária integral Mineração Naque S.A. concluiu com sucesso o leilão de oferta pública, e como resultado adquiriu 83,8% e 94,0% das ações ordinárias e preferenciais, respectivamente, em circulação no mercado da Vale Fertilizantes, que correspondem a 0,1% do total de ações ordinárias e 29,8% do total de ações preferenciais. O investimento total foi de R$ 2,078 bilhões (US$ 1,117 bilhão). Em seguida, em 26 de janeiro de 2012, resgatamos as ações remanescentes em circulação e cancelamos o registro da Vale Fertilizantes.

Principais projetos aprovados em construção - O conjunto dos principais projetos em construção e aprovados pelo Conselho de Administração é detalhado nesta seção. As datas de start-up estimadas podem ser revisadas em decorrência de mudanças causadas por diferentes fatores, dentre eles atrasos com licenciamento ambiental.

.O Desempenho dos Segmentos de Negócios: . Minerais ferrosos: em 2011, o volume vendido de minério de ferro e pelotas foi o mais elevado na história da Vale, totalizando 303,697 Mt, comparado ao recorde prévio de 297,251 Mt em 2010. Os embarques de minério de ferro subiram de 247,007 Mt em 2010 para 251,010 Mt em 2011. Embarques de pelotas atingiram um novo recorde de 52,687 Mt, 4,9% acima do recorde anterior de 50,244 Mt em 2010. Refletindo a desaceleração econômica na Europa, nossas vendas de minério de ferro para clientes europeus caíram para 58,565 Mt em 2011, ante 58,950 Mt no ano anterior. O enfraquecimento da demanda foi sentido mais acentuadamente no 4T11, quando embarques reduziram 24,2% ano-a-ano e 14,9% no trimestre. Nossos embarques para a Europa foram 13,509 Mt, ligeiramente superiores ao 4T08, 13,084 Mt, no final da Grande Recessão de 2008/2009. No entanto, fomos capazes de mais do que compensar a contração da demanda na Europa, estabelecendo uma nova marca recorde para o 4T, aumentando as vendas para a Ásia, Oriente Médio e outras regiões.

No 4T11, os embarques de minério de ferro e pelotas totalizaram 82,594 Mt, com um aumento de 4,5% em comparação ao 3T11, sendo o melhor desempenho de vendas de minério de ferro e pelotas da história da Vale em um quarto trimestre. O volume de vendas foi maior que a produção no 4T11, o que pode ser explicado pela venda de estoques acumulados no 3T11. O volume de vendas de minério de ferro foi de 68,853 Mt, sendo superior em 4,8% ao 3T11, e as vendas de pelotas somaram 13,741 Mt, 3,2% acima do trimestre anterior.

A receita gerada com vendas de minério de ferro atingiu valor recorde de R$ 57,645 bilhões em 2011, um acréscimo de 26,9% em relação ao recorde anterior em 2010, devido aos preços e volumes mais elevados. A receita de vendas de pelotas também alcançou um novo recorde de R$ 17,000 bilhões em 2011, 19,7% acima do recorde anterior obtido em 2010 de R$ 14,205 bilhões.

Como mencionado anteriormente, nossas vendas de minério de ferro e pelotas estão sendo precificadas de acordo com um leque diversificado de opções, todas referenciadas ao preço do mercado spot. Cada cliente teve a opção de manter o sistema de média móvel de três meses com um mês de defasagem, ou escolher outra opção de preço mais corrente, como a média trimestral corrente, que envolve preços provisórios e um ajuste quando preço de venda efetivo é conhecido. Essa mudança aumenta a flexibilidade dos preços, trás mais eficiência e nos permite servir melhor aos nossos clientes com suas diferentes preferências.

A participação da China nas nossas vendas de minério de ferro de pelotas continuou a subir, alcançando 47,0% no 4T11, comparado a 45,0% no 3T11, enquanto que a recessão na Europa permaneceu impactando nossas vendas para a região, resultando em uma redução da participação nas vendas de 20,1% no 3T11 para 16,4%. As vendas para as siderúrgicas brasileiras e produtores de ferro gusa diminuíram de 11,0% para 9,3% no 4T11. A participação do Japão foi de 11,0%, comparado a 11,5% no 3T11.

Em bases anuais, apesar do aumento no volume de vendas para a China, a participação nas vendas foi menor em 2011, ficando em 44,1%, ante 44,9% em 2010. A participação da Europa diminuiu, impactada pela recessão, passando de 19,8%, em 2010 para 19,3%. O Brasil representou 11,1% do volume das vendas, em relação a 10,8% em 2010 e o Japão 11,0%, em relação a 10,5% no ano anterior. Vale ressaltar que as receitas reportadas para o minério de ferro e pelotas são líquidas dos custos de frete marítimo, com isso os preços de venda cost and freight (CFR) são comparáveis com a média dos preços FOB. No 4T11, a Vale vendeu 33,3 Mt de minério de ferro e pelotas na base CFR, contra 22,4 Mt no 3T11. Em 2011, o volume das vendas de minério de ferro e pelotas na base CFR somou 89,9 Mt contra 81,9 Mt em 2010.

Em 2011, os embarques de minério de manganês alcançaram 1,032 Mt, 7,8% menor que em 2010, e o volume de vendas de ferro ligas totalizou 386.000 toneladas métricas (t), 3,7% abaixo de 401.000 t em 2010. A receita de vendas do minério de manganês diminuiu de R$ 458 milhões em 2010 para R$ 283 milhões em 2011, e a receita de vendas de ferro ligas foi de R$ 928 milhões, abaixo de R$ 1,091 bilhão em 2010. No 4T11, o volume de vendas de minério de manganês reduziu para 177.000 t, 50,3% menor que no 3T11, e a receita R$ 56 milhões, 23,3% menor que no 3T11. As vendas de ferro ligas totalizaram 78.000 t no 4T11, 22,8% inferior ao trimestre anterior, e a receita foi de R$ 206 milhões, 9,3% abaixo do 3T11.

A receita operacional de vendas de minerais ferrosos – minério de ferro, pelotas, manganês, ferro ligas – alcançou recorde de R$ 75,895 bilhões em 2011, sendo 23,8% acima do recorde anterior em 2010. No 4T11, a receita operacional de minerais ferrosos foi de R$ 19,770 bilhões, 6,6% menor que no 3T11. A margem EBIT para o segmento de minerais ferrosos foi de 62,3% no 4T11, sendo inferior a 70,4% no 3T11, principalmente devido aos menores preços de vendas. Em 2011, a margem operacional aumentou para 68,0%, comparada a margem em 2010 de 66,1%.

No 4T11, o Ebitda para o segmento de minerais ferrosos somou R$ 13,282 bilhões, 14,6% inferior ao trimestre anterior, R$ 15,561 bilhões. O decréscimo de R$ 2,279 bilhões foi, em grande parte, devido aos menores preços de vendas, compensados parcialmente pelo efeito do câmbio e pelos maiores volumes de vendas.

Em 2011, o Ebitda alcançou R$ 54,305 bilhões, um novo recorde, aumentando em 27,7% em relação ao recorde anterior de R$ 42,514 bilhões em 2010.

. Carvão: em 2011, a receita de vendas de carvão alcançou R$ 1,795 bilhão, um recorde histórico, sendo 34,0% superior ao recorde anterior de R$ 1,339 bilhão em 2010. O total de volume vendido atingiu 7,672 Mt contra 7,384 Mt em 2010, um aumento de 3,9%, principalmente devido aos maiores volumes de carvão térmico, 26,2%, que mais que compensou a queda no volume de carvão metalúrgico. Em 2011, o carvão térmico representou 70% do volume total de carvão vendido e os outros 30% de carvão metalúrgico. Em 2011, o volume de carvão metalúrgico ainda foi bastante impactado pelas fortes chuvas que atingiram as operações na Austrália no 4T10. Por outro lado, o ramp up de El Hatillo impulsionou o volume de carvão térmico em 2011.

A produção e as vendas do carvão metalúrgico foram bastante impactadas pelas fortes chuvas e alagamentos no estado de Queensland, Austrália, no final de 2010, onde mais de 60% do nosso carvão metalúrgico é extraído. Por outro lado, o ramp-up de El Hatillo impulsionou o volume de carvão térmico em 2011. No 4T11, os embarques de carvão alcançaram o recorde R$ 655 milhões, um aumento de 37,6% em relação aos R$ 476 milhões no 3T11. A receita com os embarques de carvão térmico somaram R$ 326 milhões e com carvão metalúrgico somaram R$ 329 milhões, no 4T11. A primeira fase do projeto de carvão de Moatize, em Tetê, Moçambique, está em processo de ramp up de produção e contribuiu com o aumento da receita neste trimestre.

O total de embarques de carvão aumentou para 2,625 Mt no 4T11, dos quais 1,796 Mt de carvão térmico – contra 1,263 Mt no 3T11 – e 829.000 t de carvão metalúrgico – ante 569.000 t no 3T11. O Ebitda de carvão no 4T11 foi negativo em R$ 200 milhões, inferior ao valor do 3T11, negativo em R$ 18 milhões. A principal razão para a queda foi o efeito de maiores gastos com SG&A, devido às despesas de contingências (R$ 209 milhões) relacionadas às operações de carvão na Austrália. O impacto foi parcialmente compensado pelo impacto positivo nos volumes de vendas.

.Metais básicos: em 2011, a receita do segmento de metais básicos e de seus sub-produtos alcançou R$ 16,150 bilhões, um aumento de 11,3% em relação aos R$ 14,505 bilhões em 2010. O aumento no volume de vendas de R$ 2,744 bilhões foi parcialmente compensado pelos efeitos negativos da variação cambial de R$ 815 milhões e do preço de R$ 362 milhões.

Em 2011, os embarques de níquel atingiram 252.000 t, a melhor performance desde 2008, quando foi atingido o recorde de 276.000 t. A receita de níquel atingiu R$ 9,552 bilhões em 2011, ante R$ 6,698 bilhões em 2010, representando um aumento de 42,6%. No 4T11, a receita de níquel alcançou R$ 2,272 bilhões, contra R$ 2,353 bilhões no trimestre anterior. A diminuição na base trimestral de 3,4% deveu-se ao efeito da queda de preço, R$ 171 milhões, parcialmente compensados pelos efeitos positivos do câmbio, R$ 55 milhões, e do volume de vendas, R$ 35 milhões. No 4T11, os embarques tiveram um leve aumento para 69.000 t ante 68.000 t no 3T11.

Em 2011, a receita de cobre alcançou um novo recorde histórico de R$ 4,301 bilhões, 12,2% superior que o recorde anterior de R$ 3,832 bilhões em 2007. Em relação ao valor de R$ 2,794 bilhões em 2010, tivemos um aumento de 53,9%. O grande aumento da receita reflete a retomada das atividades industriais. A receita de cobre também atingiu um recorde histórico na base trimestral, de R$ 1,576 bilhão no 4T11, contra o antigo recorde de R$ 1,276 bilhão no 4T10. Tivemos um aumento de 50,7% em relação ao valor de R$ 1,046 bilhão no 3T11. Em 2011, os embarques de cobre atingiram 302.000 t contra 208.000 t em 2010. No 4T11, os embarques tiveram um aumento para 113.000 t ante 80.000 t no 3T11.

Em 2011, a receita de PGMs (Platinum Group Metals) alcançou um novo recorde histórico de R$ 825 milhões, 17,9% superior que o recorde anterior de R$ 700 milhões em 2008, influenciado pelo aumento das vendas. O aumento do volume reflete o retorno a operação do forno #2 do smelter de Copper Cliff que permaneceu parado na maior parte do 2T11. A margem EBIT do segmento de metais básicos alcançou 13,1% em 2011, contra 7,2% em 2010. No 4T11 a margem EBIT caiu para 3,1% de 6,7% no 3T11. O efeito de vendas mais elevadas foi mais do que compensado por despesas de depreciação e pré-operacionais relativas ao VNC e Onça Puma.

No 4T11, atingimos o Ebitda de R$ 1,260 bilhão contra R$ 1,031 bilhão no 3T11. O aumento foi principalmente devido aos maiores volumes de vendas e redução CPV, este devido à diminuição de compra de níquel de terceiros. O efeito positivo foi parcialmente compensado pela redução dos preços e aumento de SG&A. O Ebitda alcançou R$ 5,537 bilhões em 2011, 42,7% acima dos R$ 3,880 bilhões de 2010.

.Fertilizantes: o mercado brasileiro de fertilizantes, um dos maiores do mundo, aumentou significativamente em 2011. As vendas de fertilizantes para consumidores finais aumentaram 15,0% e as importações cresceram 29,8% comparando-se a 2010 A receita total de fertilizantes foi de R$ 5,929 bilhões em 2011, aumentando significativamente em relação aos R$ 3,201 bilhões em 2010. Os produtos fosfatados e nitrogenados foram contabilizados pelo primeiro ano completo depois da aquisição dos ativos de fertilizantes brasileiros no ano passado. Os números reportados em 2010 refletem o resultado financeiro no período de maio a dezembro de 2010.

No 4T11, a receita total de fertilizantes foi de R$ 1,534 bilhão, uma diminuição de 9,8% dos R$ 1,700 bilhão no 3T11, principalmente devido a sazonalidade do negócio de fertilizantes. A maior demanda ocorre no 3T11 e é devido ao período de safra brasileira. A receita com vendas de potássio de R$ 138 milhões no 4T11, foi ligeiramente superior aos R$ 131 milhões do trimestre anterior. A principal razão para a diminuição da receita foi o menor volume de vendas, que atingiu 144.000 t no 4T11 ante 152.000 t no 3T11. Este efeito foi parcialmente minimizado pelo aumento dos preços de vendas. Em 2011, a receita com as vendas de potássio totalizou R$ 482 milhões.

A receita com vendas de fosfatados totalizaram R$ 1,008 bilhão no 4T11, 13,5% inferior ao 3T11 de R$ 1,165 bilhão. O total de embarques do MAP foi de 294.000 t. TSP de 111.000 t, SSP de 458.000 t, DCP de 128.000 t, e rocha fosfática de 754.000 t. A receita de vendas de fertilizantes nitrogenados somou R$ 357 milhões no 4T11, em linha com o trimestre passado. As vendas de produtos relacionados somaram R$ 31 milhões no 4T11.

A margem EBIT para o negócio de fertilizantes foi de 9,6% no 4T11, superior dos 7,6% do 3T11. O Ebitda para o negócio de fertilizantes diminuiu para R$ 354 milhões no 4T11, 8,1% inferior ao trimestre anterior. O principal fator que contribuiu para essa queda foi o menor volume de vendas, parcialmente compensado pela variação cambial e preços de venda.

.Serviços de logística: em 2011, a receita dos serviços de logística para clientes foi de R$ 3,633 bilhões, 12,3% maior que em 2010. Devido à sazonalidade da demanda, a receita no 4T11 foi abaixo do trimestre anterior, R$ 954 milhões contra R$ 1,011 bilhão. A receita de transporte ferroviário de carga geral foi de R$ 735 milhões, um decréscimo de R$ 38 milhões quando comparado ao trimestre anterior, devido a menores preços. As ferrovias da Vale – Carajás (EFC), Vitória a Minas (EFVM), Norte-Sul (FNS) e Centro-Atlântica (FCA) – bem como a participação proporcional em nossa coligada MRS, transportaram 6,600 bilhões de toneladas por quilômetro útil (tku) de carga geral para clientes no 4T11, em relação a 7,268 bilhões tku no 3T11.

As principais cargas transportadas por nossas ferrovias no 4T11 foram produtos agrícolas (42,5%), insumos e produtos siderúrgicos (35,4%), materiais de construção e produtos florestais (13,7%), combustíveis (8,1%), e outros (0,3%). Nossos portos e terminais marítimos movimentaram 6,802 Mt de carga geral, um volume menor que os 7,755 Mt no 3T11.

A demanda por transporte de carga geral é sazonalmente mais fraca no quarto trimestre, devido ao fim da safra no Brasil. O volume de transporte ferroviário decresceu em 9,2% na comparação trimestral, enquanto que a quantidade de carga movimentada em nosso porto reduziu em 12,3%.

Em 2011, as ferrovias da Vale transportaram 26,598 bilhões tku, uma redução de 4,4% perante 2010 e nossos terminais marítimos movimentaram 25,902 Mt, aumentando 11,2% desde o ano anterior. A queda no transporte de carga geral foi devido à formação de estoques de insumos e produtos siderúrgicos. O aumento no volume movimentado em nossos portos e terminais marítimos está relacionado ao aumento na importação de carvão metalúrgico pelas siderúrgicas brasileiras. No 4T11, a margem do EBIT foi negativa em 15,6% e o Ebitda foi de R$ 72 milhões, totalizando R$ 615 milhões em 2011. [www.vasle.com].

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