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28/02/2012 - 08:36

Gerenciamento de projetos e inovações tecnológicas são saídas para evasão de profissionais na área da construção civil


Um dos grandes desafios do mercado brasileiro de construção civil é suprir a crescente demanda por novos empreendimentos. Segundo o Sindicato de Habitação (SECOVI), o mercado da construção nunca esteve tão aquecido. Somente na região metropolitana de São Paulo, foram lançadas 67,8 mil unidades residenciais no ano de 2010, o que representa um aumento de 26,7 % em relação a 2009.

Apesar do bom momento econômico, a área de arquitetura e construção civil vem sofrendo com a falta de mão de obra especializada, próxima do esgotamento, assim como com os exíguos prazos para a conclusão e execução de obras.

Para contornar a situação e manter o cronograma de lançamentos e entregas de empreendimentos, as incorporadoras têm acreditado, cada vez mais, na aplicação de inovações tecnológicas para os sistemas construtivos.

Além disso, também contam com o trabalho dos gerenciadores de projetos, profissionais responsáveis por coordenar as equipes de projetistas de todas as disciplinas envolvidas no desenvolvimento do empreendimento, abrangendo inclusive a compatibilização das plantas, o que dá unidade e identifica possíveis pontos de conflito na obra.

O segmento de construção civil passa por um momento de saturação, sem possibilidade de atender à crescente demanda. Se considerarmos o nível de tecnologia empregada na execução dos empreendimentos, percebemos que o setor está atrasado se comparado a outros segmentos da economia. O Brasil continua utilizando métodos muito tradicionais.

Ainda se constroem prédios arranha-céus assentando tijolo por tijolo ou com o uso de escoras de eucalipto. Ao passo que a aplicação das inovações tecnológicas mais adequadas a cada empreendimento podem gerar tanto agilidade na construção, quanto obras mais limpas e sem riscos imediatos ou de patologias estruturais futuras.

O fato é que o mercado da construção civil precisa buscar caminhos alternativos para o problema da escassez de mão-de-obra qualificada e a solução deste problema passa por encontrar soluções que permitam maiores índices de produtividade para execução dos serviços necessários à construção de edifícios de forma geral.

O uso de tecnologias como banheiros prontos, fachada pré-moldada e estrutura metálica são exemplos de soluções que partem da premissa de pré-fabricação fora do canteiro de obras de elementos extremamente importantes na construção de edifícios, auxiliando muito no cumprimento do cronograma e contribuindo para obras mais limpas.

No entanto podemos destacar o uso de outras soluções que geram grande melhora nos índices de produtividade nos canteiros, dentre as quais: estruturas em paredes de concreto, dry-wall, sistemas de fachadas de vidro unitizados, entre outras, todas estas com grande disseminação no mercado atual.

Outro fator crucial neste cenário é a crescente importância da consultoria do gerenciador de projetos durante o período de obras. Muitas vezes, com base na análise das técnicas de construção envolvidas, esse profissional consegue aplicar alterações no cronograma de execução e nos métodos de construção empregados, o que gera otimização dos prazos e evita o retrabalho.

A consultoria do gerenciador de projetos é fundamental para estabelecer um bom padrão de projetos, condição essencial para fundamentar o trabalho de orçamento, planejamento e execução.

Entre as diversas inovações implantadas está a padronização das diretrizes de projeto. Muitas construtoras têm buscado soluções práticas e fáceis de serem executadas em projetos e obras repetidas vezes, como uma alternativa para atender à demanda por novos empreendimentos sem prejudicar a qualidade dos imóveis.

A padronização de alguns sistemas gera maior autonomia para a equipe de obras, a pessoa que vai receber o projeto entende facilmente que aquela é a solução e já sabe exatamente como executar.

Outro fator que endossa esse padrão é o aumento no número de imóveis voltados para as classes C e D. A tendência das construtoras é se voltar para uma padronização, ou seja, desenvolver um único produto, que não tenha muita interferência ou muitas interfaces, e implantá-lo diversas vezes nas mais diferentes localidades. Neste tipo de construção é ainda mais importante a atuação do gerenciador de projetos, já que o controle dos custos é essencial para não desvirtuar a relação custo-benefício.

Em contrapartida as empresas que buscam desenvolver empreendimentos diferenciados e com caráter de exclusividade necessitam forte interação entre os projetistas de diversas disciplinas e o papel do gerenciador é fundamental para que as discussões técnicas e gestão dos projetos atinjam os padrões elevados destes produtos.

Ainda hoje existem poucas pessoas que têm a visão global de um projeto, que tenham acompanhado todas as suas etapas. Por isso, a importância de um gerenciador, que faça essa união e entenda um pouco de tudo: de fundação, do projeto estrutural, ou seja, ter um entendimento geral do que acontece em obra, é primordial e pode fazer a diferença para o sucesso e qualidade dos empreendimentos.

. Por: Renata Marques, arquiteta especializada em gerenciamento de projetos e obras, além de participar de empreendimentos que inovaram ao implantar novas tecnologias em sistemas construtivos.

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