África do Sul luta pela presidência na Comissão da União Africana

A região da África Austral nunca ocupou o cargo máximo no órgão.

A África do Sul tem se posicionado fortemente para assumir o cargo de presidência da Comissão da União Africana (UA). O nome de Nkosazana Dlamini Zuma, ministra do interior da África do Sul, foi defendido pela delegação sul-africana durante a realização da 18ª sessão ordinária da UA, em fevereiro, na cidade de Addis Adeba (Etiópia). A região da África Austral nunca ocupou o cargo de presidência no órgão.

A escolha da candidata levou em consideração o seu mandato na Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC). “O governo sul-africano acredita que a África precisa de uma UA mais forte e mais eficiente. Fomos para Adis Abeba levando uma candidata com sólida experiência e que poderia orientar a UA nesse sentido; uma candidata firme, alguém que personificava os ideais da União”, comenta Maite Nkoana-Mashabane, ministra das relações internacionais e Cooperação da África do Sul

Durante o encontro, as autoridades sul-africanas destacaram que o país nunca havia tentado ocupar essa posição na UA desde a criação dele, em 1963. “A África mudou muito desde a época em que a OUA foi fundada e muitas das questões que eram lamentadas na época já foram corrigidas. O apartheid, por exemplo, foi abolido na África do Sul. No ano passado, assistimos vários países africanos comemorarem os seus 50 anos de independência. O nosso objetivo é prosseguir e fortalecer essas conquistas”, diz Mashabane.

Diante do impasse e indefinição sobre a candidatura no evento de Addis Adeba, Mashabane ressaltou os valores democráticos e a política externa do país. “Nossos valores-chave são os mesmos que constam na nossa Constituição. Lutamos por uma África e por um mundo melhor. Entendemos e apreciamos plenamente os delicados processos e sistemas políticos pelos quais temos que navegar para concretizar esse objetivo primordial”, finaliza a ministra.

Na próxima Reunião da UA, que está prevista para acontecer no meio do ano em Malawi, será resolvida a questão da presidência da Comissão. Do ponto de vista do governo sul-africano, não há nenhuma previsão de derrota na eleição. .