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01/03/2012 - 10:44

Mercado de limpeza profissional precisa ser mais valorizado

Recentemente, usuários do Facebook compartilharam uma história publicada no jornal Diário de São Paulo, sobre um psicólogo que fingiu ser gari durante 8 anos dentro da USP para terminar seu mestrado. A conclusão a que o pesquisador Fernando Braga da Costa chegou é que os trabalhadores da área de limpeza são “seres invisíveis”.

Esta história aconteceu há quase dez anos (2003), mas sua circulação nas redes sociais coincidiu com a publicação de uma pesquisa do Siemaco (Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Prestação de Serviços de Asseio e Conservação e Limpeza Urbana de São Paulo), em parceria com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Pela primeira vez, foi traçado o perfil de coletores de lixo, varredores, auxiliares de limpeza e jardineiros.

Infelizmente, os resultados apontaram que um quarto dos 1.851 profissionais entrevistados já sofreu algum tipo de discriminação. “Descobri que um simples bom dia, que nunca recebi como gari, pode significar um sopro de vida, um sinal da própria existência”. Esta afirmação do psicólogo/gari resume o sentimento de grande parte dos trabalhadores da categoria. Mas o que o pesquisador sentiu na pele é apenas uma pequena parcela do drama enfrentado por esses profissionais. Segundo a pesquisa do Siemaco, a ocorrência de situação de discriminação em estabelecimentos de educação, lazer ou cultura é pequena em relação a outros locais. São 16% ante os 28% em estabelecimentos de saúde, por exemplo.

De acordo com o presidente da Abralimp (Associação Brasileira do Mercado de Limpeza Profissional), Romilton dos Santos, “o mercado de limpeza profissional realmente carece de valorização, seja da mão de obra, ou mesmo da importância que possui para a saúde da população e a economia do Brasil”.

O setor é o segundo maior empregador do País, ficando atrás apenas da construção civil. Levantamento da entidade revela que este mercado emprega cerca de 1,5 milhão de pessoas e, em 2010, chegou a movimentar até R$ 15,2 bilhões. “Somos responsáveis pelo processo de inclusão social, pois contratamos, treinamos e qualificamos a mão-de-obra da base da pirâmide social”, ressalta Santos.

Uma das grandes preocupações da Abralimp é justamente capacitar, promover e desenvolver toda a cadeia de valor deste mercado, proporcionando bem-estar e preservando a saúde e o meio ambiente. “Infelizmente, a limpeza só é percebida e valorizada em sua ausência”, diz Santos.

Com os mega eventos esportivos previstos para os próximos anos, a expectativa do mercado de limpeza profissional é de grande crescimento. “Para acompanhar esse ritmo, a mão de obra precisa passar por treinamentos e reciclagens”. Dentre os trabalhos desenvolvidos pela Abralimp está a Uniabralimp – Unidade de Formação Profissional da Abralimp, que, desde a sua fundação, já capacitou aproximadamente 9 mil pessoas.

A entidade prepara ainda para este ano a primeira publicação do setor, um livro que vai contar a história da limpeza, focando não apenas em técnicas, materiais e equipamentos, mas também nas empresas e pessoas responsáveis por este segmento. ”Com as atividades da associação, procuramos conquistar maior representatividade e valorização do nosso setor no País”, finaliza o presidente da Abralimp.

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