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02/03/2012 - 09:43

Grendene distribui R$219,5 milhões de dividendos, 74,8% do lucro obtido de R$ 305,4 milhões em 2011

Fabricante brasileira de calçados consegue bons resultados em 2011 apesar do cenário econômico desfavorável no período.

Sobral – A Grendene, uma das maiores fabricantes mundiais de calçados, anuncia seus resultados e mais uma vez comprova a força de seu modelo de negócios. Ao modificar a política de dividendos, elevando o payout de cerca de 40% para 75%, a empresa incorreu em uma elevação na tributação de R$16 milhões para R$35 milhões. O lucro líquido que seria obtido (proforma) com a política anterior seria de R$324,3 milhões, 3,8% superior ao de 2010. Por outro lado, com a nova política, a companhia distribuiu R$219,5 milhões de dividendos, 80,3% superior ao valor distribuído em 2010. Com isso, a Grendene já distribuiu aos seus acionistas, na forma de dividendos, R$953,6 milhões desde sua abertura de capital em 2004, o que equivale a R$3,2 por ação.

“Se desconsiderarmos a mudança da política de dividendos, o Lucro Líquido (ajustado a este efeito) cresceu num ano em que houve forte desaceleração da economia”, disse Francisco Schmitt, diretor da Grendene. O executivo destaca que um evento não recorrente afetou o resultado da Grendene que, desconsiderando este fator combinado com o efeito da alteração da política de dividendos, a empresa teria apresentado um Lucro Líquido (ajustado proforma) de R$333,5 milhões, uma elevação de 6,7% em relação ao ano anterior.

Apesar de resultados econômicos satisfatórios, a empresa perdeu espaço no mercado com a diminuição do número de pares de 170 milhões, em 2010, para 150 milhões em 2011, queda de 11,4%. “No início do ano, a expectativa da companhia era de queda no mercado externo, mas de ganho no mercado interno suficiente para compensar esta queda e terminar o ano com um pequeno lucro no volume, o que não aconteceu”, esclarece Schmitt. A Grendene apresentou queda no mercado externo em 12,1 milhões de pares e, no mercado interno, 7,2 milhões de pares.

No mercado externo, a queda se deve, principalmente, a uma mudança no foco para a busca de mercados para produtos de maior valor agregado e maior preço. Além disso, a Grendene terminou o ano com cerca de 2 milhões de pares destinados ao mercado Argentino em estoque, em função de novas regras alfandegárias adotadas pelo seu governo. A taxa de câmbio também tornou-se, em média, ainda mais desfavorável à exportação em 2011 e seu impacto foi uma redução na receita bruta total da Grendene em R$18,1 milhões. Sendo que a receita bruta do mercado externo caiu 5% antes de considerar a variação cambial e 9,6% após considerar este efeito no ano de 2011.

Já para o mercado interno a expectativa de crescimento era baseada num melhor ambiente econômico com o PIB crescendo em torno de 4% a.a., que também não se confirmou. Nesta conjuntura, o portfólio de produtos – amplitude e profundidade do mix com os respectivos preços estabelecidos – não teve o desempenho esperado e a empresa perdeu market share ao longo do ano, mas conseguiu reverter a tendência no 4T11.

Segundo Schmitt, a Grendene se adaptou à queda de volume controlando os custos e elevando a margem bruta em todos os trimestres, exceto o terceiro, terminando o ano de 2011 com ganho de 270 bps. na margem bruta em relação a 2010. Nas despesas operacionais, não obteve a mesma flexibilidade em razão de seu caráter mais fixo e, no caso das despesas de publicidade e propaganda, seu caráter estratégico.

Estas despesas cresceram, em relação à receita líquida quando comparadas a 2010, de 27,4% para 30,8% da receita líquida, gerando queda de 70 bps. na margem EBIT.

Resultados -Schmitt explica que os resultados foram negativamente impactados por uma inadimplência atípica – um antigo cliente que encerrou suas atividades –, ocasionando uma provisão para crédito de liquidação duvidosa adicional no valor de R$13,8 milhões de reais, evento não recorrente. Embora boa parte deste valor possa ser recuperado em função de garantias prestadas pelo cliente, a empresa adotou a linha de conservadorismo, provisionando 100% do valor. Sem este efeito, a queda do EBIT ficaria mais próxima da queda da receita (o EBIT neste caso, desconsiderando o efeito desta inadimplência, seria de R$198,7 milhões com queda de 6,5% em relação a 2010).

Apesar de tudo, em função de uma taxa de juros maior em 2011, a margem líquida da Grendene teve uma elevação de 110 bps compensando a queda na margem EBIT.

O executivo reforça que, na comparação entre 2010 e 2011, deve-se levar em consideração a diferença na situação econômica de cada período. “Enquanto em 2010 a economia brasileira se encontrava em acelerada expansão, com o PIB crescendo 7,5%, em 2011 a economia enfrentou forte desaceleração, com o PIB abaixo de 3% e a situação internacional consideravelmente mais deteriorada.” destaca.

Todas as metas anunciadas para o período de 2011 a 2015 serão mantidas pela Grendene, reforça o executivo. “Acreditamos que nos próximos anos devemos apresentar taxas mais modestas de crescimento na exportação do que as observadas nos últimos anos, diminuindo a participação das receitas de exportação na receita bruta total. O que deve ter um efeito positivo na margem bruta, já que os preços médios no mercado interno são maiores que no mercado externo”, diz o diretor da Grendene.

Metas para o período 2011-2015 -Crescimento da receita bruta a uma taxa composta média (CAGR) entre 8% e 12% nos 5 anos (2011 – 2015).

Crescimento lucro líquido a uma taxa composta média (CAGR) entre 12% e 15% nos 5 anos (2011 – 2015). A Grendene tem por objetivo manter neste período as despesas de propaganda e publicidade em média entre 8% e 10% da receita líquida.

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