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08/03/2012 - 10:39

A Copa do Mundo de 2014 como prioridades governamental

O governo, em todas as suas esferas, está despendendo muitos milhões para a construção e reforma das arenas de futebol onde acontecerão os jogos da Copa de 2014. A imprensa tem noticiado passo a passo todo esse movimento.

A falta de prioridade do governo brasileiro causa-me profunda indignação. É claro que sediar a Copa de 2014, assim como as Olimpíadas de 2016, é muito importante para o país. Haverá uma projeção mundial, além, é claro, da geração de muitos empregos tanto antes dos eventos como durante. Mas e após?

Para que servirão as arenas imensas que estão sendo edificadas? Os jogos nacionais não contam com um público tão numeroso para torná-las, no futuro, economicamente viáveis. Será que o dinheiro empregado não ajudaria a minimizar outros problemas mais urgentes?

Vive-se um verdadeiro caos na administração pública em vários aspectos. As notícias diárias comprovam a falência da saúde pública. Todos os dias há pessoas que morrem por falta de atendimento, quer por falta de local para internação, quer por não terem sido atendidas no prazo esperado, quer por falta de profissionais. Pensa-se até na criação de um novo imposto para ajudar a sanar essas falhas. Será que falta dinheiro ou falta administrá-lo corretamente?

Não é diferente nas outras áreas analisadas. Verificando a educação do país comprova-se o mesmo descaso. Na geração anterior (a minha), as pessoas tinham orgulho de estudar em escolas estaduais. Eram as melhores!!! Havia uma prova para ingresso, não havendo qualquer “jeitinho” que resolvesse uma reprovação nesse exame de admissão. Hoje ninguém mais tem orgulho em colocar seus filhos nas escolas mantidas pelo governo.

Os primeiros lugares do ENEM e para o ingresso das universidades mais conceituadas são de alunos provenientes de escolas particulares. Isso porque elas oferecem um ensino de qualidade, ministrado por profissionais preparados e uma boa estrutura física. Só que elas têm um custo, e um custo alto que nem todos têm condições de pagar. Para que seus filhos não fiquem em desvantagem, os pais precisam fazer muito sacrifício para custear um ensino melhor para seu filho, enquanto o governo não cumpre a sua parte constitucional de oferecer educação de qualidade para todos.

A segurança também é outro ponto importante a ser observado. Não existe mais tranquilidade para transitar não só nos grandes centros urbanos, mas nos menores também. E o período não se restringe somente ao noturno. Hoje, muitos crimes são cometidos durante o dia e em local com grande número de pessoas, o que demonstra o sentimento de impunidade ao praticante desse ato. É importante lembrar que o funcionário público que atua nessa área é muito mal renumerado e acaba se expondo demais a perigos. E, assim, ele facilmente sucumbe a propinas e atua também do outro lado da moeda: age como se criminoso fosse.

É desolador para o cidadão verificar que todos os direitos básicos garantidos na nossa Constituição não estão sendo cumpridos. Há caos na saúde, na educação, na segurança, e em muitos outros direitos previstos na lei maior do país. Justificativa: falta de dinheiro. Será?

As prioridades estão invertidas. Parece que o governo esqueceu-se da população, investindo o dinheiro do povo em obras faraônicas por todo o país, ao invés de garantir o mínimo para seu cidadão. Realmente tem uma projeção política maior a construção de um estádio para a Copa do que o saneamento básico do bairro de periferia. E, infelizmente, para o nosso governo, é mais importante a projeção disso do que o cuidado para com os seus!

Qual a impressão que o estrangeiro terá do Brasil? Um país lindo por natureza, mas tão mal cuidado, com esgoto a céu aberto em grandes cidades, dificuldade no transporte público, pessoas morrendo por falta do mínimo de atendimento médico. E os problemas começarão logo na chegada, pois nossos aeroportos não possuem capacidade para receber todos ao mesmo tempo. E as obras para as arenas continuam...

.Por: Artigo escrito pela advogada do escritório Fernando Quércia Advogados Associados, Fabiana Svenson Petito Ribeiro

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