Página Inicial
PORTAL MÍDIA KIT BOLETIM TV FATOR BRASIL PageRank
Busca: OK
CANAIS

13/03/2012 - 11:17

Céleres vê milho como alternativa para etanol no Brasil

Análise aponta grão como boa opção em momento de incertezas na produção de cana-de–açúcar. Para Abramilho, combustível ajuda a reduzir estoques e manter preços.

Com queda na safra passada, o ano começa com incertezas para a cana-de-açúcar, e o milho pode ser uma boa opção para produzir etanol, em algumas regiões do Brasil e diminuir as tarifas do combustível nas bombas para o consumidor final. O País ainda não está definido em relação à política do etanol, mas, segundo análise da consultoria Céleres, o milho deve ser a mais nova aposta do setor, já que está em um bom momento, com produções recordes e excedentes que poderiam facilmente ser utilizados para esse fim.

Segundo Ricardo Giannini, sócio-diretor da Céleres, o milho tem algumas vantagens em relação à cana-de-açúcar. A primeira se dá no armazenamento. “Enquanto a cana deve ser processada em curto tempo, se tiver em condições adequadas, o milho pode ficar armazenado por meses”. Ele explica que o investimento em processamento de milho para produção de etanol é cerca de 60% do custo do investimento por litro de uma usina de cana-de-açúcar.

“É claro que o processo comercial de obtenção de etanol através da cana-de-açúcar é mais eficaz e demanda menor área de plantio. Mas, em um momento incerto como o atual, o uso do milho para produção de etanol é sim uma boa oportunidade”, acredita Giannini. Ele aponta que, do ponto de vista de custos operacionais, a matéria-prima de cana representa 51% dos custos – no caso do milho, esse índice é de 56%.

Combustível pode desafogar produção do Centro-Oeste -Além de beneficiar a produção de combustível, a utilização do milho para o etanol ajudará a solucionar outros problemas da cultura. De acordo com Alysson Paolinelli, presidente-executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), o Brasil tem dificuldades logísticas de escoamento do produto e, por isso, muitas vezes, o milho acaba sendo leiloado e os preços sofrem variações.

“Temos fronteiras agrícolas com dificuldades para levar seus produtos aos portos e para outras regiões. É o caso do da região Centro-Oeste, por exemplo, e também de alguns estados do Norte e Nordeste do País”, comenta.

Para ele, o uso de tecnologias agrícolas impulsionou esse crescimento na produção de milho com muita rapidez e, por isso, o País não estava preparado para escoar todo o produto. Nos últimos anos, a área necessária para produzir uma tonelada de milho caiu pela metade: passou de 0,46 hectare para 0,23 hectare.

“Estamos falando em uma nova utilidade para o milho produzido no País. Isso não significa que o etanol de milho será a principal fonte, mas que o grão ganhará outra utilidade e, por isso, não ficará mais parado os armazéns”, completa Paolinelli.

De acordo com a Céleres, uma usina, no Brasil, para produzir 410 milhões de litros de etanol utiliza cerca de 3,6 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. Nos Estados Unidos, país líder na obtenção de etanol a partir de milho, o mesmo volume é produzido a partir de 1 milhão de toneladas do grão.

O 6º levantamento da Céleres sobre milho mostra que, com a escassez de chuvas, houve redução na produtividade. A área terá uma ampliação de 14,1% em relação à área de 2010/11 e a produtividade média terá uma redução de 2,2%. Já a produção na safra verão foi estimada em 36.849 mil toneladas, ou seja, um acréscimo de 11,6%.

Céleres-Fundada em 2002, a Céleres atua em inteligência de mercado, assessoria de investimentos, consultoria estratégica e planejamento rural. Seus consultores são fontes frequentes para entidades e imprensa, sempre buscando traduzir as tendências do campo para o mercado nacional. Após a criação da Céleres Ambiental, em 2007, voltada a estudos e projetos com foco em meio ambiente, e da Céleres Farm Services, em 2010, na área de gestão tecnológica, o Grupo Céleres figura entre as mais respeitadas consultorias especializadas análise estratégica do agronegócio no Brasil. [www.celeres.com.br].

A Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho) é uma entidade civil que mantém como afiliados associações estaduais, independentes ou em parceria, nos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Piauí e também no Distrito Federal. A Abramilho tem sede em Brasília e foi criada em 2007, como um movimento espontâneo dos produtores de milho pela necessidade de se organizarem diante dos desafios nacionais e internacionais vivenciados pela cultura nos últimos anos. [www.abramilho.org.br].

Enviar Imprimir


© Copyright 2006 - 2024 Fator Brasil. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Tribeira