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20/03/2012 - 10:58

A vez das cooperativas de reciclagem

A responsabilidade com o futuro do nosso planeta faz a sociedade cada vez mais presente nos debates sobre as questões de sustentabilidade. Neste ano, por exemplo, vamos ter o privilégio de receber a Rio+20, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável. É o momento de nós,brasileiros,ocuparmos lugar de protagonistas em uma nova rodada de negociação pelo futuro da humanidade.

O Brasil já avançou importantes passos em processos sustentáveis. Mas, proteção ao meio ambiente e sustentabilidade exigem mais da população, governo e empresas. O lixo é um dos grandes gargalos mundiais para o desenvolvimento sustentável. Sua destinação é responsabilidade de cada um, devendo começar em casa.

Sob esse aspecto,o Brasil dá exemplo com a Lei Federal 12.305, em vigor desde agosto de 2010, que estabelece o Plano Nacional de Resíduos Sólidos, que obriga os municípios a elaborarem planos para a destinação adequada do lixo. A nova lei tem como prazo final para sua implantação agosto de 2014 e garante prioridade de recursos federais às prefeituras que incentivarem a criação de cooperativas. O Plano Nacional de Resíduos Sólidos também deixa muito claro que os municípios não devem apenas fazer a destinação correta dos resíduos, mas precisam criar uma política municipal de limpeza urbana e reciclagem, com incentivo à inserção de cooperativas de catadores de materiais recicláveis. As empresas, por sua vez, devem traçar um plano de logística reversa,prevendo a reciclagem dos produtos que fabrica. Elas devem determinar como será feito o retorno e a destinação ambiental adequada.

Essas regras permitirão triplicar o número de cooperativas segundo um levantamento do Compromisso Empresarial para a Reciclagem (Cempre). Uma tendência que já vem ganhando espaço em várias cidades, das quais o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Estado de São Paulo (Sescoop/SP) e a Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo (Ocesp) têm recebido novos grupos para a formação de cooperativas, permitindo a sua regularização e legalização. Há muito espaço para esse crescimento. O estudodo Cempre revela ainda que apenas 8% das cidades brasileiras recolhem o material reciclável em sistemas oficiais de coleta, triagem e destinação.

Os municípios, porém, devem investir nesse processo garantindo às cooperativas não apenas o papel de recolher e repassar o material reciclável. É preciso agregar valor, transformando os resíduos em novos produtos e gerando melhor remuneração aos cooperados envolvidos no processo.

O cenário, portanto, é promissor para as cooperativas e vai se revelar extremamente positivo para os municípios. Além de assumir o trabalho direto na reciclagem de resíduos sólidos, o cooperativismo levará consigo seus ideais, que trazem em sua essência um sistema econômico baseado na cooperação entre as pessoas e a justa distribuição da renda. Uma realidade comprovada pela pesquisa da USP, que revelou que as cidades onde cooperativas têm importante atuação contam com melhor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

.Por: Edivaldo Del Grande, presidente do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Estado de São Paulo (Sescoop/SP) e da Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo (Ocesp).

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