Página Inicial
PORTAL MÍDIA KIT BOLETIM TV FATOR BRASIL PageRank
Busca: OK
CANAIS

21/03/2012 - 10:19

Um em cada cinco produtos industriais consumidos no país em 2011 foi importado, diz pesquisa da CNI

Brasília– Praticamente um em cada cinco produtos industriais consumidos no Brasil em 2011 foi importado, nível recorde. O coeficiente de penetração de importações, que considera tanto o consumo final das pessoas quanto o de insumos pela indústria, mostra que 19,8% dos bens industrializados no país vieram de fora. As informações são da pesquisa Coeficientes de Abertura Comercial, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta segunda-feira, 19.03.

O recorde de 19,8% da participação de importados no mercado brasileiro no ano passado representou uma alta de 2 pontos percentuais sobre o coeficiente de penetração das importações de 2010. Dos 27 setores industriais analisados, 21 registraram elevação no coeficiente de 2011 frente a 2010. Os segmentos com maior crescimento foram ópticos, informática e eletrônicos – sobretudo equipamentos de comunicação, como celulares – derivados de petróleo e biocombustíveis.

A participação de insumos importados na indústria brasileira – matérias primas, máquinas e equipamentos - também bateu recorde, com 21,7% em 2011. O valor foi 2,6 pontos percentuais maior que em 2010 e 0,4 ponto percentual acima do registrado em 2008, ano do recorde anterior da série. Para 24 dos 27 setores analisados, houve aumento nesse coeficiente. Os segmentos de informática, eletrônicos e ópticos foram também os que tiveram a maior alta de consumo de importados na produção – 17,8 pontos percentuais – alcançando 76,7% do total de insumos usados no ano passado.

O gerente-executivo da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, atribuiu o recorde no coeficiente de penetração das importações à valorização cambial, ao consumo interno, aos incentivos do ICMS às importações e aos chamados custos sistêmicos, como a elevada carga tributária, a infraestrutura deficiente e os juros altos. Prevê que a tendência é este coeficiente aumentar em 2012. “Se nada for feito para atenuar os custos sistêmicos, o quadro deve se agravar, com o crescimento da economia sendo limitado pelo baixo desempenho da indústria este ano ”, assinalou.

Alta nas exportações – Segundo a pesquisa da CNI, elaborada em parceria com a Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex), o coeficiente de exportação foi rigorosamente idêntico ao de importações.

A participação das exportações no valor da produção da indústria foi de iguais 19,8% em 2011, representando um crescimento de 2 pontos percentuais na comparação com 2010. Foi o segundo aumento anual consecutivo no coeficiente de exportação. No entanto, destaca o estudo, o índice está abaixo do valor recorde de 2004, quando a participação das vendas externas no valor da produção industrial atingiu 22,9%.

Na indústria de transformação – segmento que concentra maior inovação tecnológica, maior valor agregado e melhor remuneração de mão de obra -, o coeficiente de exportação cresceu 1,1 ponto percentual em relação a 2010, atingindo 15% no ano passado. Os segmentos que tiveram melhor evolução na proporção das vendas externas no valor da produção foram metalurgia, máquinas e equipamentos e têxteis.

A participação das exportações no valor da produção da indústria de transformação está, contudo, 6,6 pontos percentuais abaixo do valor do recorde da série, em 2004. Já o coeficiente de exportação da indústria extrativa, que é altamente exportadora, caiu 0,7 ponto percentual, chegando a 73,8%, quando foi de 74,5%, em 2010. O valor registrado em 2010 foi o recorde da série.

Impactos do câmbio – Além do coeficiente de insumos importados da indústria brasileira, a segunda edição da pesquisa trimestral Coeficientes de Abertura Comercial, lançada em novembro último, trouxe outro novo indicador: o coeficiente de exportações líquidas da indústria.

O índice, que será divulgado anualmente, sinaliza se uma desvalorização do real trará impacto positivo ou negativo para o setor, considerando o aumento da receita com exportação em reais e o crescimento do custo em reais dos insumos importados. Coeficientes acima de zero mostram que a desvalorização da moeda brasileira tem impacto positivo para o setor e, abaixo de zero, o impacto é negativo. Quando há valorização cambial, o coeficiente de exportações líquidas acima de zero representa prejuízo.

O coeficiente de exportações líquidas da indústria ficou em 9% no ano passado, prejudicando a maioria dos segmentos industriais, já que houve apreciação do real em 2011, em vez de desvalorização. Entre os 21 segmentos da indústria de transformação avaliados, 11 ficaram com coeficientes acima de zero. Os mais prejudicados pela valorização cambial foram os de fumo, com coeficiente de 42,1%, couros e calçados (17,9%) e alimentos e bebidas (16,6%).

Enviar Imprimir


© Copyright 2006 - 2024 Fator Brasil. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Tribeira