Kelow e Compway unem-se na nova KCS Soluções

Fabricante de equipamentos de informática e hardware e empresa de serviços miram fatia do mercado de outsourcing, hoje dominado por grandes grupos internacionais. Mercado potencial é de 400 mil empresas, avaliam executivos.

São Paulo – Dois nomes conhecidos – e reconhecidos – do setor de informática agora são sócios controladores da nova KCS Soluções, uma empresa de tecnologia e serviços da área de outsourcing em TI que começa a operar este mês. Por trás da sigla KCS estão a Kelow Computadores do empresário Marcos Di Lascio, fundada há 12 anos e a Compway Informática, de seu parceiro Oswaldo Feltrin, que completa 15 anos de atividades em 2012.

Ambos são velhos conhecidos entre si e também do mercado brasileiro de TI. Di Lascio fundou na década de 1980 a Lince, depois vendida para a Semp Toshiba Informática. Após o negócio, o executivo permaneceu na presidência desse grupo até pouco antes de criar a Kelow no ano 2000. A Kelow cresce na casa de 50% ao ano desde 2005 e produz em torno de 20 mil máquinas/mês em sua unidade produtiva da cidade baiana de Ilhéus.

Já Feltrin e sua Compway atendem hoje a uma robusta carteira de clientes por meio de uma central de serviços autorizados para marcas como Positivo, HP, Itautec e outras, além da comercialização de produtos que vão de PCs a notebooks. São clientes da Compway desde pessoas físicas até empresas de todos os portes. O empresário registra passagens, como executivo, pelos grupos Burroughs (atual Unisys), Sharp/SID e Compaq Brasil.

Os sócios apostam principalmente na sinergia entre Kelow e Compway - e na credibilidade que ambos e suas empresas adquiriram no setor de informática em quase duas décadas – para formar uma carteira representativa de clientes já no primeiro ano de operações. Ambos preferem não fazer projeções neste momento.

“A KCS quer ser a equipe de TI das pequenas e médias empresas”, resume Di Lascio. Feltrin calcula haver um mercado potencial de 400 mil empresas para a nova KCS, ante o número de aproximadamente cinco milhões que utiliza serviços de outsourcing no Brasil. “Ao mesmo tempo em que é capitalizado, o segmento formado por pequenas e médias é carente”, afirma Feltrin.

Cientes de que hoje em dia são grandes grupos internacionais os players do mercado de outsourcing em TI, os dois empresários, em contrapartida, veem exatamente nesse cenário a oportunidade de conquistar uma fatia representativa de negócios. “A KCS é uma empresa de nicho, ou seja, terá atuação focada em dois segmentos pouco atendidos, ou não atendidos, pelos chamados players”, reforça Marcos Di Lascio.

Segundo Feltrin, os produtos e serviços disponibilizados pela KCS Soluções estão relacionados ao conceito “soluções gerenciadas” – infraestrutura, segurança corporativa, gerenciamento de rede e servidores, governança, back up, diagnóstico e reparo, por exemplo. “A intenção é a de entregarmos pacotes de soluções já a partir da comercialização de equipamentos e sistemas, seja por venda ou locação, incluindo projetos específicos segundo o perfil de cada cliente”, acrescenta Di Lascio.

Kelow e o mercado corporativo-Quando chegou ao mercado, a Kelow Computadores mirava exclusivamente o segmento corporativo. Foi nele que a empresa prosperou e obteve musculatura para competir no varejo com as marcas mais fortes do País. Com a criação da KCS, em parceria com a Compway, a Kelow deverá novamente voltar suas baterias para o universo empresarial, sem alterações quanto ao varejo. “O objetivo é sermos fortes nos dois segmentos, é esta a nossa estratégia para os próximos anos”, revela Di Lascio.

Para a Compway, o surgimento da KCS contempla a possibilidade de a empresa obter um novo salto em sua trajetória bem-sucedida de 15 anos de atividades. “Acredito firmemente que, embora a KCS vá atuar de forma independente de Kelow e Compway, a sinergia entre estas será natural e trará benefícios e crescimento”, conclui Oswaldo Feltrin. Como Di Lascio, ele cursou economia antes de colocar os pés no mercado de Informática e TI. E dele nunca mais sair.