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20/09/2007 - 10:50

Universidade Nações Unidas quer investir em pesquisa de bioenergia

UNU/Biolac, órgão de biotecnologia da ONU para América Latina e Caribe, conclama pesquisadores no V Congresso Brasileiro de Biossegurança.

Ao encerrar um seminário de dois dias sobre Bioenergia na América Latina e Caribe, dentro do V Congresso Brasileiro de Biossegurança, que acontece até sexta-feira, dia 21, em Ouro Preto-MG, se há dúvidas sobre que caminhos seguir para vencer os desafios da produção de bioenergia nessa região, não sobra dúvida sobre a firme intenção de se mobilizar os pesquisadores para se debruçarem sobre as alternativas para expandir essa produção nos países latino-americanos e no Caribe. “Estamos destinando 30% de nossos investimentos de 2007 ao incentivo às pesquisas de biotecnologia destinadas à produção de bioenergia”, anunciou aos participantes o Dr. José Luis Ramirez, coordenador da UNU – Biolac.

Univaldo Vedana, analista brasileiro da área de bioenergia, concentra suas preocupações na produção de biodiesel e, para ele, a solução seria os pesquisadores encontrarem “a cana do etanol”, uma vez que a maior dificuldade hoje, no Brasil, para que o programa de biodiesel avance é exatamente a disponibilidade de matéria-prima, ao contrário do programa de etanol que dispõe de farta oferta de cana-de-açúcar.

As usinas de biodiesel registradas atualmente na ANP apresentam uma capacidade instalada de 1,4 bilhão de litros anuais, mais do que 117 milhões de litros ao mês. Entretanto, a produção brasileira em 2007 será apenas de 300 milhões de litros. Quando se sabe que, a partir de 1º de janeiro de 2008 será obrigatória a adição de 2% de biodiesel ao diesel convencional, fica fácil entender as dificuldades atuais do setor. Serão necessários 70 milhões de litros/mês em 2008 para atender a exigência governamental.

De acordo com Mozart Shmitt de Queirós, da Petrobrás, entre 10 tipos de oleaginosas competitivas para a produção brasileira de biocombustíveis, a soja vem em sétimo lugar e o milho em décimo. Se fosse possível extrair óleo de toda soja produzida no mundo e esse óleo fosse destinado ao biodiesel, apenas 6% da demanda mundial de biodiesel seriam atendidos, diz ele. As cinco primeiras oleaginosas competitivas e disponíveis no Brasil, segundo o executivo da Petrobras, são pela ordem: mamona, girassol, amendoim, gergelim e canola. Quase 30% dos atuais investimentos da empresa, ou US$ 1,5 bilhão, são destinados à bioenergia.

O Dr. Jonathan Gressel, do Instituto Weizmann, de Israel, também presente no seminário de bioenergia da UNU/Biolac, dentro da programação do V Congresso Brasileiro de Biossegurança da ANBio – Associação Nacional de Biossegurança, que acontece em Ouro Preto-MG, até sexta-feira, dia 21, apresentou o status mundial de duas matérias-primas que podem ser empregadas na produção de bioenergia, o jatropha (pinhão manso) e microalgas. Em desenvolvimento pela biotecnologia, ambas só estariam em condições de uso a médio e longo prazo, segundo o cientista de Israel.

No caso do Brasil, o analista Univaldo Vedana tem uma solução mais imediata para o atual impasse de produção de biocombustíveis. Na agricultura mecanizada haveria grandes áreas agrícolas sub-utilizadas, mesmo com o plantio da segunda safra ou safrinha. Para ele, deveriam ser incentivados os plantios de girassol, canola, crambe, nabo forrageiro e linhaça nessas grandes áreas. Igual iniciativa também poderia se repetir nas pequenas áreas, de agricultura familiar, apenas com a diferença de culturas. “Nesses casos, as variedades perenes, que exigem mais mão-de-obra, seriam privilegiadas, como as palmáceas, o pinhão manso e o tungue”, explicou o especialista.

V Congresso Brasileiro de Biossegurança, V Simpósio Latino-Americano de Produtos Transgênicos, Curso Especial Revisão de Princípios de Biosseguridade Laboratorial, de 18 a 21 de setembro, no Centro de Convenções da UFOP, Ouro Preto-MG.

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