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27/03/2012 - 11:03

Profissional em extinção


De início, se faz necessário apresentar que o profissional a que se refere o título é o professor da rede pública de ensino. Há pouco mais de trinta anos, uma das profissões mais desejadas pelos jovens era a carreira de professor. E não era pelo salário recebido por eles. Ser professor representava status social e, ao mesmo tempo, verdadeiro sacerdócio.

Isso veio mudando com os anos. Por certo, pela falta de incentivo e apoio por parte dos órgãos públicos (federal, estadual e municipal) a esta categoria profissional e aos baixos salários pagos a esses operadores da educação.

A qualquer momento, professores da rede municipal de Vitória, Serra e Cariacica, poderão deflagrar uma greve. Entre as reivindicações apresentadas estão: o cumprimento do piso salarial nacional de R$ 1.451,00 (mil, quatrocentos e cinqüenta e um reais); a destinação de 10% (dez por cento) do Produto Interno Bruto (PIB) para a educação pública e a reestruturação da carreira.

Vale lembrar, que um professor com titulo de Especialização ou Mestrado, recebe um salário muito inferior a muitos profissionais existentes no Brasil, inclusive com baixa escolarização. Passou-se a valorizar e a estipular boas remunerações salariais a outros tipos de profissionais.

Presume-se, ser esse o motivo de muitas crianças e adolescentes sonharem em se tornar jogador de futebol, político, cantor, ator e etc. Vale frisar, que para ingressar em algumas dessas profissões, não precisa ter muita escolaridade, mas, talento, beleza estética e boa popularidade. Talvez, por questões pessoais ou manutenção desse status, exigirá o retorno aos bancos escolares.

Qual de nós, não gostaria de ganhar mais de R$ 36.000,00 (trinta e seis mil reais) por mês, fora a verba de gabinete e outros privilégios vinculados ao cargo público. Ou, ainda, mais de R$ 750.000,00 (setecentos e cinqüenta mil reais) por mês, além do direito de imagem, luvas, entre outros.

O ambiente escolar está cada vez mais hostil, dificultando o trabalho desses profissionais e colocando em risco sua vida. Na semana passada, uma professora com 36 anos de magistério, foi ameaçada dentro da sala de aula, numa escola estadual no município de Vitória/ES, por um aluno de 18 anos, por estar atrapalhando a aula. Ela disse não mais voltar à escola e que “está cada dia mais difícil lidar com os alunos”.

Esse é apenas um exemplo do que está sujeito o professor em sala de aula, fora as agressões verbais diárias, além dos casos mais graves, que podem resultar em homicídio. Em 2007, um professor de educação física, de 43 anos, foi morto com dez tiros após sua jornada de trabalho, numa escola no município de Viana/ES. Segundo a polícia, o crime aconteceu depois que ele denunciou alunos que andavam armados dentro do colégio.

Algumas escolas se tornaram território e domínio de traficantes, impondo verdadeiro terror aos alunos e profissionais. Nesses casos, fica difícil desenvolver um trabalho pedagógico, pois o aprendizado que impera é o da obediência e sujeição as ordens ditadas por eles. Nesse mês de março, o doutor em educação Mário Sergio Cortella, ministrou palestra para profissionais da educação em Vitória. Segundo ele, “a educação no Brasil está saindo da UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) passando para a enfermaria aos poucos”.

Disse mais: “é preciso investir mais nos professores, para que melhorias possam ocorrer nesta área“. Mesmo com tantas adversidades, torço para estar equivocado com esta previsão.

.Por: Eduardo Veronese da Silva, Professor de Educação Física,Especialista em Direito Militar,Subtenente da PMES.

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