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31/03/2012 - 13:57

Atividade industrial sobe 1,2% em fevereiro, mas recuperação deve ser lenta

Paulo Francini, diretor da Fiesp e do Ciesp, avalia que indústria vai continuar apresentando “um desempenho bastante medíocre no ano de 2012”.

O Indicador de Nível de Atividade (INA) da indústria paulista cresceu 1,2% em fevereiro sobre janeiro, na série com ajuste sazonal, influenciado principalmente pelo bom desempenho do setor automotivo, que subiu 10,7% na leitura mensal com ajuste. A alta do índice é razoável, mas dada a queda de 1,5% em janeiro, o crescimento no mês passado se torna forte.

“O setor de veículos automotores foi claramente responsável tanto pela grande queda do índice em janeiro quanto pela recuperação em fevereiro. Foi um movimento do setor, que está bastante pautado no fato de que muitas montadoras deram férias no mês de janeiro, então afetou as horas trabalhadas na produção”, explicou Paulo Francini, diretor do Departamento de Estudos e Pesquisas Econômicas (Depecon) da Fiesp e do Ciesp .

Sem o ajuste, o INA acumulou variação positiva de 3% na comparação com o mês anterior. A ligeira alta, no entanto, não compensa a queda de 1,4% nos últimos 12 meses e não é um resultado para se comemorar. “A atividade da indústria este ano deverá ser medíocre”, alertou Francini.

A queda é ainda mais expressiva na comparação de fevereiro de 2012 com o mesmo mês de 2011, quando o índice registrou declínio de 8,8%, descontando o ajuste à sazonalidade. Entre janeiro e dezembro de 2011, o INA apresentou ligeira alta de 0,7%, ficando praticamente estável em relação ao mesmo período do ano anterior.

O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) ficou em 80% no mês de fevereiro ante 79,6% em janeiro. Na leitura com ajuste sazonal, o componente ficou praticamente estável, de 81,8% em janeiro para 81,9% em fevereiro.

O setor de Minerais não Metálicos também se destacou entre as altas do mês, com ganho de 1,3% sobre janeiro, em termos ajustados.

Já o índice para Móveis e Indústrias Diversas anotou uma baixa de 2,1% na leitura com ajuste sazonal.

Tempo e paciência -Mesmo após o anúncio, feito pelo governo, de medidas de incentivo à produção nacional, o diretor da Fiesp e do Ciesp acredita que a recuperação da indústria será lenta e gradual este ano. Na avaliação de Francini, o setor produtivo ainda não está em condições de recuperar sua atividade e impulsionar o Produto Interno Bruto (PIB).

“Existe um processo de recuperação e estamos nesse processo. Agora é tempo e paciência. Sabemos que a solução se dará pela construção de uma série de itens que, isoladamente, talvez não sejam suficientes, porém, no seu conjunto, acabam formando um cenário melhor para a indústria de transformação”, afirmou Francini, ao manter a previsão da Federação de crescimento de 2,6% para o PIB em 2012.

Para chegar a uma taxa de crescimento zero em 2012 comparativamente a 2011, a indústria precisa registrar alta mensal de 0,8% desde março até dezembro deste ano, uma tarefa considerada “praticamente impossível” para o diretor do Depecon.

“Em período de recuperação forte, a indústria anda com 0,4% a 0,5% de alta. Portanto, se nós andarmos num ritmo bom da indústria, terminaremos 2012 perdendo algo como 2% em relação a 2011”, projetou ele. “Estatisticamente, a indústria vai mal.”

Expectativa-A percepção dos empresários com relação ao cenário econômico no mês corrente aumentou três pontos em março, ante fevereiro, e ficou em 51,9. A expectativa é medida pelo Sensor Fiesp.

O item mercado ficou praticamente estável em 52 pontos, ante 50,4 em fevereiro deste ano. O estoque cresceu mais de seis pontos para 51,4 pontos em março versus 43,7 no mês anterior.

Vendas apresentaram ganho superior a três pontos e chegaram a 51,6 em março, enquanto investimento ficou em 55,1 em março, contra 53,1 em fevereiro.

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