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31/03/2012 - 14:40

O Empresário faraó

A falta de gestão financeira é uma das principais causas para que algumas empresas declinem. O desencontro entre receitas e despesas é uma das tormentas pelas quais qualquer empresa está sujeita. Independente do porte ou do segmento de atuação, as empresas precisam equalizar o prazo Médio de Recebimento com o Prazo Médio de Pagamento. Se o capital de giro for inadequado, a situação é ainda mais delicada. A boa administração financeira ajuda a atenuar o efeito do problema exposto.

Ocorre que em algumas empresas, além do empresário, há um pequeno faraó que insiste em se manifestar de uma forma ou de outra. Ao atravessar as cidades, entrar nos condomínios e conhecer as empresas por dentro, observo que há, em alguns, a necessidade de construir obras faraônicas. A Cidade da Música, no Rio de Janeiro, é um exemplo clássico do estrago que o pequeno faraó pode fazer. Quem não conhece aquele casal que trabalha fora e que, mesmo tendo apenas um filho, tem uma residência imensa, com cômodos suficientes para multiplicar sua família por, no mínimo, cinco? Assim ocorre com os automóveis, quanto maior, maior é a sensação de poder do condutor. Recentemente a Fiat veiculou no Brasil a nova campanha do Cinquecento. O objetivo da propaganda era fazer um paralelo entre o pequeno grande carro da marca italiana e os ditos carrões. Tal como os Estadunidenses, grande parte dos Brasileiros nutre a cultura de que o maior é necessariamente o melhor.

Por muito tempo nos orgulhamos de ter o maior estádio do mundo e também a maior usina hidrelétrica do mundo. Temos o maior parque urbano do mundo, a maior floresta do mundo, o maior rio do mundo. Não seria mais racional termos o melhor estádio e o melhor parque? A geração que hoje está na faixa dos dez anos de idade não dará valor ao granito que seus pais e avós teimam em gravar em pleno século XXI. Não estamos no Egito antigo. O quadro não é diferente nas empresas.

Temos casos em que, no ímpeto de expandir um negócio bem sucedido, com uma estrutura física adequada, o empresário faraó leva sua empresa a passar por momentos delicados, que em última instância pode levar à falência. Uma empresa nos contratou para avaliarmos a viabilidade econômica da sua expansão. Após alguns meses de análise, orientamos uma expansão física moderada com uma bem calculada margem para atender a um aumento de demanda. O cliente gostou do projeto, mas decidiu, contrariando nossas análises, expandir a estrutura física além do indicado. Cabe ressaltar que nossa empresa realiza as orientações, mas a palavra final cabe ao empresário.

Sabemos que é importante ter uma estrutura física que agregue valor ao produto ou serviço da empresa e que muitas das vezes a estrutura faz parte do marketing, mas é necessário levar em conta que o Fluxo de Caixa precisa comportar os investimentos. Da próxima vez que você se deparar com uma escolha conflitiva, diga a si mesmo que você está no comando, não Ramsés II.

.Por: Eduardo Bassin, Economista, MBA, Consultor, UFRRJ | Bassin Gestão e Negócios.

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