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03/04/2012 - 09:23

“O Rugby precisa aproveitar a oportunidade gerada pelo Torneio Sevens e Olímpiadas do Rio” diz lenda do All Blacks

O lendário jogador do All Blacks, John Kirwan, afirmou que o rugby precisa agarrar a oportunidade que está sendo oferecida pelos Jogos Olímpicos de 2016 no Rio – o esporte será incluído nas Olimpíadas brasileiras na modalidade “seven-a-side”, ou de sete jogadores – para se lançar mundialmente.

Kirwan, que treinou a equipe japonesa no ano passado para a Copa do Mundo de Rugby do Conselho Internacional de Rugby (IRB) na modalidade “15-a-side” (15 jogadores), participou de um debate de mídia realizado pelo HSBC na véspera do torneio Cathay Pacific/HSBC Hong Kong Sevens, o sexto de um total de nove torneios que fazem parte do HSBC Seven World Series de 2012. Na ocasião, o ex-jogador disse que o esporte não deveria se preocupar com o possível impacto negativo do Sevens nas modalidades mais longas do esporte.

“O Sevens é fundamental. Não temos um jogo global.... ainda. O Sevens é o nosso veículo para conquistar isso. Ele poderá se tornar o Twenty20 [modalidade curta do cricket] do rugby em 15 anos. O maior desafio para o IRB após as Olimpíadas de 2016, quando o Sevens finalmente atingir status global , é comunicar, de forma estratégica, que isso é um risco positivo, porque certamente não é um risco negativo”, disse Kirwin, membro do time neozelandês vencedor da Copa do Mundo de Rugby de 1987, traçando paralelos com os problemas enfrentados pelo cricket devido à populariade da sua modalidade de curta duração.

"Se ainda estivermos sentados aqui em 20 anos e o Japão não tiver desbancado a Nova Zelândia na Copa do Mundo de Rugby (IRB), poderemos esperar o desaparecimento da modalidade de 15 jogadores. Há grandes decisões a serem tomadas nessa modalidade para que as duas [modalidades do jogo] se entendam. Acho que estamos com medo do Sevens. O cricket tem partidas de 4 dias, então só terá a si mesmo para culpar se a modalidade Twenty20 se tornar mais importante em 20 anos”, complementou Kirwin.

Um apoio financeiro estimado em USD 200 milhões, concedido por governos e Comitês Olímpicos indiviuais, beneficiará o esporte globalmente este ano quando terminar as Olimpíadas de 2012 em Londres e começar o ciclo de financiamento para o Rio de Janeiro, com duração de quatro anos. Por este motivo, o treinador chinês do Sevens, ‘Johnny’ Zhang Zhiqiang, deu credibilidade aos comentários de Kirwan.

Zhang, que é juíz do Hong Kong Sevens, revelou que o seu país começou a focar quase que exclusivamente na modalidade Sevens muito antes de 2009, ano em que o Comitê Olímpico Internacional votou para reintroduzir o esporte no Movimento Olímpico.

“Não há equipes jogando a modalidade de 15 jogadores desde 2006 porque o governo chinês percebeu que, depois de entrar nas Olimpíadas, o esporte mudaria. Antes, jogávamos Fifteens e Sevens”, afirma Zhang. “O desenvolvimento esportivo na China é fortemente influenciado pelo governo e o Rugby Sevens é um esporte olímpico. É por isso que o Sevens foi escolhido, mas isso não significa que a modalidade Fifteens será esquecida, porque ela é a origem do esporte”, comenta.

A história é parecida com a de outras potências Olímpicas tradicionais, nenhuma delas com tradição no rugby. A Rússia divulgou um crescimento exponencial do esporte no país ao mesmo tempo em que Kirwin revelou que os EUA, onde ele quase se tornou treinador da equipe nacional antes de ser convidado pelo Japão em 2007, também está prestes a emergir de forma espetacular.

“Os Estados Unidos eram tidos como o gigante adormecido e a principal pergunta sempre foi 'quando conseguiremos virar esse jogo?' Bem, conseguimos! Os EUA serão um país do Rugby Sevens nos próximos quatro anos”, declarou o neozelandês, explicando que existe uma boa safra de jogadores de rugby disponível, nomeadamente atletas de destaque em high schools americanas que não alcançaram sucesso profissional no futebol americano.

“Há três mil atletas de elite que não conseguiram bolsas para entrar em universidades americanas e eles não sabem jogar nenhum outro esporte. Então podemos dizer que há três mil atletas todos os anos nos EUA prontos para jogar Rugby Sevens. Agora que o financiamento Olímpico está para começar, veremos surgir várias equipes Sevens incríveis nos EUA nos próximos quatro anos”, informou.

O IRB espera que, no futuro, possa adicionar um evento sul-americano ao HSBC Sevens World Series, que já inclui paradas em Tóquio e Las Vegas, bem como em outras nações tradicionais do rugby. As Olimpíadas do Rio potencialmente abrirão as portas para o Brasil – país que se tornou a sexta maior economia mundial este ano – e Kirwan argumenta que as oportunidades de crescimento em novos mercados não devem ser jogadas fora só para proteger a modalidade de 15 jogadores.

“Será que vamos querer estar sentados no mesmo lugar em 25 anos quando o Sevens se tornar mais importante que o 6 Nations e o Tri Nations? A resposta é não. Há vinte anos, o Sevens era um jogo híbrido e ninguém o entendia. Agora ele é parte do jogo. Se entendermos os riscos, teremos uma grande chance de acertar. O Sevens vai trazer novos desafios, mas são todos positivos”, finaliza.

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