Ética no mercado de palestras

A falta de regulamentação no mercado de palestras brasileiro tem possibilitado distorções e, porque não dizer, abusos, comprometendo a credibilidade, a confiança e a imagem de todo um setor e de seus profissionais. A criação de um código específico para a área, semelhante ao que existe nos Estados Unidos colaboraria na normatização das condutas que poderiam ser adotadas dentro da profissão.

A discussão exaustiva sobre ética entre palestrantes, clientes, banco de palestrantes e empresas de eventos, além da adoção de mecanismos inibidores de atitudes ilegais, imorais, fraudulentas pode ser um caminho possível para reduzir a “politicagem existente”. Como em toda profissão, é necessário encontrar limites dentro desse mercado que possam estimular a concorrência saudável e não o “canibalismo” dessa cadeia.

Um dos pontos que resssalto, por exemplo, é a necessidade de transparência nas relações contratuais. Os valores informados ao cliente devem ser iguais aos que o palestrante pratica normalmente no mercado. Caso contrário, se uma empresa que agencia esses profissionais optar por aumentar o valor, a mudança precisa ser informada. O grande problema é que as agências que adotam essa postura não informam, além de inflacionarem muito o valor da palestra, o que acaba prejudicando o profissional perante às organizações contratantes.

Nessa área, uma prática habitual é que algumas agenciadoras dizem que possuem um cliente interessado na contratação da palestra e pedem o material de divulgação. Na maior parte das vezes, a consulta não é verdadeira. Alguns bancos utilizam a abordagem para “forçar” o palestrante a aceitar ser agenciado por ela praticando uma concorrência desleal, desrespeitando quem já o agencia há alguns anos, cuja relação foi baseada em confiança e credibilidade.

Como a maioria das empresas trabalha com comissionamento, excluindo aquelas que agem de má-fé distorcendo os valores, todo o trabalho feito sob indicação só é remunerado se a contratante fechar com a empresa.

A atitude correta seria as empresas contratantes, no mínimo, dizerem ao possível contratado a origem da indicação. Esse tipo de postura está claramente ligado a falta de confiança e conhecimento sobre a maneira como os bancos de palestrantes agem e as más experiências que algumas empresas tiveram no passado ao lidarem com agenciadores que inflacionam valores.

Uma maneira de coibir as práticas mencionadas é que haja uma interação maior entre todos os envolvidos. A união das empresas agenciadoras atuantes área poderia ser uma solução viável para coibir a ação dos bancos de palestrantes e agência de eventos que agem sem ética. Para isso é necessário que se reduza a desconfiança, acreditando que todos podem ser parceiros e enxergar a concorrência, também, como um aliada.

Perfil da autora - Ana Tikhomiroff é diretora da Palestrarte e membro do Conselho Internacional de Ética da IASB (International Association Speakers Bureau), única profissional brasileira desse setor que ocupa esse cargo.

Perfil da Palestrarte - Fundada em 2002, em São Paulo, a Palestrarte possui em seu banco de dados mais de 100 profissionais especializados para atender empresas e eventos em todo o Brasil e exterior, de acordo com os recursos e necessidades de cada organização.

A Palestarte trabalha com o conceito americano de speakers bureau, ou, seja, um Banco de Palestrantes que auxilia empresas de pequeno, médio e grande porte em seus eventos, encontros, reuniões e ajuda os organizadores de diversas corporações a alcançarem suas metas e objetivos propostos no planejamento inicial, de forma rápida e eficiente.

Etiqueta Empresarial, Teatro Treinamento, Planejamento Estratégico, Gestão de Pessoas, Administração de Tempo, Competitividade, Atendimento Ao Cliente, Criatividade, Liderança são alguns dos temas que palestrantes como Bernardinho, Bruna Gasgon, César Souza, Cláudio Tomanini, Clovis Tavares, Eugênio Mussak, Oscar Schmidt, Rodrigo Cardoso, Tom Coelho, Vivianne Ventura, entre outros especialistas, desenvolvem em seminários e workshops.