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13/04/2012 - 08:48

Fundação Telefônica | Vivo combate o trabalho infantil no Nordeste

Projeto começou a ser desenvolvido em comunidades de Recife e de Inhapi-AL em parceria com a Visão Mundial. Mais de cinco mil crianças e adolescentes estão sendo beneficiados.

São Paulo - A Fundação Telefônica|Vivo iniciou, em parceria com a Visão Mundial, projeto de Combate ao Trabalho Infantil em três comunidades de Recife e também no município de Inhapi (AL). Um total de 5.127 crianças e adolescentes está sendo beneficiado por ações que pretendem reduzir o risco de trabalho precoce e retirar aqueles que já se encontram em tal situação de violação de direitos.

O anúncio foi feito hoje, 11, pela presidente da instituição, Françoise Trapenard, durante realização do seminário "A Sociedade em Rede e o Combate ao Trabalho Infantil". O projeto terá duração de dois anos e o investimento da Fundação será de R$ 5 milhões. A execução está a cargo da Visão Mundial, organização não-governamental com 36 anos de atuação no Brasil que desenvolve e implementa metodologias nas áreas de educação, saúde, geração de renda, empreendedorismo e promoção da justiça da infância, entre outros.

Do total de beneficiados, 2.398 são de Inhapi e 2.729 de Recife (909 em Novo Chão, 1.260 em Casa Grande e 560 em Nova Descoberta). Essas localidades já eram alvo de intervenção por parte da Visão Mundial, mas a Fundação Telefônica aplicou um questionário junto às crianças e aos adolescentes, para identificar aqueles que estavam em risco ou em situação efetiva de trabalho infantil, para direcionar suas ações.

Além de combater o trabalho precoce, o projeto pretende colaborar para a redução da evasão escolar e proporcionar o desenvolvimento de habilidades cognitivas, sociais e emocionais, por meio de atividades complementares ao turno escolar. “O objetivo é garantir que essas crianças não abandonem a escola ou tenham seu rendimento e sua formação comprometidos, em função de atividades caracterizadas como trabalho”, explica Françoise.

Sensibilização-A sensibilização da sociedade, principalmente da comunidade escolar, para o tema, bem como o apoio às famílias, por meio da geração de oportunidades econômicas, também são objetivos a serem alcançados. Além disso, a Fundação Telefônica pretende promover o acesso à tecnologia digital às crianças e adolescentes participantes, assim como a formação de jovens visando a estimular o exercício da cidadania. Por fim, a ideia é articular e estabelecer parceria com redes locais relacionadas ao trabalho infantil.

Para tanto, serão realizadas campanhas, oficinas educativas e esportivas complementares à educação formal, encontros e rodas de diálogos, seminários e eventos, disseminação de conhecimento técnico, produção de material didático, estabelecimento e fortalecimento de parcerias e redes, mapeamento de informações e dados técnicos, elaboração de planos de ação e produção de material de comunicação e sensibilização.

Contextos locais -Pesquisa realizada pelo Ibope a pedido da Fundação Telefônica|Vivo, para analisar a problemática no Norte e Nordeste, apontou Pernambuco como o terceiro Estado nordestino no ranking da quantidade de crianças em situação de trabalho infantil. Com base em dados da PNAD-2009, o Ibope informa que o Estado possui 81 mil crianças e adolescentes, entre 5 e 14 anos, trabalhando, sobretudo na agricultura. Já Alagoas possui 34 mil crianças e adolescentes em situação de trabalho, com o agravante de ter o índice mais baixo de escolarização, já que 17% deles estão fora da escola.

A Fundação Telefônica|Vivo também aplicou uma ferramenta de diagnóstico (questionário Pernilongo) para identificação do público-alvo, a fim de quantificar o número de crianças e adolescentes em risco de trabalho infantil ou já trabalhando. Foram consideradas tanto as crianças que se auto-declararam trabalhadoras, como as que, a partir de análise das atividades de sua rotina, foram consideradas em situação de trabalho.

Em Inhapi, um dos menores e mais pobres municípios da região semi-árida de Alagoas, foram entrevistados 2.398 crianças e adolescentes, sendo que 83% foram identificados em situação de trabalho, apresentando alto índice de distorção entre a série escolar e a faixa etária. A maior parte das crianças que se declararam trabalhadoras (832) o faziam em cultivos (87%), mas se forem consideradas todas as crianças identificadas como trabalhadoras (1860), aproximadamente 48% desenvolviam trabalho doméstico. Na faixa dos 12 anos, por exemplo, 54% delas trabalhavam. Outras atividades praticadas eram vendas, trabalho doméstico e produção de carvão.

No bairro de Guabiraba, em Recife, foram ouvidos 2.833 crianças e adolescentes. Apenas 11% desse total reconheciam sua atividade como trabalho, mas a pesquisa identificou 1.530 trabalhadores. Entre aquelas com idades entre 6 e 14 anos, o trabalho atingia 78% das crianças. As atividades mais desenvolvidas eram ajudante de pedreiro, trabalho doméstico, autônomo e serviços gerais. A defasagem entre série escolar e faixa etária é significativa, sendo que 46% dos que estão no primeiro ciclo do ensino fundamental deveriam estar no segundo.

A comunidade Chão de Estrelas, formada por 18 bairros, teve 1.989 crianças e adolescentes entrevistados, dos quais 1.177 (59%) foram classificados como trabalhadores. Desse total, 40% tinham entre 6 e 14 anos e estavam atuando como autônomos, vendedores, trabalhadores domésticos e entregadores de cargas e fretes. Também há, nesta localidade, alta distorção entre idade e série escolar adequada.

Dentre os 1.477 entrevistados do bairro de Nova Descoberta, 43% estão em situação de trabalho infantil, embora apenas 113 deles reconheçam a atividade como trabalho. Ali, três crianças de até 5 anos de idade declararam estar trabalhando. As atividades desenvolvidas são cultivo, lavador de carros, doméstica/babá, frete e carga e trabalho autônomo. Acerca da distorção entre idade e série adequada de ensino, a situação é mais grave no grupo com mais de 15 anos, onde apenas 15% estavam cursando o ensino médio.

Causa da Fundação Telefônica -Há 11 anos, a Fundação Telefônica|Vivo atua na defesa dos direitos de crianças e adolescentes no país, sendo que o trabalho infantil é uma das principais vertentes nesta área. Trata-se da principal iniciativa desenvolvida no âmbito do setor privado para lutar contra o trabalho precoce na América Latina e está alinhada aos Objetivos do Milênio, que propõe a erradicação das piores formas de trabalho infantil até 2015, e de todo trabalho infantil antes de 2020.

A instituição atende, por meio de parcerias, a mais de 245 mil crianças e adolescentes no continente latino-americano, sendo aproximadamente 15 mil no Brasil, onde o programa é desenvolvido desde 2008. A Fundação Telefônica|Vivo apoia 18 projetos nessa linha em municípios do Estado de São Paulo. Em 2011, registrou taxa anual de retiro do trabalho infantil de 64% entre as crianças e adolescentes atendidos.

Perfil-A Visão Mundial é uma organização não-governamental cristã, de desenvolvimento, promoção de justiça e assistência. Integra a parceria World Vision International que atua em quase 100 países. Tem como prioridade as crianças, adolescentes e jovens que vivem em comunidades empobrecidas e em situação de vulnerabilidade. Atua no Brasil desde 1975 e concentra suas ações na região Nordeste, no Norte de Minas Gerais, em Tocantins, no Amazonas e em grandes centros urbanos, como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Em 2010, a Visão Mundial investiu R$ 34 milhões em seus projetos no Brasil. Atualmente, beneficia diretamente 80 mil crianças e adolescentes.

A Fundação Telefônica|Vivo - A instituição atua com o fim de contribuir para o desenvolvimento social do Brasil. Criada em 1999, a Fundação Telefônica incorporou os projetos do Instituto Vivo em 2011, em função da fusão entre a Vivo e a Telefônica. A atuação é voltada para o acesso à educação, a melhoria da qualidade educativa e a divulgação do conhecimento. Para isso, desenvolve iniciativas de combate ao trabalho infantil, estímulo ao uso das Tecnologias de Informação e Comunicação na educação e aprendizagem, de desenvolvimento local e voluntariado empresarial. O Grupo Telefônica possui, ainda, fundações em 13 países. [www.fundacaotelefonica.org.br].

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