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CANAIS

14/04/2012 - 10:34

O que você tem a ver com o poder no Egito e as declarações de Günter Grass?

A humanidade ocidental levou séculos para separar o estado da religião, mas os fundamentalistas e radicais muçulmanos insistem em retroceder no tempo e impor seu dinamismo dogmático e seus estados (teocráticos) subordinados à religião islâmica através do já conhecido violento sectarismo. Sua Guerra Santa (Jihad) contra todos que não acreditam em suas ideias __ nós, os infiéis do mundo ocidental __, promove o ódio, a intolerância e o radicalismo religioso. E não pense que, por terem sempre à frente a violenta retórica anti-Israel e anti-Estados Unidos, o problema não é seu e de todos que prezam a democracia e a liberdade (cultural, religiosa e sexual).

O exemplo bem atual das próximas eleições no Egito (23 de maio), com a Irmandade Muçulmana ávida por instalar-se no poder com seu próprio (e forte) candidato à Presidência do Egito, mostra que o grupo __ berço do fundamentalismo islâmico, criado no Egito em 1929, pregava (e ainda prega) a expulsão dos estrangeiros e a volta aos princípios fundamentais do Corão e serviu de inspiração ideológica para diversos grupos fundamentalistas e terroristas muçulmanos, como o Hamas e a Al Qaeda __ pretende chegar ao poder através das brechas da democracia (recém-conquistada) para então destruí-la e iniciar um reinado despótico, fanático e truculento. Exatamente como fizeram os nazistas em 1933, com os países do Ocidente apaziguando. Como disse Winston Churchill naquela época: “Um regime que começa perseguindo os judeus, cedo ou tarde ameaçará a liberdade e a vida de todos”.

Nesse sentido, para todos que acreditam, ingenuamente, ser o fundamentalismo islâmico um problema dos outros, não poderia haver texto mais oportuno do que A Rebelião dos Canários, escrito em 2004 por Pilar Rahola, intelectual católica espanhola e uma das mais importantes pensadoras atuais. O artigo tem em sua introdução o seguinte texto (de forma resumida):

“Os mineiros tinham uma técnica infalível para proteger-se dos gases tóxicos das minas: os canários. A pequena ave, mais sensível que o homem, morreria primeiro se nas minas houvesse gases venenosos ou demasiado monóxido de carbono. Se os mineiros vissem os canários morrerem, sabiam que deviam abandonar a mina à toda velocidade. O canário era o primeiro que sofria por um mal que acabaria por matar a todos.

Em Skopje, na ex Iugoslávia, encontrei certa vez um ancião que havia sobrevivido às guerras em seu país e contou o segredo de sua sobrevivência: “Quando os judeus são perseguidos ou escapam – disse com sua boca desdentada – é hora de fazer as malas”. O ancião iugoslavo tinha razão: na história moderna os judeus foram os “canários” do mundo. Elementos minoritários e vulneráveis da sociedade, os judeus foram sempre o primeiro alvo dos movimentos de destruição e desumanização.

Se os judeus podem ser perseguidos ou assassinados impunemente – raciocinam os tiranos – então pode-se passar para o próximo passo. Todas as grandes ditaduras de nossa época – nazismo, stalinismo, esquerda, direita – tiveram os judeus como o alvo predileto e como coelhinhos da índia de sua violência assassina. Todas terminaram por causar milhões de mortos de todas as nações. Se o gás mata o canário, cedo ou tarde matará o mineiro. E isto é o que sucede hoje em dia com o fundamentalismo islâmico.”

Após discorrer com grande eloquência, Pilar Rahola termina de forma brilhante: “Suponhamos que em uma mina, os canários dizem basta! Basta de morrer para alertar os mineiros de perigos iminentes. Basta de sofrer, porque de todos os modos os mineiros não nos prestam atenção e seguem envenenando-se lentamente com os gases tóxicos da mina. Basta de morrer gratuitamente, porque a triste verdade é que aos mineiros não importa. Basta de asfixiar-nos por nada, porque a única coisa que recebemos é o ódio e não a solidariedade dos mineiros aos quais salvamos. Basta, porque os mineiros jamais aprenderão a lição e jamais entenderão que se nós morrermos, morrerão eles também. Basta. Nos negamos a ser as cobaias da mina; vamos fazer o que fazem todos os demais: defender nossa própria vida antes de tudo.”

E o que as recentes declarações de Günter Grass sobre o Estado judeu (Israel) ser uma ameaça à paz mundial tem a ver com o poder no Egito e com você? Tudo, e com tudo o que foi dito acima.

Em setembro de 1938, Hitler tornou ainda mais evidente seu projeto expansionista, ao pressionar, com ameaças de guerra, a Tchecoslováquia a aceitar uma anexação. A França e a Inglaterra, mais uma vez, no espírito da Política do Apaziguamento, conduziram a Conferência de Munique, na qual a Tchecoslováquia foi dividida.

Analisando, a partir da Conferência de Munique, o que disse o presidente francês Daladier, “os franceses não querem morrer pela Checoslováquia”, pois esperava ser linchado por sua claudicação ante Hitler, mas foi recebido por uma multidão que o ovacionava por ter salvado a paz, e o papel desempenhado por Neville Chamberlain, então primeiro-ministro inglês, com sua retórica diplomática, onde dizia “temos de conseguir a paz, temos de entender o outro lado, temos de fazer concessões”, percebe-se o quanto a obsessão por garantir a paz a qualquer custo pode inverter valores e posições, em qualquer tempo, e fazer com que as pessoas tenham graves e perigosos erros de avaliação.

Finalizada a conferência, Chamberlain perguntou se todas as exigências estavam atendidas e Hitler disse que sim. Chamberlain voltou a Londres e proferiu a frase que marcou um dos piores erros de avaliação da História: “A paz em nosso tempo está assegurada”. Seis meses depois, Hitler invadiu e anexou a Tchecoslováquia.

. Por: Marcelo Szpilman [ http://marceloszpilman.blogspot.com.br]. C E conheça mais a fundo esses e muitos outros episódios da história dos judeus e da história da humanidade no livro Judeus __ Suas Extraordinárias Histórias e Contribuições para o Progresso da Humanidade, de Marcelo Szpilman. 496 páginas de leitura obrigatória para todos que desejam um upgrade em sua cultura geral.

Há, com relação aos judeus, inúmeros preconceitos gerados por mitos e inverdades que, ao longo da história, os tornaram muito injustiçados e estereotipados. Mas de onde vieram essas deturpações? Que figuras ocultas contribuíram para tamanha deformação de imagem? O livro, com 496 páginas, trata das relações entre a história dos judeus e a história da humanidade, com uma narrativa cronológica sequencial e resumida da longa estrada percorrida pelo povo judeu até os tempos atuais, com o claro objetivo de resgatar detalhes dessa história para dar racionalidade ao debate, esclarecer, corrigir distorções, desmitificar os judeus e o judaísmo e mostrar a “verdade” por meio de uma abordagem histórica clara e objetiva. O livro está disponível nas livrarias de todo o país.

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