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17/04/2012 - 16:57

Empréstimos às empresas brasileiras crescem 39% mesmo em meio à crise financeira global

Estudo realizado pela UHY, empresa de contabilidade e consultoria global, aponta que os países do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) tiveram crescimento de dois dígitos.

O valor total de empréstimos para empresas brasileiras aumentou 39% desde o início da crise financeira mundial, de acordo com um estudo realizado pela UHY, empresa de contabilidade e consultoria global. Atualmente, os empréstimos pendentes concedidos às empresas brasileiras somam US$ 164 bilhões (R$ 295 bilhões), contra US$ 118 bilhões (R$ 212 bilhões) em 2008. Ao mesmo tempo, vários países da Zona do Euro observaram a disponibilidade de financiamento diminuir neste mesmo período.

A pesquisa mostra que os países do BRIC (que inclui Brasil, Rússia, Índia e China) têm, em média, ampliado os empréstimos em até 62% desde dezembro de 2008. Em comparação, os bancos de países do G8 reduziram os financiamentos para empresas em até 3% no mesmo período de tempo.

A UHY analisou informações referentes a esta modalidade de empréstimo junto ao Banco Central de 22 países que fazem parte de sua rede internacional – incluindo os do G8 e de economias emergentes, como o BRIC. (*).

De acordo com a UHY, os governos de países ocidentais têm tentado constantemente aumentar empréstimos para empresas no período pós-Lehman Brothers, enquanto que os bancos têm tentado equilibrar seus balanços reduzindo a quantidade de empréstimos realizados. Em vários países, esta relutância dos bancos tem sido identificada como um importante fator inibidor do crescimento econômico.

Desempenho dos países -Dos 22 países retratados na pesquisa, o Brasil aparece na 4ª colocação na taxa de crescimento de empréstimos para empresas, ficando atrás apenas da Rússia, Índia e China. Por outro lado, a maioria das economias ocidentais – incluindo EUA e Reino Unido – viram os níveis de empréstimos cair em até dois dígitos.

A China, outro integrante do BRIC, por sua vez, é o país que registrou o aumento mais rápido em empréstimos para empresas, sendo que o total da dívida detida por empresas aumentou 65% desde o início da crise de crédito. Os bancos chineses têm em aberto aproximadamente US$ 6,9 trilhões (R$ 12,42 trilhões), comparado com US$ 4,2 trilhões (R$ 7,56 trilhões) em dezembro de 2008.

Já o país que sofreu a maior redução no valor dos empréstimos para as empresas é a Irlanda. No total, ocorreu uma queda de 42% desde dezembro de 2008, passando de US$ 224 bilhões (R$ 403,2 bilhões) para apenas US$ 129 bilhões (R$ 232 bilhões).

O estudo revela, no entanto, que alguns países altamente endividados da União Europeia - Itália e França, por exemplo - na verdade aumentaram o valor dos empréstimos para empresas, apesar de muitos de seus bancos estarem financeiramente prejudicados pela crise da dívida soberana na Zona do Euro.

Aumento/redução em empréstimos para as empresas desde o colapso do Lehman Brothers (2008-11):

Fatores de crescimento -De acordo com a UHY, vários fatores contribuíram para que o valor dos empréstimos a empresas no Brasil tenha crescido, à parte do rápido desenvolvimento econômico. Entre eles: • Existem várias linhas de crédito substanciais, para empresas brasileiras, concedidas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), especialmente para projetos de infraestrutura. O BNDES é um dos bancos nacionais de desenvolvimento mais capitalizados do mundo, e é uma das instituições mais importantes no cenário de desenvolvimento econômico público e privado do País.

• As taxas de juros no País têm sofrido queda constante em um período recente (embora ainda estejam entre as mais altas do mundo), o que permitiu às empresas locais obterem mais empréstimos.

• As taxas de juros relativamente altas no Brasil, se comparadas globalmente, motivaram empresas estrangeiras e gestores de ativos para aumentar (de forma significativa) suas economias em contas bancárias no Brasil. Isto levou a um superávit histórico na balança comercial brasileira (em contraste com as épocas em que o país registrou enormes déficits nesse aspecto). Isto, por sua vez, levou a uma enorme quantidade de capital disponível nos bancos brasileiros, que está sendo utilizado para empréstimos.

• Junto com o capital excedente nos bancos brasileiros, o valor de mercado de alguns deles (principalmente Itaú e Bradesco) é maior do que o de muitas instituições financeiras de maior reputação ao redor do globo. Por exemplo, o valor de mercado do Itaú é 50% maior do que o do Bank of America e maior do que o do Goldman Sachs e Morgan Stanley combinados.

• Também relacionado com a quantidade de capital excedente, reside o fato de que o Brasil acumulou enormes reservas de moeda estrangeira, devido à demanda por suas commodities. Isto permitiu aos governos estaduais e federal ampliar os empréstimos, oferecendo várias alternativas de financiamento.

• Existem vários programas governamentais em curso que geram empréstimos a empresas e intermediários, como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), um amplo programa de habitação popular (Minha Casa, Minha Vida), projetos de infraestrutura, projetos relacionados aos Jogos Olímpicos Rio-2016 e à Copa do Mundo FIFA 2014, além de projetos de óleo e gás. Economia consistente

De acordo com Diego Moreira, diretor técnico da UHY Moreira-Auditores no Brasil, “o recente boom das commodities ajudou a transformar o Brasil numa das economias com crescimento mais rápido do mundo. Isto tem alimentado o apetite por financiamentos entre as empresas brasileiras e permitiu que bancos brasileiros, bem capitalizados, atendessem esta demanda".

"Desde a última grande crise de débito na década de 1980, a economia brasileira tem crescido constantemente. De fato, em 2010 a economia cresceu com as taxas mais rápidas dos últimos 20 anos”, afirma Moreira. "Ao contrário de muitas economias ocidentais, o Brasil tem sofrido uma exposição relativamente limitada à crise na Zona do Euro. E, graças à sua abundância de recursos naturais, tornou-se um dos mais importantes parceiros comerciais globais da China", conclui.

A pesquisa da UHY aponta ainda que os quatro países do BRIC viram seus empréstimos a empresas crescer a ritmos mais rápidos, enquanto que entre os países do G8 somente a Rússia registrou um aumento real em termos de empréstimos desta modalidade nos últimos cinco anos.

Diego Moreira afirma: "Empréstimos às empresas, principalmente pequenas, é um indicador chave da prosperidade econômica. As pequenas empresas são o motor do crescimento econômico. Mas a falta de “combustível”, em termos de crédito, pode tornar difícil para elas aumentar a produção, expandir e criar empregos. Em um mundo cada vez mais globalizado, se uma pequena empresa não pode se expandir a ponto de conseguir atender um pedido ou uma demanda, esta demanda pode ser perdida para um concorrente mais bem financiado, no exterior".

"As pequenas empresas são extremamente dependentes do financiamento bancário e, ao contrário das grandes corporações, geralmente não são capazes de obter recursos por meio de títulos ou emissão de ações", analisa Moreira.

A pesquisa mostra que muitos países da União Europeia, incluindo Romênia, República Checa, Eslováquia, Holanda, Itália, França e Alemanha registraram um aumento significativo em empréstimos às empresas, apesar do impacto da crise da Zona do Euro na liquidez dos bancos europeus.

Ele acrescenta: "Os governos podem fazer mais para encorajar o investimento nas empresas. Os empréstimos bancários não devem ser vistos como o único meio para que as PMEs (Pequenas e Médias Empresas) possam obter financiamento. Formas alternativas de financiamento devem ser incentivadas, como isenções e benefícios fiscais para investidores privados".

(*) Valores obtidos de fontes do Banco Central. O balanço dos empréstimos pendentes a instituições não financeiras foi verificado no mês de Dezembro de cada ano. Para 2011, o valor disponível mais recente foi citado. Na maioria dos casos, este é o balanço de Novembro de 2011.

UHY Moreira - Auditores -A Moreira Auditores, uma das mais renomadas empresas de auditoria do Brasil, uniu esforços em 2008 com a UHY International, uma rede internacional de escritórios independentes de auditoria. Desta afiliação, resultou a UHY Moreira-Auditores, hoje uma das dez maiores empresas de auditoria do Brasil, com uma estrutura que contempla unidades no Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal [www.uhymoreira.com.br].

Rede UHY - Estabelecida em 1986 e sediada em Londres, Reino Unido, a UHY é uma rede de firmas independentes de contabilidade e consultoria, com escritórios em cerca de 250 principais centros de negócios em 81 países. Mais de 6.800 pessoas geraram uma renda agregada de US$625 milhões em 2011, colocando a UHY como a 21ª maior rede internacional de contabilidade e consultoria. Cada membro da UHY é uma firma legalmente separada e independente www.uhy.com. UHY é um membro pleno do Foro de Firmas, uma associação de redes internacionais de firmas de contabilidade. [www.ifac.org/Forum_of_Firms].

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