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18/04/2012 - 08:53

Reprovação no financiamento de carro demonstra falta de educação financeira

Um dado que mostra que o brasileiro ainda não sabe a hora certa de comprar um veículo é que de cada dez pedidos de financiamento para a compra de veículos, cinco já são recusados pelos bancos devido a problemas em seus cadastros que se encontram inadimplentes, segundo dados da Anef - Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras.

Ainda segundo estes dados, nos três primeiros meses de 2011 as instituições aprovavam cerca de 70% das propostas de empréstimo recebidas das concessionárias. No primeiro trimestre deste ano, o percentual caiu para 50%, por causa do medo de calote. Os atrasos acima de 90 dias no pagamento dos financiamentos de veículos subiram de 2,8% em fevereiro de 2011 para 5,5%, ou seja, quase 100% de aumento.

Isso ocorre porque as pessoas querem comprar veículos sem se planejar. O que representa um sinônimo de liberdade, possibilitando o deslocamento para onde quiser sem depender dos transportes públicos. Entretanto, na realização desse sonho está o risco do descontrole financeiro. O brasileiro que não detém a cultura de controlar seu dinheiro adequadamente, dificilmente perceberá de imediato os reflexos que isso traz no seu bolso, principalmente pelo custo de manutenção deste veículo.

Mas, quanto custa o seu veículo? Hoje com a facilidade de aquisição por meio de financiamentos alongados e o que fica registrado na cabeça do consumidor é que o custo do veiculo será somente a prestação mensal. Aí é que mora o perigo. Tem que prever o custo de manutenção mensal deste, que muitas vezes será maior do que o valor da prestação.

Se colocarmos no papel gastos como combustível, seguro, IPVA, DPVAT, manutenção, depreciação, estacionamentos, lavagem e eventuais multas; ao fim do mês, veremos que ele será responsável por grande parte dos custos de nosso orçamento. Para se ter uma ideia, o custo mensal de um veículo popular usado, no valor de R$ 20 mil, fica em média R$ 600,00, sem contar o financiamento.

Por isso, a decisão de adquirir um carro próprio deve ser muito bem pensada, avaliando os prós e os contras e observando sempre se realmente se têm condições de arcar com esses custos. Na maioria das vezes a pessoa pode esperar um pouco mais antes de adquirir, formando uma boa reserva de dinheiro, que será fundamental no futuro de sua saúde financeira. Mas, o ponto mais assustador, é que muitos brasileiros fazem a opção de adquirir um segundo veículo mesmo sem ser necessário. Essa decisão deve passar por uma reflexão e sempre colocada na ponta do lápis para não se arrepender depois.

Para quem já está com o veículo e encontra-se enrolado com os custos, seguem algumas orientações: . Uma boa alternativa é revezar caronas, se tem pessoas que moram próximas e que vão para locais próximos, é interessante formar um grupo, que além de economizar criará novas amizades;

.Utilize o transporte público quando possível, por mais que tenha muitos problemas, é muito interessante, pois, além de economizar, estará colaborando com o meio ambiente;

. Em relação ao combustível sempre busque os preço baixos, mas desconfie dos muito baratos. Nesses casos, você deverá pesquisar os postos credenciados e regularizados e que tenham testes de sua autenticidade, porém não se acomode com o posto escolhido, visto que pode existir outros postos com a mesma qualidade e melhor preço, pesquise mensalmente;

.Se o carro for flex, faça a análise para saber qual tipo de combustível vale mais a pena, em função da constante variação dos preços. Outra opção que tem sido muito praticada é a transformação do veículo para combustíveis alternativos como o GNV;

.Tenha sempre seu carro segurado em especial quando da compra do mesmo, atenção para o seguro de terceiros que deve ser maior que o seguro de seu carro. Não se esquecendo de pesquisar entre as seguradoras, visto que existe uma grande flutuação de preços junto às mesmas, devido ao sinistro de cada uma delas. Também uma opção que vem crescendo no mercado de seguros são as empresas de proteção do veículo via satélite, que em alguns casos o investimento poderá ser a opção mais em conta;

. Se preocupe com a manutenção constante do veículo, ela pode representar um custo indesejável, mas tenha certeza, se o veículo quebrar os custos serão maiores;

. Respeite as leis de trânsitos, você evitará acidentes e multas, que trazem com eles quantias que afetam diretamente seu bolso, sem falar que estará respeitando a sua vida e a dos outros.

Enfim, é muito bom possuir um veículo, ele nos trás muita comodidade e qualidade de vida, mas procure sempre aliar o custo ao beneficio e saber qual é o momento certo de tê-lo.

. Por: Reinaldo Domingos, educador financeiro, presidente da DSOP Educação Financeira e Editora DSOP, autor dos livros Terapia Financeira, Livre-se das Dívidas, Ter Dinheiro Não Tem Segredo, das coleções infantis O Menino do Dinheiro e O Menino e o Dinheiro, além da coleção didática de educação financeira para o Ensino Básico, adotada em diversas escolas do país.

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