Mercado mantém expectativa de que a Selic não recuará para abaixo de 9,0%, aponta Focus

Segundo a pesquisa Focus da semana passada, permaneceram estáveis as expectativas medianas para o IPCA de 2012 (5,08%) e de 2013 (5,50%).

Também foram mantidas as projeções medianas para o IPCA de 2012 das instituições Top 5 de curto prazo (5,03%) e de médio prazo (4,91%).

A mediana suavizada das projeções para o IPCA nos próximos 12 meses, por sua vez, seguiu em 5,47%. Já as projeções para os IGPs adotaram movimentos opostos: a mediana do IGP-DI avançou de 5,33% para 5,41%, enquanto que a do IGP-M caiu de 5,43% para 5,40%.

A mediana das expectativas para o crescimento do PIB registrou pequena alta para 2012 (de 3,20% para 3,21%), mas recuou de 4,30% para 4,25% para 2013. Já as projeções para a produção industrial permaneceram praticamente estáveis para 2012 (de 2,00% para 2,02%) e seguiram em 4,00% para 2013.

A mediana das projeções para a taxa de câmbio permaneceu em R$ 1,80 tanto para o final de 2012, como para o final de 2013.

No tocante aos próximos passos da política monetária, as projeções indicam que o atual ciclo de ajuste da Selic deve ter se encerrado com o corte de 75 pontos-base do juro básico promovido na reunião da semana passada. A expectativa mediana continua a indicar que a taxa Selic encerrará 2012 no atual patamar de 9,00%, embora a média das projeções indique patamar algo inferior (8,94%).

A expectativa mediana das instituições Top 5 de curto e médio prazo para a Selic também aponta que o juro básico não deverá sofrer nova redução, permanecendo em 9,00% até o final deste ano. Para 2013, no entanto, a expectativa mediana é que o BC terá que tornar a subir o juro básico em 100 p.b. (para 10,00%), através de um ajuste gradual a partir da segunda metade do ano.

Na reunião da última quarta-feira (18/04) o Copom reduziu a Selic 75 pontos-base, para 9% ao ano. A decisão foi unânime e o comunicado trouxe redação um pouco menos lacônica do que sua versão anterior, afirmando que, “neste momento, permanecem limitados os riscos para a trajetória da inflação”. Além disso, foi destacada novamente a contribuição deflacionária do setor externo. Mas o comunicado não trouxe sinalizações prospectivas claras, tendo apenas reafirmado que o Copom está “dando seguimento ao processo de ajuste das condições monetárias”, o que no máximo coloca um viés de baixa para o juro básico.

O documento de política monetária, portanto, não elimina a possibilidade de que o Banco Central esteja considerando rever o orçamento total do ajuste em curso – ou seja, reduzindo a Selic para o mínimo histórico de 8,75%, ou até abaixo dele. Tampouco invalida aquela clara sinalização anterior da autoridade de um cenário em que o juro básico seria levado par um nível ligeiramente acima do mínimo histórico.

A ata da reunião, que será publicada na próxima 5ª-feira (dia 26), deve esclarecer se a autoridade está considerando a possibilidade de rever o “orçamento” total do ajuste da Selic. Até lá, a LCA matem a avaliação de que o ciclo atual de redução do juro básico foi encerrado com o corte promovido nesta última reunião.

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