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26/04/2012 - 08:17

Vale atinge lucro líquido de R$ 6,7 bilhões, no 1T12


Queda ante o mesmo período de 2011, em função da sazonalidade causados por condições climáticas adversas no Brasil e no mundo.

Rio de Janeiro – A Vale S.A. (Vale) reportou seu desempenho financeiro para o primeiro trimestre de 2012 (1T12), com redução nos principais indicadores de lucratividade e fluxo de caixa quando comparados aos níveis recordes do último trimestre de 2011.

De acordo com comunicado de desempenho da Vale, o primeiro trimestre tem geralmente a performance operacional e financeira mais fraca do ano, devido à sazonalidade. Este ano, o forte volume de chuvas no Brasil aprofundou o efeito sazonal na receita e nos custos, o que, juntamente com os menores preços de minério de ferro e pelotas diminuiu margens operacionais, lucro e fluxo de caixa.

O período chuvoso terminou, os embarques de minério de ferro aumentaram significativamente em março, portanto, a expectativa em entregar os volumes de vendas planejados para este ano. O mercado global de minerais e metais deve permanecer aquecido, “e continuamos bem preparados para explorar as oportunidades para criação de valor”, ressalta a nota da Companhia.

Um portfólio diversificado de ativos – bulk materials, metais básicos e fertilizantes – incluindo Moatize, Omã, Onça Puma, Tres Valles e Bayóvar, está em fase de ramp-up. São novas plataformas para criação de valor, cujo potencial deve se materializar num futuro próximo.

O teste com a operação integrada de VNC foi bem sucedido, demonstrando que somos capazes de produzir óxido de níquel de forma sustentável. Salobo, nosso terceiro projeto greenfield e com capacidade nominal de 100.000 toneladas métricas de cobre em concentrado, entrará em operação nas próximas semanas1.

Assinamos contrato de arrendamento que dá continuidade à mineração de potássio em Taquari-Vassouras e permite o desenvolvimento do projeto Carnalita. Carnalita, que tem capacidade nominal estimada em 1,2 milhão de toneladas métricas de potássio, usa o processo de mineração por dissolução, cujo custo de produção é bastante baixo.

Em consonância com os pronunciamentos para adoção do IFRS, foi adotado, a partir de 2012, o método de equivalência patrimonial para contabilização de investimento em empresas de controle compartilhado. Para fins de comparação, ajustamos os dados referentes a 2011. Os principais destaques do desempenho da Vale no 1T12 foram: Já concluímos dois outros projetos greenfield de cobre, Sossego, no Brasil, em 2004, e Tres Valles, no Chile, em 2010.

Recorde no embarque de pelotas em um primeiro trimestre, 10,4 Mt, sendo 0,9% acima do recorde anterior no 1T11. Recorde nos embarques de carvão , 2,8 Mt. Receita operacional de R$ 20,1 bilhões no 1T12, 11,0% abaixo dos R$ 22,576 bilhões no 1T11. Lucro operacional, medido pelo EBIT (lucro antes de juros e impostos) de R$ 6,9 bilhões. No 4T11, o lucro operacional foi de R$ 11,0 bilhões. Margem do lucro operacional, medido pela margem EBIT, de 35,2%. No 4T11, a margem EBIT foi de 42,2%. Lucro líquido de R$ 6,7 bilhões, equivalente a R$ 1,27 por ação diluído, representando queda de 19,6% contra R$ 8,4 bilhões no 4T11. Geração de caixa, medida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), de R$ 8,8 bilhões contra R$ 13,4 bilhões no 4T11. Investimentos, excluindo aquisições, de US$ 3,7 bilhões no 1T12, aumento de 34,0% em relação ao 1T11. A primeira parcela da remuneração mínima ao acionista em 2012, US$ 3,0 bilhões (equivalente a R$ 5,5 bilhões), será distribuída a partir de 30 de abril de 2012. Manutenção de um balanço sólido com baixa alavancagem, medida pela relação dívida total/LTM Ebitda ajustado, igual a 0,8x, manutenção do longo prazo médio da dívida, de 9,4 anos e custo baixo, 4,69% por ano.

Perspectivas dos negócios -Após a desaceleração da atividade econômica no último trimestre de 2011, as perspectivas de crescimento global estão gradualmente melhorando. A normalização de políticas em países emergentes, envolvendo mudança na postura da política monetária, a reconstrução no Japão e na Tailândia, as medidas expansionistas dos bancos centrais das principais economias avançadas e o fortalecimento das condições financeiras, são fatores que têm contribuído para a reaceleração do crescimento econômico global.

A economia tailandesa recuperou-se após o colapso causado pela série de recentes inundações, o que permitiu a retomada da cadeia global de suprimentos das indústrias automobilística e eletrônica e tem impactado positivamente a produção industrial global.

As operações de refinanciamento de longo prazo aos bancos, de aproximadamente US$ 1 trilhão, conduzidas pelo Banco Central Europeu, o compromisso de países europeus e do FMI em constituir um escudo de proteção e a decisão de algumas economias periféricas da zona do euro de adotar austeridade fiscal e reformas estruturais foram todos fundamentais para a eliminação de incertezas acerca do desempenho econômico de curto-prazo.

Tais movimentos agiram no sentido de mitigar riscos associados ao potencial de um default desordenado de algum membro da zona do euro e, em última instância, de um choque financeiro global. Entretanto, a credibilidade da consolidação fiscal e dos planos de reformas de alguns países ainda está sendo questionada pelos mercados financeiros, embora com intensidade menor do que no final do ano passado.

Apesar da contração na Europa, a produção industrial global teve forte aceleração no 1T12, se expandindo ao ritmo estimado de 6% em termos anuais, devido, principalmente, aos EUA, Japão e Ásia emergente. O aumento da produção industrial dá suporte à demanda por minérios e metais, o que tem mantido seus preços em patamares elevados. Num momento em que a recuperação econômica global está completando seu terceiro ano, a questão relevante passa a ser a respeito da sustentabilidade do processo de crescimento industrial, o que é relevante para a demanda por minerais e metais.

Nos EUA, as condições nos mercados de crédito e de trabalho têm progredido, e as perspectivas de crescimento são melhores do que há pouco tempo. A economia japonesa, após enfrentar crescimento negativo em 2011 relacionado a desastres naturais, deve se expandir ao longo deste ano. Como mencionado, a contaminação da crise soberana e financeira da Europa para o resto do mundo parece estar contida, porém a recessão na zona do euro deverá durar ainda alguns trimestres, com contração da atividade econômica na Itália, na Espanha, Portugal e Grécia, e lento crescimento na Alemanha e na França.

Uma característica marcante da recuperação pós- Grande Recessão de 2008/2009 tem sido o contraste entre o fraco desempenho econômico das economias desenvolvidas e a solidez dos países emergentes, impulsionados por demanda doméstica robusta, vultosos influxos de capitais e políticas expansionistas contracíclicas ancoradas em bons fundamentos macroeconômicos. Ao mesmo tempo, a elevação substancial dos fluxos comerciais e de capital entre países emergentes nos últimos quinze anos tem contribuído para reduzir a sincronização dos ciclos econômicos internacionais, auxiliando tais economias a se dissociarem das flutuações econômicas de países desenvolvidos.

Os mercados emergentes devem continuar se expandindo de forma substancial, ainda que em ritmo menor do que ano passado, liderando a atividade econômica global e dando fôlego à demanda por minerais e metais.

O crescimento do PIB chinês se desacelerou em relação ao mesmo período de 2011: (i) de 8,9% no 1T11 para 8,1% no 1T12, (ii) em relação ao trimestre anterior de 7,9% para 6,7%, expandindo-se ao ritmo mais lento desde 1T093. O setor imobiliário se enfraqueceu, com vendas em queda e construções iniciadas em estagnação, enquanto que o investimento em infraestrutura apresenta moderação.

Houve queda nos estoques de alguns setores e as exportações se desaceleraram devido à fraca demanda da Europa. No entanto, acreditamos que o pior para o crescimento chinês já tenha acontecido neste 1T12, e que uma reaceleração gradual da atividade econômica já esteja tomando forma.

Os riscos políticos parecem ter diminuído, o que dá espaço para aumentos nos investimentos públicos, incluindo habitação social e gastos com infraestrutura, bem como para a promoção de reformas.

Há indícios de que algumas reformas começam a ser implementadas, de forma muito limitada, em linha com o estilo chinês de testar reformas em projetos piloto, com o objetivo de reforçar o suporte financeiro a pequenas e médias empresas e ampliar o investimento do setor privado no sistema financeiro. O anúncio de uma banda mais ampla de flutuação do renminbi e o aumento – ainda que tímido – dos limites para os fluxos internacionais de investimentos também são indicativos das intenções de mudar o arcabouço da política macroeconômica na China. Em março, as exportações se recuperaram do fraco desempenho de janeiro e fevereiro, e devem ter expansão moderada em 2012, impulsionadas principalmente pela demanda da Ásia e dos Estados Unidos.

A política de gradual relaxamento do controle da moeda e do crédito está sendo posta em prática, com aumento do crescimento do crédito em março e manutenção das taxas de juros de curto prazo em níveis baixos. Com isso, espera-se que o investimento fixo cresça em ritmo mais rápido,liderado pelos setores de habitação social e de infraestrutura urbana, como energia, fornecimento de água, irrigação e proteção ambiental. O investimento privado em habitação deve permanecer fraco ao longo do primeiro semestre do ano, com potencial para melhora no 2S12.

As perspectivas de médio prazo para a demanda chinesa por minerais e metais dependem do ritmo e da composição do crescimento econômico.

Estima-se que o PIB chinês evolua em ritmo mais lento, mas isso não implicará demanda mais fraca. Um simples exercício ilustra isso: ao longo da última década, o PIB real se expandiu à uma taxa anual média de 10%, gerando um aumento acumulado de US$ 11,2 trilhões. Se nesta década a expansão ocorrer a 7% ao ano, o aumento acumulado alcançará US$ 16,2 trilhões. Assim, mesmo com queda de 30% no ritmo de expansão, o produto real aumentaria em 45%.

O governo chinês comprometeu-se a reequilibrar a demanda agregada, com menos investimento e mais consumo, o que pode moderar, gradualmente, a demanda por commodities ligadas ao investimento. Os custos artificialmente baixos de capital e de energia incentivam o investimento na indústria manufatureira – que é grande demais de acordo com padrões internacionais – sendo um dos fatores subjacentes à forte demanda por commodities.

Entretanto, não é esperada uma transição para um crescimento menos intenso em commodities no curto prazo, pois isto exigirá algumas mudanças estruturais profundas de política econômica, difíceis de serem implementadas.

A China ainda precisa investir de forma significativa em infraestrutura e habitação para atender às pressões decorrentes de seu processo de urbanização, de um déficit habitacional elevado e do desenvolvimento das regiões central e ocidental do país. Além disso, para acomodar a alta densidade da população das cidades chinesas, muito maior do que em grandes cidades do Ocidente, a construção de arranha-céus é amplamente adotada. Este tipo de construção usa um volume substancial de aço por metro quadrado, às vezes mais do que o dobro do volume empregado em edifícios de 10-12 andares.

A produção mundial de aço cresceu 1,1% no 1T12, com a produção chinesa expandindo-se 2,4%. Em março, a produção japonesa alcançou o mais alto nível desde o terremoto de Tohoku há um ano. Levando-se em conta o ajuste sazonal, a produção chinesa de aço bruto está acima de 700 Mtpa, representando aproximadamente 47% da produção mundial, que está alcançando 1,5 bilhão Mtpa. Há sinais que sugerem bom desempenho da produção de aço da China em abril, estimulado pela recuperação da demanda por construção e infraestrutura.

O mercado de minério de ferro permaneceu aquecido. Os preços estão se recuperando gradualmente das mínimas do 4T11, estando 27% acima do nível de final de outubro de 2011. A demanda da Europa permaneceu fraca mas estável, enquanto que a demanda da China manteve-se robusta, com importações de minério de ferro alcançando recorde no 1T12, a 187,2 Mt, volume 5,6% maior que o do 1T11.

Após a performance abaixo da esperada nos dois primeiros meses do ano, causada por problemas na produção e logística em consequência das fortes chuvas no Brasil, os embarques de minério de ferro da Vale recuperaram-se vigorosamente em março, totalizando 31,7 Mt, das quais 53,4% foram destinadas à China.

O aquecimento do mercado de minério de ferro deve continuar, com o crescimento da demanda puxado pela China e restrições do lado da oferta, à medida que nenhum grande projeto está entrando em no curto prazo e as exportações indianas estão em tendência descendente. Percentualmente, o crescimento chinês deverá se desacelerar; no entanto, em termos absolutos – ou seja, em toneladas adicionais de minério de ferro – que é o relevante para as perspectivas de nosso fluxo de caixa e rentabilidade, a expansão continuará a ser significativa, já que parte de uma base elevada.

No 1T12, a produção de aço inoxidável global caiu 1,2% em relação ao trimestre anterior, com ajuste sazonal, e foi 2% menor que o recorde histórico alcançado no 1T11, pois consumidores e intermediários continuaram a utilizar estoques. Como a indústria de aço inoxidável é a principal consumidora mundial de níquel, responsável por 60-65% das vendas do metal, houve pressão negativa sobre os preços do níquel, pondo fim, em meados de fevereiro, à alta de preços iniciada em dezembro de 2011.

Espera-se que a produção de aço inoxidável se recupere gradualmente em consequência da reaceleração da atividade econômica global, principalmente a da China, o maior consumidor mundial.

A demanda por níquel proveniente de usos fora do aço inoxidável continua a crescer, em grande parte devido à forte demanda da indústria aeroespacial por ligas de alto conteúdo de níquel e ao fortalecimento do consumo pela indústria automobilística de ligas de aço, revestimentos e níquel em pó.

No lado da oferta, projetos HPAL continuam a sofrer com altos custos de capex e desafios técnicos. Entretanto, o teste da Vale em VNC nas operações integradas de refino foi bem sucedido, com a produção de 1.100 toneladas métricas de óxido de níquel, que foram exportadas da Nova Caledônia para nossa refinaria de níquel em Dalian, na China. VNC tem produzido e vendido um produto intermediário, nickel hydroxide cake, desde o ano passado.

Ainda que tenham entrado em operação novos projetos de ferroníquel, como Onça Puma, a principal fonte de expansão da oferta global de níquel tem sido a produção chinesa de nickel pig iron (NPI), que é fortemente dependente do fornecimento de minério de níquel laterítico, originado sobretudo da Indonésia – principal produtor e responsável por 53% das importações chinesas – e das Filipinas.

A produção de NPI ocorre por meio de produtores de alto custo, que conseguiram aumentar a produção global deste produto a níveis acima de 200.000 toneladas métricas, passando a representar quase 15% da produção total estimada de níquel no mundo. Como produtores de alto custo, proporcionam um piso para o preço do níquel, contribuindo para diminuir a volatilidade de preços tanto para baixo quanto para cima. Desta forma, o preço do níquel apresentou menos volatilidade que o do cobre nos últimos seis meses, quebrando um padrão histórico.

A indústria chinesa de NPI está enfrentando o risco imposto pela proibição das exportações da Indonésia de minério de níquel. O governo indonésio decretou lei para banir estas exportações e, mais recentemente, tomou medidas para antecipar sua aplicação para maio de 2012. Até o momento, ainda não está claro quando e como a lei será aplicada. Ao mesmo tempo, o governo das Filipinas sugeriu que pode aumentar dramaticamente impostos sobre exportação de minérios. “Dependendo de como tais restrições serão executadas, elas poderão levar à restrição significativa sobre a oferta global de níquel, contribuindo para elevar os preços do metal”, vê a Companhia.

Os preços de cobre têm flutuado entre US$ 8.000 e US$ 8.500 por tonelada métrica, um nível relativamente alto, dada a forte demanda da China e as restrições de produção. A demanda dos Estados Unidos está surpreendendo positivamente e a demanda europeia está mostrando alguma melhora em relação aos baixos níveis do 4T11.

A indústria de cobre tem sido afetada por restrições na oferta decorrentes de greves e desafios operacionais, o que tem contribuído para o aquecimento deste mercado. Além do empobrecimento dos recursos de grandes minas em operação, as expansões planejadas parecem estar atrasando. A falta de projetos de tamanho considerável para entrar em operação no futuro próximo compõe o cenário para a persistência de preços elevados. Salobo, nosso segundo projeto greenfield de cobre em Carajás e com capacidade nominal de 100.000 toneladas métricas por ano, começará o processo de ramp-up no 2T12. Ele será seguido por Salobo II, que adicionará mais 100.000 toneladas métricas à nossa capacidade total de produção e cuja operação deve se iniciar em 2S13.

“Dado este cenário, continuamos a investir em um amplo portfólio de projetos, diversificado por produto, geografia e driver de demanda: Salobo (projeto de cobre da empresa com capacidade de 100 mil toneladas, entrará em operação nas próximas semanas).

Também o projeto Salobo II que estima ter a mesma capacidade da Salobo I, além de outros grandes projetos como o Moatize (carvão em Moçambique), Onça Puma (níquel no Brasil) e Bayóvar (fertilizantes no Peru)”, conclui a Companhia.

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