Primavera de Holambra

Produtores de flores recebem a Primavera comemorando aumento de 12% nas vendas

Rosas ainda reinam absolutas no mercado de flores.

A primavera começou no dia 23 de setembro (domingo) trazendo boas expectativas para os produtores de flores de Holambra, que comemoram o aumento das vendas em 12% em relação ao ano passado e ao crescimento e à variação do mercado, principalmente de rosas, que ainda reinam soberanas no setor.

Dos 240 produtores de Holambra, antiga colônia holandesa localizada a 40 km de Campinas e a 140 km de São Paulo, pelo menos 40 dedicam-se a produção de rosas. As duas cooperativas da cidade, a Veilling Holambra e a Cooperflora, juntas, comercializam cerca de 20 milhões de dúzias por ano, o que equivale a 240 milhões de botões (mais do que uma flor por habitante do Brasil). Num passado recente, há cerca de 10 anos, o volume de rosas comercializadas anualmente não chegava a 5 milhões de dúzias.

Para o produtor Benny van Rooyen, o sucesso e o crescimento das rosas no mercado brasileiro devem-se, principalmente, aos investimentos realizados no setor e à conscientização dos próprios produtores quanto aos acordos internacionais e à Lei dos Cultivares.

"Há 10 anos produzíamos apenas 6 variedades de rosas. Hoje são 60 variedades diferentes, com melhor qualidade e maior durabilidade. Isso só foi possível porque os produtores brasileiros passaram a respeitar as regras internacionais de produção. Graças a isso, hoje competimos em condições de igualdade no mercado internacional", explica o produtor.

De acordo com van Rooyen, os produtores deixaram de trabalhar apenas com as variedades que já estavam em domínio público para se tornarem parceiros dos melhoristas, profissionais responsáveis pela criação de novas variedades que garantam maior produção e resistência contra pragas e doenças e, num futuro bem próximo, que resgatem o perfume destas flores. "A competitividade que conseguimos, principalmente no mercado internacional, mostra que estamos caminho certo", comemora.

Para ele, a grande vitrine das rosas brasileiras é a Expoflora, maior exposição de flores e plantas ornamentais que acontece anualmente em Holambra. O evento, que termina amanhã, domingo, dia 23, atrai cerca de 300 mil pessoas a cada edição e tem grande visibilidade graças à beleza dos arranjos e decorações apresentados pelos paisagistas e decoradores.

Rosas representam 60% das exportações - De acordo com informações fornecidas pelas Cooperativas Veilling de Holambra e Cooperflora, as rosas representam 60% das flores de corte exportadas pelo Brasil (cerca de 2,5 milhões de dúzias). Os 40% restantes das exportações brasileiras dão disputados pelas gérberas, antúrio etc.

Apenas os produtores de Holambra ocupam 300 hectares, metade destinada ao cultivo a céu aberto (campo) e, o restante, produzida em estufas. Dos 150 hectares cultivados em estufas, 80 já são ocupados por variedades patenteadas (garantia legal do direito de multiplicação das flores). Apenas a produção de rosas gera cerca de 9 empregos diretos por hectare.

Para obter sucesso com as novas variedades de rosas, tipo de flor que se adapta melhor ao clima mais frio, os produtores de Holambra expandiram seus campos para as regiões da Serra da Mantiqueira (em Andradas, Minas Gerais), e da serra de Ibiapaba (no Ceará), onde a temperatura média varia de 12 a 25 graus.

"Num clima quente, o processo de produção de uma rosa é de aproximadamente 45 dias. No clima mais frio, o processo pode demorar até 80 dias, dependendo da variedade. O resultado é o maior tamanho dos botões", explica. "Infelizmente, e apenas por uma questão de marketing, todas as rosas grandes e vermelhas são consideradas colombianas, o que não é verdade. Muitas floriculturas e floristas vendem as nossas rosas - brasileiríssimas - vermelhas e enormes, como se fossem produzidas na Colômbia. Isso é injusto. Temos que defender e divulgar o trabalho que estamos realizando no Brasil, pois há anos não perdemos em qualidade e preço para nenhum produtor mundial", esclarece Benny van Rooyen.