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27/04/2012 - 08:13

Itaú lança Índice de Bem-Estar Social do país

Novo indicador nacional apresenta o nível de bem-estar elaborado sob medida para a população brasileira. Desenvolvido pela equipe de macroeconomia do banco, tem como base três subindicadores: Condições Econômicas, Humanas e Igualdade Social.Inclui o estudo das condições de vida do brasileiro ao longo de quase 20 anos, de 1992 a 2010.Resultado geral aponta que houve importante avanço de bem-estar no período analisado.

São Paulo– O Itaú acaba de lançar o Índice Itaú de Bem-Estar Social, um indicador nacional que avalia a melhoria das condições de vida dos brasileiros. Com periodicidade anual, o índice tem como modelo o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), embora seja mais amplo e customizado para retratar com pertinência a realidade do País. O estudo é dividido em séries históricas, que mostram as condições de vida ao longo de quase 20 anos, de 1992 a 2010, e se propõe a apontar se o avanço da economia tem sido acompanhado pela melhora da qualidade de vida da população.

“Desenvolvemos um indicador para responder quanto o crescimento do PIB reverte em melhoria da qualidade de vida do cidadão e bem-estar das pessoas. Percebemos a necessidade de elaborar um levantamento customizado para a população brasileira, que englobasse as condições de vida e os aspectos humanos, além dos econômicos”, explica Ilan Goldfajn, economista-chefe do Itaú Unibanco.

“A metodologia do IDH avalia aspectos como longevidade, educação e renda. Além desses itens, nosso indicador agrega novos componentes de análise como segurança pública, saneamento, saúde e educação”, complementa Caio Megale, economista do Itaú Unibanco e coordenador do índice.

O Índice Itaú de Bem-Estar Social baseia-se em três subindicadores: Condições Econômicas, Humanas e Igualdade Social. O primeiro deles (Condições Econômicas) se divide em dois blocos: Consumo e Emprego. Para analisá-lo, o Itaú levou em consideração o aumento do poder de compra, emprego, taxa de desemprego, taxa de participação – percentual da população em idade ativa efetivamente empregada ou procurando emprego – e o rendimento médio real. Veja abaixo o resultado.

De 1992 até 1997, um rápido e palpável crescimento especialmente do consumo, impulsionado pelo sucesso do Plano Real. De 1998 a 2002, períodos de constantes crises no Brasil e nos países emergentes, o indicador mostra uma leve tendência de queda, especialmente pela alta do desemprego. De 2003 em diante, o subindicador volta a avançar, de forma menos rápida do que no primeiro período, mas por tempo mais prolongado.

O segundo subindicador (Condições Humanas) é dividido em três blocos: Saúde e Saneamento (S/S), Educação e Segurança. Neste caso, foram utilizados como parâmetros de estudo a mortalidade infantil, expectativa de vida, casos de tuberculose reportados/ total estimado, percentual da população com banheiro em casa, percentual da população com acesso à rede de esgoto, escolaridade média, distribuição do tempo de escolaridade média do brasileiro e taxa anual de homicídios em território nacional. Abaixo o resultado.

Entre 1997 e 2003, o indicador avança a taxas moderadas. Nesse período, os importantes ganhos identificados em educação e saúde/saneamento são parcialmente compensados por uma piora na segurança. A partir de 2003, os ganhos em educação e S/S continuam (embora a taxas marginalmente menores), mas a taxa de homicídios passa a ser declinante. Dessa forma, o indicador passa a avançar em ritmo mais elevado.

Por fim, vale notar a estagnação dos últimos dois anos. Nesse período, a segurança voltou a piorar, cancelando os ganhos nos outros dois blocos.

O terceiro subindicador do índice retrata a Igualdade Social. E para tal, o Itaú lançou mão de dois indicadores usuais: o índice de Gini e o índice de Theil. Na avaliação da instituição, nos dias de hoje torna-se cada vez mais elevada a preocupação com a sustentabilidade do crescimento e da melhora de vida. E os resultados abaixo comprovam este cenário.

Com exceção de 1993, quando ainda havia hiperinflação, a redução da desigualdade social no Brasil é praticamente uma constante, particularmente a partir de 2003.

Elaborado pela equipe macroeconômica da instituição, o Índice Itaú de Bem-Estar Social é fruto de um trabalho de aproximadamente um ano e contou com a contribuição de Samuel Pessoa, sócio da consultoria Tendências Integrada e pesquisador associado do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas.

Consolidando todos os resultados acima, o índice aponta, como resultado final, que a partir de 1992 diferentes fatos influenciaram o bem-estar na vida do brasileiro. A reforma monetária de 1994 produziu não apenas uma reversão abrupta da piora de bem-estar que vinha se experimentando no Brasil até aquele ano, como impulsionou rapidamente o índice para cima nos anos seguintes. Os anos de 1995 e 1996 foram os que registraram a maior elevação marginal de bem-estar no período analisado.

Entre 1997 e 2001, período marcado pelas crises de balanço de pagamentos em países emergentes, há um período de estagnação. A melhora das condições humanas (exceto segurança) e da desigualdade (taxas baixas) foram compensadas pela piora nas condições econômicas.

No período, o brasileiro experimentou melhora de bem-estar apenas em 1999, ano em que foi registrada uma melhora nos indicadores de desigualdade incorporados no Índice Itaú de Bem-Estar Social.

A partir de 2002, no entanto, o bem-estar volta a melhorar continuadamente, registrando melhora nos três subindicadores. A partir de 2008 nota-se alguma acomodação no ritmo de crescimento, embora o bem-estar continue em expansão. A desaceleração está ligada à crise financeira global, de um lado, e a um aumento marginal na taxa de homicídios no período. Os avanços em educação e em saúde e saneamento também foram mais moderados.

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