Página Inicial
PORTAL MÍDIA KIT BOLETIM TV FATOR BRASIL PageRank
Busca: OK
CANAIS

26/09/2007 - 08:11

Avanço econômico asiático pode valorizar contratos de mineração em 30%

O crescimento da China e da Índia vem sendo acompanhado por olhos atentos de analistas de vários mercados ao redor do mundo. Ambos os países pertencem a um grupo seleto de nações que vêm superando o ritmo de crescimento mundial e gerando novas demandas - o que pode, por exemplo, animar empresas do ramo da mineração ao redor de todo o mundo.

O Brasil, que se destaca na exportação de minérios, pode se beneficiar disso, com base nos dados apresentados por Paul Gray, analista de commodities do banco de investimentos Goldman Sachs, durante o 12º Congresso Brasileiro de Mineração, nesta terça-feira. A tendência, afirma Gray, é de um reajuste de até 30% no valor dos contratos de exportação de minerais.

De acordo com o especialista, vários fatores levam a crer que a já elevada demanda chinesa por insumos como minério de ferro, níquel e cobre sofrerá novos acréscimos. Embora esse país esteja passando por processo de modernização, 60% dos seus habitantes ainda moram em zonas rurais. "O êxodo rural é crescente, o que vai gerar também procura por aço e energia. A procura vai crescer à medida que os níveis de urbanização cheguem perto daqueles de países industrializados", diz Gray.

A frase do analista evoca o princípio básico das relações econômicas: quanto maior a demanda, maior será o preço cobrado pelo produto. Por isso, Gray é taxativo ao afirmar que o declínio dos preços das commodities acabou. "Os preços continuarão elevados nos próximos anos", diz. Números revelam claramente esse fenômeno. Somente em 2007, as exportações de minério de ferro dirigidas à China somam 380 milhões de toneladas (metade do mercado transoceânico). Até 2010, a previsão é de que o volume chegue a 565 milhões - elevação de quase 50%.

O quadro revela um horizonte bastante promissor para o empresariado brasileiro, levando-se em conta que o País é, hoje, o segundo maior fornecedor de minério de ferro para os chineses, com 24% das exportações contra 38% da Austrália, revelam dados deste ano. Mas há que se considerar que, enquanto o volume vendido pelos australianos recuou três pontos percentuais desde 2006, o volume de exportações brasileiras subiu quatro neste período.

No momento, as três maiores potências do mercado de mineração mundial, BHP Billiton, Companhia Vale do Rio Doce e Rio Tinto investem em suas cadeias produtivas para conseguir suprir essa demanda sem precedentes - e sem sinais de que vá cessar.

"A China tem procurado expandir a produção interna, como alternativa à importação. Houve elevação de 30% nessa produção nos últimos três anos. No entanto, o país não tem reservas de qualidade, o que acaba provocando queda na eficiência e danos ambientais", analisa Gray. Isso significa que a dependência continuará alta, com tendência a aumentar, conforme novas necessidades surjam do desenvolvimento urbano e industrial daquele país.

Enviar Imprimir


© Copyright 2006 - 2024 Fator Brasil. Todos os direitos reservados.
Desenvolvido por Tribeira