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27/04/2012 - 08:41

Fraturas no idoso

De cada quatro pacientes com fratura no fêmur, um não sobrevive além de um ano .

As fraturas nos idosos, principalmente as do fêmur proximal, é de grande importância tanto para o Ministério da Saúde quanto para o idoso e sua família. O SUS despende grande parte de seus recursos para as patologias ortopédicas, dentre elas as fraturas nos idosos. As principais são as fraturas proximais do fêmur, da bacia, do punho, do úmero, do tornozelo e da coluna vertebral, decorrentes de traumatismo de baixa energia. As fraturas do fêmur constituem o problema maior, pois, em cada quatro pacientes, um não sobrevive além de um ano; e somente metade dos pacientes consegue recuperar seu nível de atividade antes da fratura, visto que pela idade avançada estes pacientes apresentam outras doenças associadas.

Não podemos falar de fratura no idoso sem abordarmos sua principal origem: a osteoporose, doença que leva à diminuição e ao enfraquecimento da massa óssea, causando fragilidade óssea e consequentemente a predisposição a fraturas. É insidiosa e assintomática e a ocorrência de qualquer fratura sinaliza que a osteoporose está se manifestando. Mulheres pós-menopausa, de pele e olhos claros, magros, orientais, tabagistas, alcoólatras e indivíduos que na juventude foram sedentários e não ingeriram dieta rica em cálcio são mais vulneráveis às fraturas. Entre mulheres idosas, 30% caem pelo menos uma vez ao ano e, entre as que vivem em instituições geriátricas, o percentual chega a 50%; 3 a 5% dessas quedas resultam em fratura com incidência de 1% na extremidade proximal do fêmur. Após os 75 anos, há aumento destas quedas pelas deficiências de controle neuromuscular, músculos enfraquecidos, redução da acuidade visual, reflexos retardados e inclusive efeito colateral de associação de uso de medicamentos. A densitometria por absorção dupla DXA continua sendo o padrão ouro para o diagnóstico da osteoporose.

Como para qualquer doença crônica, a prevenção é a melhor aliada para evitarmos suas complicações. Exercícios para melhorar atividades físicas que estimulem a força muscular, o equilíbrio, a propriocepção (sensação do corpo no espaço) e o treino de marcha devem ser instituídos. Sapatos adequados e confortáveis com solado antiderrapante também devem ser usados, assim como deve-se remover tapetes soltos e instalar pisos antiderrapantes em toda casa. Os degraus precisam ser eliminados (desníveis maiores que dois centímetros representam obstáculos). Os móveis devem ter as extremidades arredondadas e serem fixos nas paredes. A iluminação deve ser satisfatória, lâmpadas-piloto acesas durante toda a noite nos pontos críticos desempenham papel importante na prevenção de quedas. Bengalas ou mesmo andadores devem ser recomendados quando a marcha for insegura. Suportes em alça instalados no chuveiro e banheiro, o qual deve ser amplo, com vaso sanitário alto e não apresentar box para permitir que o idoso sente em uma cadeira para tomar banho. Barras de apoio em toda casa tornam o deslocamento do idoso mais seguro.

A alimentação desempenha papel fundamental nessa faixa etária, na qual certa deficiência protéica é frequente. As medicações devem ser tomadas com acompanhamento médico e realizados exames posteriormente para verificação da melhora no quadro de osteoporose. A ingestão diária de 1.500mg de cálcio (Ca) é imprescindível. Quando não forem fornecidos pela dieta, impõe-se a suplementação com sais de cálcio e vitamina D. Medicamentos à base de hormônios podem ser necessários, como o raloxifeno. O alendronato de sódio na dose de 70mg por semana é o mais usado na osteoporose. Sua absorção é precária e pode causar lesão no esôfago. Para facilitar a absorção, deve ser ingerido em jejum com um copo com água. Após a ingestão, o paciente deverá ficar sem se alimentar por 30 minutos e, durante esse período, permanecer de pé para evitar o refluxo. Outras medicações são usadas, cada uma dependendo do perfil clínico, social e econômico do paciente.

. Por: Dra. Cíntia Bittar, ortopedista, especialista em cirurgia do pé e tornozelo da equipe do Instituto Wilson Mello, de Campinas, e da PUC Campinas.

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