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28/04/2012 - 11:48

Mudas de hortênsias livres de vírus desenvolvidas pelo IAC são apresentadas pela primeira vez na Agrishow 2012

Em 2012 o dia das mães e o dia dos namorados estarão mais azuis. Pela primeira vez, produtores de flores terão acesso a mudas de hortênsias azuis livre de vírus, desenvolvida por pesquisas do Instituto Agronômico (IAC), de Campinas. A apresentação das plantas ocorrerá durante a Agrishow.

Nos últimos anos, as hortênsias azuis já não estavam tão admiráveis – o tamanho reduzido das flores e as manchas nas folhas depreciavam o produto no mercado. Para piorar, o número de mudas vinha caindo ano a ano e os produtores desconheciam a causa do problema. Em busca de solução, enviaram amostras de hortênsias ao IAC, de Campinas, que identificou o vírus causador das perdas e gerou uma resposta para os floricultores ainda em 2008: o IAC fez a “limpeza” da variedade chamada “Renat Blue”, principal no mercado, obtendo matrizes (plantas que dão origem às mudas) isentas do vírus Hydrangea ringspot virus, também chamado de mancha anelar da hortênsia. “Esse era um problema do produtor e precisávamos resolver” explica o pesquisador do IAC Valdir Atsushi Yuki, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

O IAC recebeu as amostras da Aflord (Associação dos Floricultores da Região da Via Dutra) em 2004. Naquele momento, 100% das matrizes estavam contaminadas. Segundo a Associação, a quantidade de mudas de hortênsias vinha caindo, problema chamado degenerescência da planta. Esse efeito, observado há cerca de seis anos, agravava ainda mais a já existente carência de mudas no mercado de hortênsias. Também em queda estava a qualidade do produto final para o consumidor, já que o vírus reduz o tamanho da flor e mancha as folhas. O preço caiu juntamente com a qualidade. A hortênsia em vaso custa para o consumidor cerca de R$ 9,00 o vaso de 15 cm de diâmetro.

Por meio da técnica de termoterapia, feita no IAC, e de cultura de tecidos, realizada na Aflord, os resultados chegaram em dois anos: em 2006, foram obtidas várias plantas. De lá para cá, foram feitos testes para confirmar a sanidade do material obtido. Nove plantas isentas de vírus foram confirmadas. Estas são as matrizes básicas e, a partir delas, foram feitas as multiplicações de mudas. Dessas nove plantas isentas, originaram-se todas as mudas dos produtores. “Hoje, eles possuem mais de 3.000 matrizes isentas de vírus e, a partir dessas, os primeiros vasos floridos comerciais serão produzidos para o próximo dia das mães e dia dos namorados”, afirma Yuki.

A floricultura pode ser um segmento pequeno em meio às proporções do agronegócio, mas quem está nessa área destaca: os empregos daqueles que trabalham com flores são permanentes e não sazonais, como ocorrem nas safras de café e cana-de-açúcar, por exemplo. Nesse trabalho, foram parceiros do IAC, além da Aflord, a Unesp Botucatu e o Instituto Biológico. “O resultado mostra a importância da integração entre o setor produtivo e a pesquisa”, considera Yuki.

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